segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Song's*15


Mariza caminha pela Marina de Oeiras


Javi conversa com Mariza


Chegada à vivenda & Shower Scene


Mariza&Javi Love Scene

Roupas utilizadas para o 15º Capítulo

Roupa utilizada por Mariza

15ºCapítulo - narrado por Mariza Martínez

As horas e dias passavam sem emoção e alegria. Nestes últimos dias devia parecer um zombie; não podia sair de casa a não ser para uma ida ao hospital, não podia dançar, era uma inútil! Rosnei de raiva. Graças à ajuda de uns colegas meus, tinha conseguido manter-me a par de todas as matérias que foram dadas, enquanto tive internada e enquanto não pude sair de casa. Mas, amanhã já podia ir às aulas e continuar a fazer uma vida normal (estas foram as amargas palavras do meu médico). Porque fazer uma vida normal, implicava fazer imenso desporto, como antes fazia. Coisa que não podia fazer durante mais algum tempo. Suspirei.
Mas, no fundo do meu ser, sabia que estes dias em casa me fizeram bem à cabeça.
O assunto de “Elena está grávida de Javi” não me saia da cabeça e por causa disso, andava toda mole e sem vontade de viver; não era companhia de jeito para ninguém.
Isto não era nada meu. Fui eu que disse há alguns meses atrás que nunca iria sofrer por causa de homens; nunca iria sofrer por amor. A língua paga caro! Oh, se paga!
Olhei para a rua, através da janela do meu quarto. O vento do Outono tinha acalmado, mas a espessa camada de nuvens ameaçava a tarde com chuvas. Mesmo assim, apetecia-me sair de casa, apanhar ar fresco e distrair-me. Arranjei-me, peguei na mala, desci as escadas e liguei a moto. Decidi ir à Marina de Oeiras, pois já lá não ia há algum tempo e eu gostava de caminhar por lá.
Pus uma música do Eminem a tocar nos meus fones e segui caminho.
Começou a chover, quando decidi regressar a casa, após uma longa caminhada.
Caminhei até à minha moto que estava estacionada em frente a um café com bom aspecto. Pela montra de vidro do café vi que o meu cabelo já escorria água.
Depois, algo me prendeu o olhar. Quando olhei para aquelas duas figuras belas sentadas numa mesa, nem quis acreditar! Eram Javi e Elena. O meu coração começou a bater e cem por minuto. Só queria evaporar dali, abrir um buraco no chão e enfiar-me lá dentro, tornar-me invisível. Corri até à minha moto como se fosse uma barata tonta. Sentei-me nela, pus o capacete e liguei-a. Não andou.
- Entonces, cariño? Qué pása? – questionava-lhe eu, preocupada. Saltei da moto e tirei o capacete para averiguar melhor o que raio se passava ali. Mal olhei para os pneus, tive de me esforçar imenso para não soltar o meu melhor grito de guerra. Estavam furados!
ÓH! Que miséria de vida! Porquê a mim?! Hum?! PORQUÊ?!
- Mierda! Mierda! Mierda! – berrava eu contra a chuva gelada e contra o vento que fazia o meu cabelo escharcado golpear-me o rosto. Pontapeei os pneus, furiosa. Senti uma picada na zona da barriga onde fui perfurada por uma estúpida bala.
- Mariza? Es tu? Qué pása? – perguntou uma voz latina e fina como seda.
Dilatei as narinas. Olhei para Javi.
- Estás toda mojada! Usted se enferma!
Oh, agora estava preocupado se com um bocadinho de chuva eu ficava doente?! Ele devia era repensar no meu estado mental, após o que aquela víbora me contou!
- Não te preocupes! – disse a minha língua, áspera e seca.
- Pero, qué pasó con las ruedas?
- Furaram os pneus.
- Entonces, ahora necesitas un paseo.
- Não, não quero. – sim, sim, agora ia aceitar boleia dele. Podes esperar sentado! – Eu chamo o reboque.
- Y permanecer aquí sola y atrapar con la lluvia? No! De ninguna manera!
A chuva não me incomodava nem me fazia mal... já ele... não podia dizer o mesmo.
- Ora! É exactamente isso que vou fazer!
- Yo no te voy a dejar! Venir a mi casa (que es próxima), se toma un baño caliente, una muda de ropa y yo te llevo a casa. Ah, y tenemos que hablar.
- NÃO!
- Por que no?
- Porque... Javi? Eu não consigo fingir que está tudo bem, quando não está! Magoaste-me...
- Daño? Cómo?
Bufei, desesperada.
- Tens cá uma lata!
- Qué? – não compreendendo nada do que eu estava a dizer.
- Depois de me ocultares que vais ser pai... e eu ter pensado que tu e eu... – Gostávamos um do outro... – Bem, não interessa!
- Qué estás hablando?! Yo? Padre? – dando uma gargalhada.
- Hey, pára de te rir! Não digas que é mentira! Eu vi a barriga da Elena! – atirei.
- Sí, Elena será una madre... pero yo no soy el padre. – afirmou, calmamente.
- Hã?! – pisquei os olhos, pois a chuva dificultava-me a visão. Quem agora não estava a perceber nada, era eu!
- Sí. Elena se quedó embarazada antes de llegar al Benfica. – Javi sugou uma gotinha de chuva que caiu no seu lábio inferior rosado. – Ella me traicionó... por lo tanto, es que comenzó a distanciarse de mí... – sussurou super triste.
. Oh, meu Deus! Agora... tudo faz sentido. Deves estar... destroçado... – engoli em seco, tentando desfazer o nó na minha garganta. Nem me passou pela cabeça lhe perguntar se ele estava a mentir, porque bolas!, eu conhecia tão bem aquele olhar; era tão sincero e puro de verdade.
- Roto? Yo? No... Elena fue pasado...  yo sé lo que quiero ahora. – murmurou estas últimas palavras muito perto de mim. Fechei os olhos, sentindo-o. Devido à mínima distância entre nós eu conseguia cheirar e saborear no ar o seu doce perfume, agora misturado com o odor da humidade.
- Hum... – ronronei.
- Y tú eres mi futuro...
Abri os olhos e vi-o a sugar todo o poder e fulgor que emanava no meu olhar felino e neste preciso momento, sedutor.
- O que queres dizer com isso? – indaguei com a voz fraca.
- Quiero decir que es lo que quiero.
- Sou? – perguntei, surpreendida.
- Tanta incertidumbre... ya deberías saber eso.
- Óh... hum... – comecei a corar, envergonhada.
- Ah, me encanta el rubor en sus mejillas. – comentou, aflorando as minhas bochechas. E eu adoro que tu adores, pensei.
- Estás con frío. Ven a mi casa.
Olhei para os seus olhos brilhantes, demasiado tentadores e convidativos.
Sinceramente, estava quase a beter os dentes com tanto frio que me fazia queixar desde a pele até ao osso.
- Está bem. – Javi sorriu, tirou o seu casaco e instalou-o nos meus ombros. Enquanto nos encaminhámos para o carro, passou um grupo de rapazes por nós e olharam-me de alto a baixo, trocando segredinhos uns com os outros. Assim sendo, Javi pousou o seu braço direito nos meus ombros e o seu queixo pairava no cimo da minha cabeça, chegando-me mais a ele. Um acto que só um macho alfa de uma matilha podia fazer: uma marcação de território. Soube-me tão bem ser apenas uma fêmea a precisar de miminhos e de ser protegida.


Quando Javi ia entrando na garagem, admirei o exterior da bela vivenda.
Entrámos em casa. O hall de entrada e a sala de estar eram decorados em tons de creme e grená. Javi levou-me até à casa-de-banho. Foi ao seu quarto buscar uma T-shirt e umas calças de treino largas. Senti um leve arrepio na espinha, pois lembrei-me da roupa que levei à Battle. Javi disse-me para pôr a roupa molhada à porta da casa-de-banho para depois ele levar para a máquina de lavar roupa e, de seguida, para a de secar. Assim o fiz. Entrei no polibã e assim que a água quente me penetrou nos poros, quente e carinhosa, senti-me instantaneamente melhor.
Ensaboei-me com um gel todo cheiroso que o Javi tinha.
Passado um bocado, ainda com a água a escorrer pela minha cabeça e pelo corpo, viro-me para a frente e esqueço-me de como se respira.
Javi tinha aberto a porta do polibã e estava em tronco nu a olhar para mim com uma expressão impotente. Não sabia se havia de me tapar ou assim, por isso, deixei estar o meu cabelo comprido a cobrir-me um pouco dos seios.
- Queres... entrar? – não sei onde raio tinha arranjado tanta coragem.
Voltei a respirar mas com fraqueza. E num piscar de olhos, Javi atacou os meus lábios carnudos, sedento. Sim, ele parecia um vampiro sedento de sangue, mas naquele caso, parecia sedento de mim. Passei os meus braços finos e firmes pelo seu pescoço, aprofundando o beijo, chegando-o mais a mim. Encaixavamo-nos tão bem e tão perfeitos como se fossemos duas pecinhas de um puzzle.
Deixei cair os meus braços mais para baixo e pescorri-lhe a espinha com o dedo indicador direito, fazendo-o arrepiar. Javi não largava os meus lábios ou a minha língua e eu nem sequer o deixava. Com as mãos curiosas, passei-as pelo seu peito maciço e pelos abdominais bem definidos. Javi movimentou-se e sem querer, fez-me distanciar-me dele, pois magoou-me na cicatriz da operação.
Ele apercebeu-se e baixou-se um pouco e beijou toda a cicatriz, causando-me arrepios de prazer. Triste, murmurei-lhe:
- É feia...
Ele franziu as sobrancelhas e abanou a cabeça. De seguida, virou-se ligeiramente.
E foi aí que eu vi que também ele tinha uma cicatriz e muito maior do que a minha. Percorri-a com os dedos, deliciada. Javi levantou o meu queixo e levou os seus lábios aos meus, docemente. Encaminhou-se para dentro do polibã.
Despiu-se e ambos perscutámos o corpo um do outro. Quando acabámos de tomar um banho de amor, secámo-nos um ao outro e depois, ele pegou-me ao colo e levou-me para o seu lindo quarto. Deitou-me na sua cama como se eu fosse uma frágil princessa. Beijámo-nos intensamente, tocando toda a pele que revestia o corpo de ambos. Após muitos risos, sorrisos, prazer, gemidos, suplicas e palavras de amor, unimo-nos num só corpo, num só ser apaixonadamente abraçado num nada em que tudo tinha acontecido.
It’s been a long time since I came around Been a long time but I’m back in town
This time I’m not leaving without you...
Pareceu-me ouvir a You And I de Lady Gaga, mas ainda estava meia-ensonada, por isso, não devia ser. Recomeçou a tocar de novo e senti alguém a fazer-me cócegas nas costas nuas. Virei-me (estava a dormir de barriga para baixo, encostada a um corpo muito forte e quente).
- Buenos diaz, amor. – disse a voz de mel do Javi. – Dormir bien?
- Mucho bien. – sorrindo-lhe.
- Tu telefono estaba sonando. – afirmou ele, pegando nele. Afinal, não era apenas a minha imaginação. Peguei no telemóvel e vi quem me tinha ligado. Começou a vibrar outra vez. Atendi.
- Bom dia, Loirinha!
- Bom dia? Bom dia? – perguntava ela, comendo as palavras muito apressada. – Onde raio te meteste?! Não vieste dormir a casa!
- Pois... – rindo-me. Fitei o Javi que estava com uma expressão facial malandra, como a minha. – Longa história, longa história. Depois eu conto-te.
- Mas, onde estás?
- Em boas mãos, acredita.
- Hum... com essa voz... ÓH, não me digas que estás com o Javi!
Ri-me e eu resposta pedi ao rapagão que estava ao meu lado para dizer algo pelo telemóvel.
- Soy yo, Inês.
- Óh, óh! Olá, Javi! O que é que os meninos fizeram para a Mariza estar com aquela voz. – Oh, meu Deus! Que vergonha!
Olhei para a colcha que tinha aos pés da cama e para o seu padrão preto e branco aos quadradinhos.
- Jogámos xadrez! – exclamei, rindo-me.
- Estou a ver que sim! Ainda bem que fizeram as pazes. Bem, Mariza não te esqueças que hoje temos a Pijama Party! Temos de ir às compras!
- Estou pronta para isso! – esboçando um largo sorriso.

domingo, 25 de setembro de 2011

Song's*14


Inês e Rúben falam sobre serem apenas "amigos"


David tenta convencer Inês a ficar em sua casa


David&Inês à noite

Roupas utilizadas para o 14º Capítulo

González observando Inês escolhendo um vestido para o jantar

Roupa utilizada por Inês no Jantar
Roupa que Inês tinha no cacifo

14ºCapítulo - narrado por Inês Oliveira

Mariza já estava em casa, era cedo, eu estava-me a despachar para ir para a Universidade mas antes queria ver como estava a minha melhor amiga. Despachei-me rápido, desci as escadas e toquei-lhe há campainha, Mariza foi quem veio abrir a porta:
- Como te sentes? Tenho de ser rápida que ainda tenho de apanhar um táxi para ir para a escola, vim só ver como estavas.
- Estou bem melhor, brigada Loirinha. Se puderes avisa lá na escola que não vou hoje, em princípio amanhã já devo ir, logo há noite vou ao hospital, para verem se estou a recuperar bem e já me dizem se posso ir ou não.
- Ok, agora tenho de ir se não quero chegar atrasada. Beijão grande, as melhoras, depois diz como correu lá no hospital.
- Claro. Boas aulas.
Apanhei ali um táxi perto do nosso apartamento que era o que andava a fazer nos últimos dias enquanto a Mariza não podia ir há escola. Assim que cheguei há Universidade avisto o Mauro aproximar-se de mim:
- Inês, tens andado desaparecida miúda. Porque vieste de táxi? A Mariza não a tenho visto?
- Ai Mauro, desculpa ontem não deu mesmo para ir fazer o trabalho, nem nestes últimos dias. Têm sido uma loucura. A Mariza? Então não sabes? Ela meteu-se cá numa alhada, tem estado internada. Foi-se meter no meio de umas Battle’s manhosas e acabou por ser baleada, ai pah! Nem sabes como me senti ao vê-la naquela cama de hospital. Mas o que importa é que ela já está em casa a recuperar, não tarda já volta ás aulas.
- Aichhh que cena, se a vires antes de mim dá-lhe as melhoras.… Bem mas agora tenho um convite para te fazer.
- Um convite? A mim? – Respondi surpreendida.
O toque de entrada começa a soar pela escola:
- Falamos depois, boa aula. – Disse-me ele.
- Deixas-me assim? Sem saber nada. Até já.
Fomos para as aulas, os 90min. Passaram a voar e é soado de novo o toque para sair. Encontrei o Mauro no corredor e apressei-me para saber que convite tinha ele para me fazer:
- Então que convite mistério é esse? – Perguntei curiosa.
- Olha estive a pensar e é assim, hoje vai lá a minha irmã e o marido jantarem a casa e vai ser daqueles jantares de família super chatos onde se fala da vida e coisas assim secantes. Lembrei-me em te convidar, ia fazer-te bem porque sempre te distraías um pouco e fazias-me companhia ao mesmo tempo, que achas?
- Ahhh, adoraria, obrigada por te lembrares de mim. Espera o teu irmão vai lá estar?
- Claro é um jantar de família, porquê?
- Oh então se é um jantar de família não sei se devia ir. – Tentei escapar-me de uma conversa séria com o Rúben que tinha ficado pendente na outra noite.
- Porque não? Vá lá, por mim, se não vou apanhar alta seca, e o Rúben vai levar também um amigo e se tu fores já não fico sozinho, anda lá…. – Implorava o Mauro.
- Humm… Ok, convenceste-me.
- Boa! – Disse Mauro radiante. – A que horas digo ao Rúben para te ir buscar?
- Hã, o Rúben o quê? Não, não, deixa eu apanho um táxi, na boa.
- Ok então, vou-te só pedir uma coisinha.
- Claro, diz.
- É que temos de ir apraltadinhos, se não te importares, é uma coisa mais formal, mas não muito, não somos de grandes cerimónias.
- Não sou muito de vestidos nem dessas coisas, mas vou ver o que arranjo.
- A sério? Não te importas mesmo? Aííí, Obrigadões Inês, és uma fixe. A gente vê-se logo então, tenho de ir andando, ajudar lá em casa numas coisas para o jantar. Até logo.
- Até logo.
Acabaram as aulas, e eu fui para casa. Chegada a casa pousei a mala, e fui direita ao meu quarto onde estava o pequeno González em cima da minha cama, fui até ao guarda-roupa escolher algo que pudesse usar logo há noite. Que poderia levar eu?! Tirei tudo o que era vestidos e pousei em cima da cama:
- Este é muito escuro. Muito claro. Muitos brilhantes, Comprido de mais. Curto de mais. Queres ver que não tenho nada para levar. E agora? - A cabeça do González movimentava-se a cada gesto meu a pegar em cada vestido. Agarrei num creme, mirei-o bem, achei perfeito para aquela noite. Guardei todos os outros no roupeiro, deixei aquele em cima da cama e fui tomar um duche. Voltei ao quarto, vesti o vestido, coloquei uns sapatos a condizer, fui até há casa de banho, atei um pouco o cabelo atrás, fiz um penteado simples, olhei para as horas e estava mesmo a tempo. Desci as escadas apanhei um táxi e lá ia eu para um jantar, em casa do R-ú-b-e-n. Lá cheguei, toquei há campainha:
- Deve ser para mim! – Exclamou o Mauro a ir em direcção há porta. Abriu-a. – Inês! Que bom que cá estás. Uau estás uma brasa, ainda dizes tu que não gostas de vestidos.
- Oh a sério? Não abusei?
- Não estás óptima assim, entra entra. – Disse Mauro enquanto fechava a porta.
Assim que entrei, vi o Rúben acompanhado enquanto descia as escadas.
- Manz, aquela é a Inês? Cê não disse que ela vinha! – Afirmou o David.
- Puto, eu não fazia a mínima que ela vinha. Está tão linda. – Murmuravam os dois amigos enquanto desciam as escadas na mina direcção.
- Olá Inês cê está linda.
- Obrigada David. – Corei. – Também não estás mal.
- Oi, não sabia que vinhas. Esse vestido fica-te muito bem. – Disse Rúben meio a medo. Pois desde a outra noite nunca mais tínhamos voltado a falar. – Que é feito de ti? Nunca mais cá apareces-te.
- Ah, o Mauro ainda não te contou? Nem o Javi?
- Que tem o Javi? – Perguntou David preocupado.
- A Mariza tem estado internada, foi baleada, mas agora já está e casa e a recuperar bem.
- A sério? E tu tas bem? – Perguntou o Rúben de imediato.
- Sim eu estou, não fui aquela estúpida battle e a Mariza também não devia ter ido, enfim.
- Battle? Isso é muita perigoso, ouvi dizer. – Disse o David.
- Pois é! Mas a Mariza não devia ter bem essa noção. Bem o que interessa é que ela já está quase boa.
- Sim. Olha Inês anda conhecer a nossa irmã. – Puxou-me o Mauro até há sala, onde se encontravam os seus pais e a sua irmã com o seu marido.
- Então esta é que é a Inês de que vocês tanto falam? – Disse a mãe deles. – Prazer sou a Anabela. – Apresentou-se. – Este é o meu marido, o Virgílio.
- Olá, eu sou a irmã destas duas pestes. Sou a Cátia e este é o meu marido. Já ouvimos falar muito de ti. – Cumprimentou-me lançando-me uma piscadela.
- Prazer. – Disse cumprimentando-os. – Ai sim? Falam? Hum… Espero que bem. – Disse concluindo com um enorme sorriso.
- Há sim. Muito bem aliás. – Respondeu a Cátia.
- O jantar já está pronto. Podem vir para a mesa. – Chamou-nos a D. Anabela que entretanto tinha ido há cozinha buscar o jantar.
Chegados há mesa, todos se começaram a sentar.
- Onde é que eu me posso sentar? – Perguntei.
- Podes ficar aí. – Apontou a sua mãe para a cadeira situada ao lado do Mauro.
Assim o fiz. Estava sentada entre a Cátia do meu lado esquerdo e o Mauro do meu lado direito, à minha frente tinha o Rúben que durante todo o jantar não tirou os seus olhos de mim. Ele estava entre o marido da Cátia e o David. Às cabeceiras da mesa estavam os donos da casa: D. Anabela e o Sr. Virgílio. O jantar estava a ser bastante agradável, riamo-nos imenso, eram todos muito simpáticos e bem-dispostos.
- Bem, vou buscar as sobremesas. – Levantou-se a D. Anabela em direcção há cozinha.
- O que é que se passa entre ti e o meu irmão? - Sussurrou-me a Cátia.
- Nada! Eu e o Mauro somos só amigos. Conhecemo-nos lá na Universidade…
- Não, não, O Rúben, eu estava a falar do Rúben!
- Estavas a falar de quem?! – Engoli a seco. Perguntei surpresa.
- Mais baixo. Não é preciso eles ouvirem.
- Sim, desculpa. – Voltei a sussurrar. – Mas entre mim e o Rú..Rúben, não se passa nada. Que disparate. Onde foste buscar essa pergunta?
- Tens a certeza? Podes contar-me. Mas olha que eu tenho reparado e ele não tirou os olhos de ti o jantar todo.
- Oh é só impressão tua.
- Hum… não sei não. Eu conheço os meus irmão principalmente o Rúben, sempre tivemos uma grande ligação os dois, e eu sempre conheci as namoradas dele e acredita, ele nunca olhou assim para nenhuma delas.
- O que vocês tanto segredam para aí? – Intrometeu-se o Rúben. – Desculpem estar a interromper, mas mana, posso roubar-te a Inês por uns instantes?
- Claro maninho, leva-a lá. – Disse com um enorme sorriso malandro.
- Vens Inês? Eu prometo que não demoro muito.
- Aaaa… Ok.
- Onde vão? Não comem a sobremesa? – Perguntou a D. Anabela vinda da cozinha segurando vários doces.
- É rapidinho mãe, não demora nada. Já cá vimos.
Segui-o até ao quarto.
- Hey Rúben, Está tudo bem?
- Eu acho que sim. Inês. Eu acho que temos um assunto que ficou por resolver.
- Que assunto?
- Nunca mais falamos sobre a outra noite. Eu pensei que me andasses a evitar como nunca mais cá apareceste e o meu irmão também não me dizia nada.
- Hó nada disso. Isto tudo da Mariza é que me tem ocupado muito tempo. E quanto há outra noite … Esquece. Já passou.
- Esqueço? Como esqueço? Inês aquele homem estava-se a atirar a ti, se isso volta a acontecer?!
- Não te preocupes. Eu sou bem capaz de me defender ok?!
- Pois mas…
- Mas o quê?! Oh Rúben, eu conheço-te. Tens alguma coisa aí para dizer, diz de uma vez, somos amigos, certo? Podes falar comigo.
- Amigos? – Disse perdendo a voz, baixando a cabeça triste, parecia até que desiludido. – Pois, amigos. Esquece então, se tu dizes que ficas bem, eu acredito. Vamos descer?
Achei estranha aquela conversa toda do Rúben, mas às vezes ele era sem sentido, e eu fiquei a acreditar que essa era uma dessas vezes.
- A conversa lá em cima tá demorava. Tava fazendo tempo para mi despedir do Rúben, mas tá difícil. A gentji se vê amanhã no treino. Eu vou indo pessoal. Brigada pelo jantar tia. – Despedia-se o David e agradecia à D. Anabela. Ele tratava-a por tia porque desde há muito tempo que o Rúben e o David eram melhores amigos e o David passava a vida em casa deles, por isso era já como se fizesse parte da família.
Abri a porta do quarto seguida de Rúben, íamo-nos juntar ao resto da família e reparamos no David a despedir-se.
- Então puto?! Já vais? – Perguntou o Rúben.
- É mano. A gentji amanhã tem treino bem cedinho.
- Ah! Então espera que eu sai-o contigo. – Disse eu.
- Também já vais? – Disse o Rúben fazendo beicinho.
- Amanhã tenho aulas, lembras-te?!
- Pois é!! Eu ás vezes até me esqueço que tens a idade do meu irmão.
- Como é?! Cê tem a idade do Mauro? – Perguntou o David incrédulo.
- Sim, qual é o espanto?! E qual o vosso súbito interesse sobre os meus anos de vida?
- Nada não, mais você parece ter bastante mais. – O David ainda não acreditava que eu só tinha 19 anos.
- Ok, se querias elogiar, lamento desapontar-te mas não estás a conseguir.
Todos rimos.
- Bem deixem-me só ir buscar as chaves do carro que eu levo-te. – Disse-me o Rúben.
- Não quero que tenhas trabalho. Eu apanho outra vez um táxi. Não me custa nada.
- Hó Rúben, não se chateia não. Eu levo ela. Tou já dji saída e tudo. – Afirmou o David.
- Mas não me chateia nadinha, sabes bem.
- Eu não quero incomodar ninguém, a sério. (preciso de tirar urgentemente a carta) – Pensei.
- Por mim é na boa, até pode ficar pelo caminho, só precisa dizer há direcção.
- É?
- É! Vamos?
- Vou aceitar então. O jantar estava óptimo, obrigada Dona Anabela.
- Dona Anabela não, então? Anabela só sff. E de nada minha querida, aparece sempre que quiseres.
- Há sim a nossa mãe gosta muito da idade que tem. – Disse o Mauro fazendo-nos a todos rir.
- Prazer em conhece-lo, Sr. Virgílio. – Fui-me despedindo dos pais. – Tudo de bom para vocês. – Despedi-me da Cátia e do seu marido. – Até amanhã e obrigada pelo convite Mauro.
- E eu?! Não sou gente? – Refilou o Rúben.
Ri-me.
- Adeus. Até amanhã. – Depositei-lhe um beijo na bochecha ele riu timidamente levando uma mão á cara. – Bora David? Já podemos ir.
Entramos no carro e seguimos caminho. Fui-lhe dando as indicações e depressa chegamos ao meu apartamento. O David estacionou ao pé da porta. Ia para agarrar na minha carteira mas não a estava a encontrar. Comecei a apalpar vários espaços do carro, pois poderia ter caído durante da viagem e com o escuro da noite não se via nada.
- Está tudo bem? – Perguntou o David.
- Ai meu Deus, perdi a minha carteira e agora? – Disse preocupada.
- Eu não vi você pegar bolsa nenhuma.
- Não acredito! – Levei as mãos á cabeça. – Não me digas que a deixei em casa do Rúben!
- Calmaaa… Sua mãe não tá em casa?
- Não David, Eu não moro com a minha mãe por causa da faculdade. Aiiii… Logo hoje que a Mariza teve de ir ao hospital. Eu nem dinheiro tenho para ficar numa pensão. Eu não queria fazer isto, mas não estou a ver mais nenhuma solução. – Respirei fundo, olhei para o David com cara de desespero. – Podes-me emprestar dinheiro para alugar um quarto? Eu prometo que amanhã te pago tudo, se for preciso até dou ao Rúben e depois ele dá-te.
- Oh Inês qui disparate. Claro que não vou emprestar dinheiro p’ra você.
- Hã?! – Disse confusa.
(Confesso que desta não estava há espera. E agora vou ter de arranjar outra solução.) – Pensei.
- Eu não vou deixar você ficar aí em um lugar qualquer.
- Aaaaaaa…Ok. Eu cá me arranjo então. – Disse ainda chocada com a acção do David.
- Eu disse qui não porque eu pensei que cê podia ficar lá no meu apartamento. Eu sei que ele não é propriamente grande. Mais por uma noite e se a gente der um jeito todo o mundo cabe.
(Desta muito menos estava há espera) – Pensei novamente.
- Desculpa David mas não posso aceitar. Não vais deixar uma qualquer lá em casa.
- 1º Cê não é uma qualquer, ou acha que meu melhor amigo escolhe assim qualquer uma?! 2º Não vou deijar você ficar na rua não.
Corei. Ele era um querido.
- E a tua namorada? Achas que vai achar piada quando souber que teve lá outra rapariga?
- Quê? Qui namorada?
- Não tens namorada? (Como é possível? Bem esta noite eram só surpresas)
- Não! Não tenho não. P’la sua cara, ficou surpreendida...
- aaa…pois. – Tossi. Fiquei atrapalhada.
-Bem, desculpa... pensei mesmo que tivesses namorada... – Voltei a corar.
- Porquê? – Perguntou fazendo uma expressão marota.
Olhei para ele, e cada vez corava mais, era uma sensação tão estranha, senti uma mexa do meu cabelo escorregar-me para frente dos olhos, o David elevou a sua mão direita a ela, puxando-a para o lado. Os meus olhos ficaram postos nos seus.
- Os seus olhos são tão lindos que é crime qualquer coisa os tapar. – Disse com a sua voz tão suave e delicada.
Estava sem respostas e sem qualquer tipo de fala, do nada saiu-me:
- Ok. – Disse estragando o momento.
- Ok o quê? - Perguntou confuso.
- Eu aceito. – Sussurrei.
- Quê?! Não tô ouvindo? – Disse o David, brincando.
- Eu aceito, não vou ficar na rua, também é só por uma noite. Obrigada.
- Exacto. – Disse ele, pondo já o pé no acelerador.
Foi um instante até sua casa. Subimos as escadas, ele abriu a porta, entrou:
- Seja bem-vinda ao meu palácio. – Ironizou. Entre e fique há vontade.
- Ah, muito obrigada. – Brinquei também.
- Olha não liga p’ra desarrumação não, que hoje com o treino e o jantar não tive grande tempo.
Observei aquele espaço, que era só a sala, e a única coisa que via ‘desarrumada’ era um simples copo de refrigerante em cima de uma mesinha de vidro entre o sofá e a televisão. Ri-me. Ele só podia estar a brincar comigo, pois aquela era a casa de um jovem solteiro mais arrumada que já pude ver na minha vida, e ele estava a chamar àquilo desarrumado.
- Como tá vendo aqui é a sala, aqui do seu lado direito é a cozinha. – Disse apontando. – A porta ao lado é o banheiro, e em frente tem meu quarto, ondji você vai dormir.
- Onde vou quê?
- Eu achei melhor, p’ra você ter mais privacidade. Eu vou ficar essa noite no sofá.
- É que nem penses! Não posso aceitar.
- Porque não? Não vai ser teimosinha outra vez.
- Oh, não é isso David, mas tu amanhã tens treino bem cedo, dormires no sofá não te vai fazer bem, além do mais aqui a cabeça no ar fui eu, e já me dou por satisfeita por não estar a dormir na rua, por isso, eu fico no sofá.
- Pronto ok ok, não insisto mais, não vou discutir com você, vou buscar umas mantas e assim.
Sentei-me no sofá há espera dele.
- Aqui tem, fica há vontade, se precisar de alguma coisa é só chamar. – Disse indo para o seu quarto.
- Boa noite, e obrigada.
- Boa noite, dji nada. Durma bem loirinha. – Sorriu. Sorri-lhe também. Só uma das pessoas mais importantes da minha vida me chamava de loirinha, e ao ouvi-lo do David foi arrepiante o que me deixou completamente K.O.
Adormeci depressa, ainda de vestido. Era meio da noite, o David acordou e direccionou-se há cozinha para beber um copo de água, ao passar pela sala, ouviu os meus dentes que rangiam fortemente com frio.
- Inês, Inês acorda. – Chamou-me ele.
- Hã, que foi?! – Disse meia ensonada. – Da..vi..d..Que…estás..a..fazer...acordado. – Tentava falar enquanto tremia.
- Inês, cê tá bem? – Perguntou preocupado. Tocou-me. – Estás congelada. É melhor ires lá p’ra dentro.
- Mas eu..estou..bem…Isto..já..passa…
- Se você não for vai si constipar. Anda, vem. - Estendeu a sua mão para mim.
Estiquei o braço pousando a minha mão gelada na dele que estava bem quentinha, tentei levantar-me, mas o meu corpo gelava.
- Cê tá completamente gelada. Coloca aqui as mãos. – Disse apontando em volta do seu pescoço.
- Que vais…fazer…?? – Perguntei agarrando-me ao seu pescoço. Ele colocou-me uma mão nas costas, e outra há volta das pernas, erguendo-me e levando-me para o seu quarto. Deitou-me na sua cama e tapou-me.
- Pronto, aqui você fica melhor. Agora dorme. – Depositou-me um beijo na testa e ia a dirigir-se há sala.
- Espera! Onde…vais… - Ainda tremia, mas já estava bem melhor, mais quente e confortável.
- Eu vou ficar no sofá, ainda é cedo.
- Fica aqui…comigo.
- Cê tem a certeza?
- Ainda tenho frio.
O David sentou-se há cabeceira da cama. Voltei a deitar-me colocando a minha cabeça sobre as suas pernas.
- Estás melhor?
- Sim, obrigada mais uma vez.
- Que é isso, não tem de agradecer. Mas você agora me deixou bastante preocupado. – Dizia ele enquanto passava os seus dedos pelos meus longos cabelos loiros que me fizeram adormecer. Não muito depois acabou ele também por adormecer.
Já era manhã, os raios de sol atravessavam a janela, que batiam na minha cara e me fizeram acordar. Abri lentamente os olhos, olhei para o meu lado e tinha o David ‘colado’ a mim. Os seus braços envolviam a minha cintura, tentei descolar-me dele lentamente para que não acordasse, mas sem sucesso. O David acordou, olhou para mim:
- Como estás? Dormis-ti bem? Já vais?
- Já estou bem melhor, obrigada. Não sei que horas são, por isso vou despachar-me.
- Vai na cozinha, tem lá um relógio na parede.
Fui até há cozinha:
- Não pode ser. AI EU VOU CHEGAR TÃO ATRASADA. – Comecei a stressar. Voltei ao quarto.
- Que horas são? - Disse o David enquanto colocava uma camisola.
- 8:30h, A minha 1ª aula já começou, já não chegou a tempo.
- Eu dou uma carona p’ra você até lá.
- Vou aceitar, vamos? – Disse stressadissima, nem pensava direito.
- Vai assim sem comer nada?
- Eu depois como qualquer coisa lá na escola, só quero ir trocar de roupa. Desde o incidente das tintas no 1º dia que tenho uma muda de roupa lá na escola, como já não vou há 1ª aula dá tempo para me trocar.
- Que incidente?
- Deixa eu conto-te outro dia, só te vou pedir uma última coisinha. Emprestas-me só um casaco, para eu não ir nestas tristes figuras para a escola?!
- Oh claro, mas deixa que lhi diga, que não é nenhuma triste figura, cê fica perfeita nesse vestido. – Pegou um casaco de trás da porta. Vesti-o rapidamente e saímos. Entramos no carro, disse-lhe qual era a Universidade e depressa lá chegamos.
- Mais uma vez, mil obrigadas David. E Desculpa a noite de ontem, não deves ter dormido nada de jeito.
- Pelo contrário, dormi muito bem mesmo. Só espero que você tenha ficado mesmo bem.
- Sim eu fiquei, logo devolvo-te o casaco. Se não deixo-o em casa do Rúben.
- Há tá, eu passo lá logo.
Depositei-lhe um beijo na sua bochecha rosada e saí a correr até aos cacifos, e o David seguiu viagem para o treino. Agarrei na roupa que lá tinha, fui até ás casas de banho vesti-la mas antes de trocá-la eu só conseguia sentir aquele cheiro que me inalava fortemente pelo nariz acima, um cheiro intenso que me deixava hipnotizada, o cheiro que vinha do casaco do David e me fazia lembrar da noite passada.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Song's*13


Quando Mariza chega à Battle de Hip Hop


Mariza leva um tiro


Elena conta a Mariza que está grávida de Javi


Mariza apercebe-se que não pode amar Javi

Roupas utilizadas para o 13º Capítulo

Roupa utilizada por Mariza

13ºCapítulo - narrado por Mariza Martínez

Tinha acabado de chegar das compras. A minha mãe tinha ido trabalhar para a loja e eu estava sozinha em casa. Não sabia o que Inês estaria a fazer ou até mesmo se estava em casa. Vesti a camisola cheia de padrões coloridos, umas calças largas, atei o cabelo e pus um boné. Esta era a roupa mais desportiva que tinha comprado. Já sabia que Ricky não vinha comingo à Battle de Hip Hop, portanto só podia contar comigo mesma. Veio mesmo a calhar a ausência do professor de História que estava doente e tinha ficado em casa. Fui à internet, mais precisamente ao Google Maps para ver o caminho que tinha de percorrer até à Amadora. Fixei-o muito bem na mente. Pus o telemóvel no bolso das calças. Saí de casa. Liguei a moto e tentei concentrar-me na condução e não na camada de nervos que assombravam a minha barriga.
(15 minutos depois...)
A mãe de Mariza entrou em casa à procura da folha onde tinha apontado as encomendas que eram preciso ser feitas esta semana na mercearia. Não a estava a conseguir encontrar e já estava a ficar preocupada. Tocam à campainha; pensou ser a sua filha.
Abriu-a. Era a Inês, a melhor amiga de Mariza.
- Boa tarde, Sra. Martínez! A Mariza está? – esboçando um leve sorriso.
- Oh, olá Inês. Não, até pensava que era ela, mas ainda deve estar na Universidade.
- Hum... um colega dela disse-me que hoje não tiveram História e é o dia de folga dela no estágio...
- A sério?! Estranho...
- Pois... hum, olhe eu vinha aqui entregar-lhe o batom que ela me imprestou...
- Entra Inês e leva-o ao quarto dela, por favor. Estou tão atrapanhada! Tenho de encontrar uma coisa e não a encontro! – exclamava à procura da folha na sala de estar.
- Com licença – pediu Inês. Dirigiu-se ao quarto de Mariza e deixou o batom em cima da sua secretária. Quase escorregou num papel que estava caído no chão. O seu aspecto colorido e apelativo chamou à atenção dos olhos de Inês. Pegou no papel e leu o conteúdo. – Uma Battle de Hip Hop? Na Amadora? – quase soltou um gritinho, mas a sua mão na boca, deteve-a. Dobrou o papel e enfiou-o no bolso detrás das suas jeans.
Despediu-se da Sra. Martínez e subiu as escadas até à sua casa. Abriu o papel e deu voltas e voltas no seu quarto. Até o pequeno González estava a começar a ficar nervoso.
- Será que ela não tem juízo nenhum, González?! O que devo fazer? AH! Se calhar é apenas um ensaio da Academia. Vou ligar-lhe. – ligou. Chamou, chamou, mas não atendeu. – Vou antes ligar ao Ricky. Se é um ensaio, o par dela deve estar com ela, certo? – continuando a falar para o seu gatinho felpudo.
- Estou? – respondeu Ricky.
- Ricky! Olá tudo bem?
- Comigo está tudo óptimo.. tu é que pareces não estar assim tão bem. Passa-se alguma coisa?
- Não sei, diz-me tu! A Mariza está contigo? Estão num ensaio?
- Não e não, porquê?
Inês mordeu o lábio.
- É que... eu acho que ela foi a uma Battle... perigosa...
- O QUÊ?! ELA FOI?
- Já sabias?!
- Sim ela tem-me falado nisso. Só que pensava que ela tinha desistido da ideia, por isso não fui com ela...
- Achas que ela ía desistir?! Quando mete uma coisa naquela cabeça não pára até a realizar. Então, isso significa que ela foi sozinha? Para a Amadora? Onde habitam gente perigosa?!
- Exactamente... – disse Ricky todo preocupado.
- E agora? Que raio faço?
- Calma! Eu vou apanhar um táxi e vou-te buscar para irmos lá os dois, boa?
- Boa! Então, até já. Quando estiveres perto, dá-me um toque.
- Okay, até já. Beijos.
Inês desligou o telemóvel com as mãos a tremerem um pouco.
- González! Eu sinto que algo vai correr mal! Eu tenho... tenho de... hum! – Inês pressionou as teclas do telemóvel com força e marcou um número que de certeza a ía ajudar. Quando ouviu uma voz do outro lado, disse:
- Javi? É a Inês. Tens de me ajudar! Sinto que a Mariza está em perigo! – exclamou.
(15 minutos antes...)
Estacionei a minha moto ainda um pouco longe do sítio indicado no folheto. Caso, ouvesse algum problema, queria-me certificar que a minha moto não pagava caro os irritanços do pessoal. Tirei o capacete, pus o boné e caminhei. Quando cheguei ao local estipulado, esbugalhei os olhos. Onde raio me tinha metido?!
Diante dos meus olhos estavam imensos grupos de pessoas de cor com ar de quem metia muito respeito. Os grupos de dança começavam a fazer os aquecimentos e os que estavam apenas a observar como eu, começavam a cantar uns cânticos estranhos.
Tentei não parecer assustada, o que era dificil. Os grupos começaram a dançar como se estivessem num forte duelo entre guerreiros com duas espadas nas mãos.
Engoli em seco, quando vi os primeiros socos e pontapés entre os dois primeiros grupos. Olhei para trás e vi ainda mais pessoas, estimulando os cânticos e enfurecendo ainda mais os grupos de dança. Não havia escapatória...
Javi García tinha recebido as devidas indicações de Inês sobre a localização de Mariza.
O seu BMW era conduzido a 120 km. Tinha de a ajudar. Tinha de a tirar dali. Segundo, Inês, uma Battle de Hip Hop nunca acabava bem e se acabasse bem, esse facto equivalia a mais ou menos cinco pessoas esfaquiadas. E se Mariza fizesse parte dessa estatística?! Ou pior... e se Mariza não saíria com vida daquela estúpida Battle?! Javi abanou a cabeça com esperança de todos aqueles pensamentos mórbidos se evaporassem da sua cabeça.
- Calma! No puedo pensar negativamente. En primei lugar, tengo que llegar hasta allí.
E assim, pressionou com mais força o pé no acelerador.
Depois dos mais picantes grupos dançarem e agredirem-se uns aos outros, porque se sentiram injustiçados com o vencedor, só conseguia ouvir gritos, ver pessoas a afastarem-se e a correrem. Pareciam uma manada de zebras a fugirem de uma chita esfomeada. Muitas das pessoas atrás de mim fugiram para um descanpado ali perto, como eu fiz. Nem tentei manter diálogo com os que estavam perto de mim; só queria pensar numa maneira de sair dali.
Javi já tinha estacionado o carro ao lado da moto preta e brilhante de Mariza. O seu coração bateu com mais vigor ao pensar que estava perto dela.
Olhei à volta e pareceu que os ânimos já estava mais calmos. Tudo aquilo parecia ter saído de um filme de terror, como se fosse uma dura batalha entre dois povos; uns a tentarem libertar-se da dependência que tinham pelos outros e os restantes e tentarem manter o seu poderio e suberania pelos mais fracos. Assim sendo, levantei-me, rijida.
E comecei a caminhar até onde outrora se tinham concentrado centenas de pessoas.
(2 minutos depois...)
Javi subia agora uma pequena colina, onde daria lugar a um descampado (o lugar indicado no folheto da Battle). Já estava perto. Muito perto.
O seu coração abrandou, quando viu uma pessoa a correr, parecendo sem rumo, com uns longos caracóis negros a balançarem de um lado para o outro. Não conseguia ver bem, pois o céu estava escuro e ameaçava começar a chover.
(2 minutos antes...)
Corri pelo descampado; devia parecer uma tonta patética, mas não me interessou. Só queria zarpar dali o quanto antes. A minha visão estava pouco nítida, mas pareceu-me avistar um rapaz alto e muito bem parecido, vir na minha direcção. O rapaz aproximava-se mais e mais de mim. Enrroguei a testa, quando vi o Javi.
- Javi? – murmurei.
Continuei a olhar para ele, maravilhada com o efeito que a chuva deixava no seu cabelo.
Subitamente, ouvi um forte disparo e depois, senti algo perfurar o meu abdómen. Engoli em seco e fechei os olhos para conseguir suportar melhor a dor. Vi que Javi tinha entreaberto a sua boca tentadora e que o rubor que sempre encontrava nas suas bochechas tinha desaparecido.
Ele olhava agora para a minha barriga. Com curiosidade, olhei também. A minha respiração foi cortada ao ver a minha camisola ensopada de sangue na zona onde sentia dores fortes. Lentamente, levei a minha mão àquela zona. Virei a palma da mão para mim e vi o meu próprio sangue num vermelho muito vivo. Comecei a sentir tonturas; não gostava nada de ver sangue.
Ouvi Javi gritar o meu nome e correr até mim. Via a mínima distância que nos separava, mas nos meus ouvidos, essa distância pareciam km. Javi apanhou-me ainda antes de atingir o chão molhado. Levantei a mão direita e fiz festinhas no seu rosto. Vi uma gota de água escorregar pelo seu rosto, fiquei na dúvida se era uma gotinha de chuva ou uma lágrima. Se fosse uma lágrima... porque razão estava ele a chorar? Nunca me tinha sentido tão feliz, tão protegida pelos seus braços, tão acarinhada. Não sei porquê, mas os meus olhos queriam-se fechar, mas eu lutava contra eles e tentava perceber o que o meu anjo, o meu herói me dizia.
- No te preocupes, voy a llamar a una ambulancia. Vas a estar bien.
- Tenho sono... Javi...
- No tienes nada... Recuerdas la noche anterior? Estabas hermosa. – dizia Javi, afagando-me o cabelo, o rosto, as mãos.
- Nós... dançámos... não foi?
- Sí, sí! Te recuerdas! – sorrindo. Tentei sorrir também.
- Javi? Eu... tenho mesmo sono... Ficas aqui? Até eu acordar?
- Claro, siempre! Pero no duermas. No tienes suenõ...
- Tenho, Javi! – falei mais alto. Ouvi uma sirene irritante que também não me deixava dormir. Alguém me punha algo em cima da zona da barriga que me ardia. Tinha a boca seca. Cheirava a terra molhada. Alguém me pôs numa maca e Javi largou-me a mão.
Fiquei chateada. Chamei por ele. Sentia a voz rouca. Ele finalmente, chegou-se perto de mim. Entrei na ambulância e ele sentou-se perto de mim. Sorri-lhe e murmurei:
- Amo-te...
- Yo también te amo... – e depositou-me um beijo na bochecha molhada.
Comecei a sentir os olhos a reviram-se, quando já estávamos em movimento.
Não consegui lutar mais contra as minhas próprias palpebras e fechei os olhos.
(42 horas depois...)
- Mariza? Mariza, estás acordada? Estás a mexer as mãos! – exclamava Inês ao meu lado. Abri os olhos a custo. Voltei a fechá-los, de repente, devido à forte claridade do quarto. Pestanejei várias vezes e respirei uma forte golfada de ar. Olhei à minha volta.
Inês agarrou-me na mão esquerda; estava tão quente... ou então era eu que estava gelada. – Como te sentes, Espanholita?
- Estranha. Parece que dormi uma eternidade. – tentei sentar-me, mas começou-me a doer o abdómen. – AU! Mierda!
- Tem calma! Não podes fazer movimentos bruscos.
- Não fiz nenhum movimento brusco, apenas me queria sentar.
- Mas estás bem assim; descansa.
Suspirei e afundei-me na cama.
- Estou no hospital, certo?
- Óbivo! Perdeste muito sangue.
- Perdi? – fazendo uma careta.
- Não te lembras? – abanei a cabeça. – Não te lembras de nada do que aconteceu?!
Mordi o lábio gretado.
- Eu estava na Battle...
- Sim...?
- Ouvi gritos e pessoas a correr de um lado para o outro. Escondi-me... mas, depois queria fugir. E vi alguém... O JAVI ESTAVA LÁ! E... comecei a sentir dores e... não me lembro de mais nada.
Inês tinha prestado muita atenção aos meus relatos, mas estava surpreendida.
- As dores que sentiste, Mariza, foram causadas por uma bala! Levaste um tiro!
- A sério? – abri muito os olhos. – Meu Deus...
- Pois! Qual foi a tua ideia de ires àquela porcaria sozinha?! Hum?! Estavas bêbeda?! Se não fosse o Javi, podias estar morta por esta altura!
- Se não fosse o Javi...?
- Sim, foi ele que te encontrou e chamou uma ambulância a tempo.
- Uau! Foi outra vez o meu herói... mas, como sabia que eu estava na Amadora?
- Fui eu que lhe liguei! Estava em pânico, Espanholita! Fui a tua casa, tu não estavas, a tua mãe não sabia de ti. Liguei-te, não me respondeste! Liguei ao Ricky e foi ele que me disse que estavas sozinha na Amadora! Tive de ligar ao Javi! – disparou Inês.
- Acho que fizeste bem. – sorrindo-lhe. Comecei outra vez a sentir sono.
- Estás cansada?
- Um pouco...
- São os comprimidos que te fazem sono. Vou chamar uma enfermeira, está na hora de mais uma dose.
- E não! Não, Loirinha! – implorava eu. Estava farta de dormir.
- Tu está-me calada! Sempre que penso na loucura que cometeste, só me apetece é chegar-te ao pêlo! – afirmou Inês, furiosa.
- Pronto, pronto. Vai lá chamar a criatura que passou horas a drogar-me.
Inês saiu do quarto. Passado um bocado, veio uma enfermeira.
- Bom dia, sente-se melhor?
- Sentir-me-ia melhor se falássemos na minha alta.
- Ainda vai ter de esperar... – ela observou a catrefada de máquinas que se distribuiam à minha volta. Olhei para o lado direito. Vi um colchão no chão.
- Porque é que há um colchão no chão?
- Oh, foi o seu namorado que pediu.
- O meu... namorado? – fiquei parva ao ouvir aquilo.
- Sim. À noite, ele chegava muito cansado do trabalho e acabava por adormecer. Então, nós optamos por trazer um colchão para ele dormir melhor. O seu namorado é muito querido. Tem muita sorte.
- Hum, pois, obrigada...
- Estou a cansá-la... vou-a medicar. Daqui a poucos segundos vai estar outra vez a domir.
- Oh, não me diga.
- Mas não se preocupe. Vai acordar antes da hora das visitas ter terminado.
- Hum... – já me sentia drogada. Adormeci.
Acordei da parte da tarde e a mesma enfermeira de manhã, entrou no quarto.
- Recebeu uma visita. Posso mandá-la entrar?
Esbocei um sorriso. Devia ser o Javi.
- Claro! – assim, a enfermeira saiu e a minha visita entrou. Esbugalhei os olhos.
- O QUE ESTÁS AQUI A FAZER? VIESTE MAGOAR-ME? MATAR-ME?
- Cállate! Ellos pueden pensar que han venido a prejudicar.
- E não vieste para isso?
- Claro que no. Vino a ver cómo estabas...
- Estou bem, obrigada.
- Usted no parece estar bien.
- Isso é porque estou a ser medicada.
- Hum... bueno, en realidad he venido aquí para decirte algo.
- Logo vi que não tinhas vindo para ver se eu estava bem...
- Sé que eres joven, pero de todos modos, tienes que saber lo que está pasando.
- E o que é que se está a passar?
- Estoy embarazada.
Pestanejei os olhos.
- Estoy embarazada de Javi.
- O quê?!
- Sí... él no fue capaz de decirte... por lo tanto y como soy mujer, pensé que era mejor decirte.
- Eu... eu não acredito numa única palavra que disseste!
- Esto ya no me preocupa.
Respirei pela boca com dificuldade.
- Não acredito... não acredito.
Elena destapou a barriga e vi com os meus próprios olhos a verdade. Depois, ajeitou o cabelo, meteu a mala ao ombro e disse:
- Me voy. Las mejoras. Adiós. – e foi-se embora.
Como é que isto me podia estar a acontecer? OH, MEU DEUS! Isto de certeza é uma praga! Uma maldição! Merda para esta vida! Merda para a minha pouca sorte! Merda para a Elena! Merda para o Javi! Merda para todos! – gritava para mim própria, sufocando com o meu próprio ar e lágrimas. Oh, lágrimas! Porque raio eu chorava?!
Chorar por amor? Que tontice! Mas, não conseguia parar... Mais valia chorar tudo o que tinha para chorar, agora! Tudo de uma vez! (...)
A noite tinha chegado e com ela, as últimas visitas que podia receber.
A minha mãe, a Inês e o Ricky estiveram lá, mas quando a enfermeira me disse que o meu namorado queria entrar, tudo o que queria era berar-lhe e dizer-lhe que não o queria ver. Depois, pensei melhor e disse à enfermeira que eu estava muito cansada e só me apetecia dormir. Disse-lhe também, para lhe agradecer toda a ajuda que ele me deu e um pedido de desculpas.
No dia seguinte, recebi o doutor. Ele examinou-me e fui fazer uns exames.
Hoje já podia sair, desde que prometesse que nunca me esqueceria da medicação para ajudar a cicatrização da ferida que se estendia da costela esquerda até ao umbigo, devido à funda operação. Também, não podia fazer grandes esforços físicos e podia esquecer entrar na Academia durante 3 semanas. A minha mãe chegou e fomos de táxi para casa. Durante o caminho, pensei no Javi. Como é que ele tinha a lata de não me conseguir dizer que tinha engravidado a sua ex-namorada?! Tinha de o esquecer! O quanto antes! Ele não era benéfico para mim. E agora, tinha uma grande responsabilidade em mãos: ser pai. E eu era apenas uma adolescente de 18 anos que tinha de estudar, arranjar um emprego estável e viver a vida da melhor maneira possível e ter um amor proíbido com um jogador de futebol não era a melhor maneira de se viver.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Song's*12


Momentos Inês&David


Beijo Inês&Rúben


1ª Musica que dançamos


Outra das músicas que dançamos no bar


Tango de Mariza&Javi

Roupas utilizadas para o 12º Capítulo

Roupa utilizada por Inês

12ºCAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Estávamos já no parque de estacionamento do Estádio da Luz, quando avistamos o Javi aproximando-se de nós. Reparei na Mariza que estava tipo em transe, não conseguia tirar os olhos de Javi.. A minha vontade era de rir há gargalhada, mas estava tão nervosa por ir para os camarotes que o meu riso estava a ser consumido pelos nervos e ansiedade.
- Hola! Como están desde ayer?
- Bem. Muito bem! – Respondeu de imediato Mariza soltando um suspiro.
- Y tú Inês? Más tranquila? Te llegas bien la casa?
- Sim estou obrigada. E sim cheguei. Não quero ser antipática mas podemos não falar sobre isso. Agradeço.
Eu não queria falar mesmo. A viagem de carro que tinha tido ontem depois do treino, tinha sido a viagem mais longa da minha vida. Fomos do campo de treino até minha casa num silêncio mortífero. Acredito que nem nas carrinhas funerárias aja mais silêncio. Enfim, recusei-me olha-lo todos aqueles quilómetros, e o Rúben também não teve coragem de dizer fosse o que fosse, pois sabia que se disse-se alguma palavra acabaríamos por dizer coisas um ao outro das quais nos poderíamos vir a arrepender. Mas a noite de hoje prometia e eu tinha era de aproveitar.
O Javi encaminhava-nos até aos camarotes. O Segurança que estava há porta apontou os nosso nomes, entramos, e naquela pequena sala já se encontravam as mulheres dos jogadores do plantel encarnado.
Assim que Javi se despediu de nós para se ir equipar, eu e a Mariza senti-mos os olhos daquelas mulheres curiosas postos em nós.
- Boa noite! – Dissemos.
Mas não obtivemos resposta. Naquele preciso momento entram mais duas mulheres:
- Hey! Tenemos caras nuevas hoy? Hola soy la Romanella y esta es la Eliana. Somos enamoradas del Saviola y del Gaitan respectivamiente. – Apresento-se Romanella com um enorme sorriso e super bem disposta. - Tenemos aquí unas sandes y unas bebidas.
Romanella começou a distribuir a comida pelas respectivas mulheres presentes naquela sala, enquanto fazíamos as apresentações:
- Hola. Yo soy Magali Aravena. Novia del Salvio. Placer.
- Y yo soy la Coki Rojas mujer del Jara.
- Prazê, eu sô mulher do Júlio Cesar. Meu nome é Luisa Jacobi.
- Yo soy Ana Laura, mujer del Maxi, mucho placer, sean bienvenidas.
- E eu sou a Mariza Martinez e esta é a minha amiga Inês Oliveira. – Adiantou-se Mariza não me deixando abrir a boca.
- Y vosotros son las novias de quién? Nunca te habíamos visto por aquí. – Perguntou a Magali.
- Não. Nós somos só amigas. – Disse a Mariza.
- Dji quem? – Perguntou curiosa a Luisa.
- Do Rúben e do Javi. – Respondeu a Mariza.
Depois das apresentações Romanella chegou a nós e reparou que não havia comida suficiente. Mariza começou a sentir-se pressionada por um olhar penetrante de uma mulher alta, cabelos longos e loiros que ainda não se tinha apresentado.
- No tengo que llegue. Voy a buscar más. – Disse Romanella sempre sorridente.
- No! yo voy a buscar. Necesito de cambiar de aires! – Disse a tal mulher um pouco furiosa.
- Não liguem p’ra ela não. A Marta não é assim, ela só devi ter feito isso, porque ela e Elena, a ex-namora do Javi eram super amigas. – Avisou Luisa.
- Há compreendo, Gracias pelo aviso. Pensei que ela não nos quisesse aqui.
- Hablas español? No de certeza que es aún sólo a causa de Elena. Todas nosotros nos gustaba, pero Marta tenía una mayor conexión con ela..
- Há estou a ver. Sim falo, eu nasci em Barcelona, …
Mariza estava-se a integrar naquele grupo de mulheres, eu mantinha-me sentada num sofá, observando-as enquanto falavam espanhol que por sinal me fazia lembrar de Fernando e me deixava um pouco em baixo.
- Inês, viene a juntarte a nosotros. – Disse Romanella. - No me digas que no percibes Español?
- Tem de perceber se não como namorava com o Fernando Torres? – Saiu disparado da boca da Mariza. – Ai Desculpa Loirinha não queria falar nele.
- Não faz mal.
- Fernando Torres? Muy bien. Pero qué mal tiene? – Pernguntou Romanella fazendo o seu sorriso desaparecendo ficando séria.
- Nós acabámos hás uns dias. Não levem a mal mas preferia não falar disso.
- Claro, por supuesto, lo entendemos. Ahora vemos a nuestros chicos. – Cortou Ana Laura o ambiente entristecido.
- Alguna cosa puedes hablar conmigo. Ahora tú y la Mariza ya forman parte de nuestro grupo. .Te sienta aquí y vamos a ver el juego. Disse-me Romanella.
Era dado o apito inicial, os jogadores já corriam e a bola já rolava pelo campo. O jogo debatia-se no relvado, fincamente. Eu e a Mariza trocava-mos algumas impressões e as restantes raparigas ao nosso lado também iam comentando. Não precisava de estar muito atenta ao jogo para ver que o Rúben parecia fazer turismo no relvado em vez de lutar pelas jogadas. Mariza mordiscava o lábio ao ver que Javi deixava a bola adversária correr á vontade no meio-campo. Parámos todas de respirar quando uma bola nos pés de um jogador do Beira-mar saiu lançada a baliza encarnada. Mas Júlio defendeu sem preocupações. Luísa ficou radiante. O Benfica saiu para o contra-ataque; Saviola furou pelos defesas e Salvio MARCOU. Ouve uma grande agitação naqueles camarotes por uns instantes. Faltavam poucos minutos para o final da 1ª parte quando Jorge Jesus decide fazer a 1ª substituição. Tira Rúben Amorim e coloca Maxi Pereira.
O Rúben não estava a fazer um bom jogo, e o treinador mando-o para dentro, assim que entrou nos balneários, nunca mais o vimos. Comecei a ficar preocupada. Será que ele se tinha lesionado? Quem é que eu queria enganar, ele tava mal por causa do que lhe disse. Mas também não me interessa, se ele está mal a culpa não é minha.
- Inês! Inês! Estás bem? – Perguntou-me a Mariza preocupada.
- Porque não haveria de estar?
- Pareces inquieta e pensativa.
- É só parecer. – Menti pois não conseguia parar de pensar no estado do Rúben.
É dado o apito do final da 1ª parte do jogo, estava Benfica 1-0 Beira-mar. Os jogadores recolheram-se até aos balneários.
- Então manz, qui si passa com cê? – Perguntou David, preocupado por ter visto o seu melhor amigo sair antes do final da 1ª parte.
- Oh manz, eu ontem podia ter falado com ela mas não fui capaz e ela está a odiar-me. ISTO ESTÁ A DEIXAR-ME LOUCO!
- Ei Javi! Como é mesmo o nomi da garota que tá deixando assim o Rúben?
- Inês, ella está allá encima con el resto de las mujeres.
- Brigadão Javi.
David saiu dos balneário disparado, subiu as escadas até aos camarotes, e entrou pela nossa sala a dentro.
- Quem é a Inês? – Perguntou ele.
Estava de costas, quando ouvi o meu nome e me virei para ver quem o chamava:
- Sou eu. – Disse. Senti-me ficar sem fôlego quando os meus olhos interrogadores atingiram os do rapaz que perguntavam pelo meu nome. Engoli a seco. Os seus caracóis definidos escorriam ainda a água que lhe refrescava o corpo depois de 45min. em campo, a sua pele brilhava ainda suado depois do esforço realizado, e os seus olhos brilhavam intensamente.
- Venha aqui fora se não se importar, mais é urgentji. Preciso de lhi falar uma coisa. – Disse ele com um lindo sotaque Brasileiro que me fazia estremecer o corpo.
Levantei-me do sofá onde estava sentada pensei que raio tinha ele de tão importante para me dizer, e dirigi-me para fora do camarote. Estávamos sozinhos no corredor, os seus olhos castanhos-esverdeados avistavam os meus, e por momentos ali ficamos, em silêncio, só olhando um para o outro. Caí em mim:
- Eiii?! Que me queria dizer?
- Oi me tratji por ‘tu’ né! Não sou tão careta assim não. Você não é a garota que estava em casa do Rúben na outra vez?
- Era, porquê?
- E aí? Cê parecia estar incomodada com alguma coisa, cê tá melhor agora?
- Como sabias que … Espera ainda te lembras? E a coisa que na altura me deixou incomodada ainda deixa mais neste momento, mas isso não interessa agora. Que vieste aqui fazer? Não devias estar lá em baixo a receber concelhos e tácticas para a 2ª parte?
- Uma garota que percebe dji futjibol. Nossa qui raro. Agora percebo o porquê das coisas que eles ficam falando todo o tempo.
- Hã? Que coisas? Já não estou a perceber nada.
- Há! mi desculpe. M estou afastando do assunto que aqui mi troce. Eu vim aqui falar com cê por causa do Rúben.
- Se vieste aqui para me falar dele, esquece! Desculpa mas vieste perder o teu tempo.
Ia para dar meia volta e voltar aos camarotes, quando o David me segura pelo braço. Estremeci. Senti a sua mão quente e forte segurando-me e de imediato me virei para ele, ouvindo-o:
- Cê tem de me ouvir. Tô falando sério. A gentji nunca viu assim o Rúben. – Disse preocupado.
- Desculpa mas o que é que eu tenho a ver com isso?
- Eu acho qui tudo. Só fala com ele, por favor.
- E digo-lhe o quê? Oh David desculpa, mas eu acho que me estas a confundir com outra pessoa.
- Qui outra pessoa?
- A rapariga de quem ele gosta.
David ri-se:
- Cê não entendeu não?
- De que te ris?! Isto não tem piada nenhuma!
- Agora sim, vocês têm mesmo muito qui conversar. Cara essa garota é você.
- Eu? Não posso ser eu. Não gosta nada. Nós só somos amigos, mais nada!
Apareceu um sorriso maroto na cara do David, que consequentemente de imediato tentou disfarçar.
- Mais venha só comigo, venha falar com ele. Vem?
- Mas eu posso ir?
- Claro, vem. Só não pode é entrar nos balneários.
Segui-o até aos balneários:
- Espera aí um pouco qui eu vou lá dentro chamá-lo. Não foge não.
Ri-me:
- Não, vai descansado.
- Gostei da sua risada. A gentji si vê depois do jogo. – Disse entrando nos balneários.
Nos balneários:
- Ei mano, vai lá fora que cê precisa apanhar ar.
- Apanhar ar o quê? Eu só quero é ir para casa!
- Vai p’ra casa fazer? Vai lá fora, porque eu já não tô pedindo! – Ameaçou o David.
- Ei! Calma puto! Que têm de tão especiais os corredores lá de fora?!
- Cê só vais saber quando for ver!
Já estava a demorar muito, eu só pensava que com certeza estavam a gozar comigo, ia para dar meia volta e ir de novo para os camarotes quando volto a ouvir o meu nome:
- Inês?!
Virei-me:
- Rúben?!
- PRECISAMOS DE FALAR! – Disse-mos ao mesmo tempo.
- Tu primeiro. – Disse-me ele.
- Ok. Eu queria pedir desculpa pelas coisas que te disse ontem. Fui super injusta. E disse-te coisas que não devia. E que agora sei que não são verdade.
- É só isso que tens para me dizer? – Questionou-me o Rúben há espera de uma melhor resposta mais explicativa.
- Sim era só. Por isso vou voltar para os camarotes.
Dei meia volta ouço um grito:
- NÃO! Não Inês! Já chega. Não vais fugir outra vez. Desta vez vais explicar TUDO.
Arregalei os olhos, não estava há espera de tal reacção vinda do Rúben:
- Não tenho mais nada para te dizer.
- Tens sim. Que foi aquilo ontem? De que me acusas-te? Eu acho que tenho o mínimo direito em saber, não?
- Rúben… - Não consegui aguentar mais e deixei escorrer uma lágrima, que rapidamente limpei tentando manter-me forte. O Rúben apercebeu-se de que algo não estava bem, veio ao meu encontro, e depressa me aconchegou no seu abraço. Sentia-me tão bem, tão segura ali…
- Foi o Fernando, não foi?
- Nada Rúben, esquece, esquece isto, esquece tudo!
- Oh Inês já não estás a dizer coisa com coisa. Diz-me! Eu quero ajudar-te.
- Não podes. Já é tarde demais.
- Porquê? Que aconteceu?
- Ele a esta hora já está em Londres de volta aos treinos e a nunca mais querer ver-me há frente. – Dizia com a cabeça ainda encostada ao peito forte do Rúben.
- Não digas isso. Porque dizes isso?
- Porque é a verdade. – Desencostei-me dele, pondo-me frente a frente. – Sabes aquela noite no restaurante? Ele ficou a achar que nós …
- Não. Espera. Ele achou que… Ai Inês desculpa, eu não devia ter ido ao jantar, isso foi tudo culpa minha. Tinhas razão ontem.
- Não, não tinha razão nenhuma. Bolas Rúben, a culpa não é tua nem dele, é só minha. Sou eu que não acerto uma.
- Eu sei que isso não é verdade.
- Acredita que é. Acabou, não há mais nada a fazer.
- Há sempre alguma coisa a fazer. – Disse aproximando-se ainda mais de mim, levando a sua mão direita a um cacho de cabelo loiro que tinha caído sobre a cara, levou para trás da orelha enquanto aproximava a sua cara da minha. Percebi o que ele estava a tentar fazer e era ainda demasiado cedo para me envolver com alguém outra vez. Ainda para mais outro jogador de futebol. Rapidamente baixei a cabeça, olhei para o relógio que tinha no pulso:
- Já? Desculpa mas tenho mesmo de ir ter com elas aos camarotes, o jogo deve estar quase a acabar.
- Humm… Ok. Vemo-nos depois do jogo?
- Não sei, depois vê-mos isso.
Chegada aos camarotes:
-Que aconteció? – Perguntaram elas curiosas.
- Nada, está tudo bem. Quanto está o jogo?
- Igual, con alteración del Javi que no andaba con la cabeza en el juego. – Disse Eliana.
Olhei directamente para Mariza tentando perceber que se passava, mas fiquei na mesma, ela só se mostrava preocupada.
- Eu e as garotas tivemos falando, e a gentji vai fazer uma festa do pijama entri quarta e quinta e gostaríamos que cês também fossem. Que dizem da ideia? – Convidou-nos a Gabriela em nome do grupo.
- Adoraríamos. – Respondi.
Fizemos trocas de números para combinarmos entretanto a tal ‘pijama party’. Era dado o apito final. Benfica ganha ao Beira-mar; 1-0, com golo de Salvio. Eu e Mariza, despedimo-nos das mulheres e namoradas dos jogadores e fomos até ao parque de estacionamento esperar pelo Javi.
No parque de estacionamento:
- Tenemos que ir a disfrutar de la noche en un bar aquí cerca. Quién alinha? – Disse o Javi, querendo espairecer e esquecer o péssimo jogo que acabara de fazer.
- Eu estou nessa. – Alinhou Mariza de imediato.
- Não tou com grande disposição. – Disse.
- Ai Inês não sejas cortes. Anda lá. Aliás só te vai fazer bem.
- Concordo. Ouvis-te o Rúben. Bora Loirinha. – Apoiou Mariza.
- Ahh vem Inês. Vai ser djivertido. – Disse o David quase implorando com aqueles olhinhos verdes aos quais não conseguia tirar os meus e muito menos recusá-los.
- Humm… Ok. Vamos lá então.
- Mariza vienes? -  Chamou Javi já dentro do carro.
- Claro, encontramo-nos lá pessoal. – Disse Mariza enquanto entrava no carro de Javi.
- Ei e eu? Vou com quem?
- Podes vir comigo. – Disseram Rúben e David ao mesmo tempo.
Sorri.
- Ah não, eu não vou escolher e muito menos dar trabalho. Só preciso de me certificar de que não vou a pé.
Riram-se:
- Eu tenho já aqui o meu carro. – Disse o David enquanto o abria.
- Não posso. Não acredito. Esse é o o teu carro? É o carro dos meus sonhos. Adoro o formato, desportivo e casual ao mesmo tempo, é perfeito.
- Cê gosta? Se quiser podji levá-lo até ao bar.
- Ah não, ainda não tenho a carta.
- Pena. Mais podji vir. Lugaris não lhe faltam.
- Não leves a mal David, mas não te conheço assim tão bem.
- Cê prefere ir com o Rúben?
- Não. Não é nada disso..
- Não tem problema. Vai logo, a gentji já se encontra todos não é mesmo?
- Tens razão puto. Vens Inês? – Disse o Rúben com um enorme sorriso de satisfação.
O David entrou no seu audi e eu entrei no carro do Rúben, o caminho não era muito longo, por isso rapidamente chegamos ao bar. Quando lá chegamos a Mariza estava muito entretida numa mesa com Javi que ao avistarem-nos a chegar se levantaram fazendo sinal de que ali ficaríamos.
Sentamo-nos e por um bocado ficamos ah conversa.
- Vou pedir umas bebidas, que querem? – Disse já levantada.
Cada um pediu o que queria, apontei tudo mentalmente e fui até ao balcão.
- Já volto, vou só no banheiro. – Disse o David.
Mariza e Javi pareciam bastante entretidos enquanto Rúben não tirava os seus olhos de mim. Fiz o pedido. Aguardava as bebidas.
- Olá. Será que podia oferecer uma bebida a esta simpática jovem? – Disse um rapaz que estava ao meu lado no balcão.
Os olhos de Rúben arregalaram-se enquanto se tentava aproximar para saber quem era aquele tipo.
- Desculpe, conhece-o?
- Não, mas podemos conhecer-nos.
- Adoraria, mas sabe o meu namorado não iria achar muita piada. – Menti para ver se o rapaz descolava.
- Mas eu não o estou a ver por aqui. Ficava um segredinho só nosso.
- Pois, mas ele está. – Disfarcei.
- Olá meu amor, então as bebidas? – Apareceu o Rúben vindo sei lá da onde.- Quem é este?
- Ah…ah… - Gaguejava eu ainda atordoada com o que o Rúben acabara de me chamar. – Ele já estava de saída, não era mesmo?
- Era sim. Prazer. – Fugiu o rapaz assim que os seus olhos avistaram os de Ruben que flamejavam de fúria. Voltou a olhar para trás para se certificar de que o Rúben não o perseguia para lhe dar uma valente sova. Assim que ele olha, o Rúben vem direito a mim, os seus lábios colam-se aos meus, e assim, ali ficamos por uns segundos.
- Cheguei gentji. Cadê o Rúben e a Inês?
- Não sei o Rúben desapareceu assim do nada. – Disse Mariza procurando-nos.
- Creo que los encontré.
Mariza e David seguem o olhar de Javi que estava para o lado do balcão. Os três não conseguiam acreditar nos que os seus olhos acabavam de ver.
- Não me estou sentido bem, vou lá fora apanhar ar. – Falou o David.
- Todo bien? Quieres que vaya contigo? – Perguntou Javi preocupado.
- Não, não, só preciso mesmo dji apanhar ar.
Aquele beijo eram como mil luzinhas a acenderem no meu coração, mas não o podia deixar prolongar por muito mais tempo:
- Rúben! – Que pensas que estás a fazer?
- Desculpa não sei o que me deu, desculpa.
Corri dali para fora, precisava de arejar. Rúben tentou alcançar-me mas Mariza impedi-o.
- Deixa-a ir. Ela fica bem, só precisa de espairecer um bocado. Dá-lhe tempo.
-  Se tu dizes. Mas se ela começar a demorar muito vou lá buscá-la. O David?
- Fue allá fuera, no se estaba sintiendo bien.
Na rua:
- Porque me estou sentindo assim. Que droga! Ele é meu melhor amigo. Não posso gostar da mesma pessoa qui ele. Mais, eu não consigo tirar ela da cabeça depois qui a vi lá em cada do Rúben. Aqueles olhos azuis ainda rosados ah volta de chorar, meu coração ficou até despedaçado vendo ela daquele jeito. E aqueles cabelos loiros. Meu deus, o Rúben gosta mesmo dela, não lhe posso fazer isto… - Lamentava o David.
- Não acredito que isto aconteceu. Como pode isto acontecer? Outro jogador não, agora tenho é de me concentrar na escola, e ele apareceu de onde? Ai ai, que confusão. – Murmurava eu, andando de um lado para o outro, quando vejo que também ali estava o David. – Estás bem David?
- Que tá fazendo aqui fora? Não devia tar lá dentro com o Rúben? – Assustou-se.
- Calma não te queria assustar. Tu viste? Não, não devia. Nem sei o que acabou de acontecer, porque raio fez ele isto, ele sabe muito bem que acabei ah pouco tempo com o Fernando, e depois faz isto…
- Ei calma, calma. Respira. Cê não me está parecendo bem. – Interrompeu.
- É se calhar nem estou. Já não sei de nada.
-Mas cê ainda gosta do Fernando?
-Humm... - Hesitei. Baixei a cabeça.
- Fala comigo, cê pode confiar em mim.- Disse com um tom de voz super meigo e carinhoso, que fazia o meu coração ficar doido e com batimentos fortes e profundos. - Ei Inês mi dê a mão.
( Não tive coragem, mas a sua mão procurou a minha e lentamente se uniram, o meu coração batia ainda mais forte, cada vez mais rápido) -Mi olha nos olhos (Com a outra mão, o David levantou-me o queixo, e ali ficamos a olhar-nos olhos) Cê ainda gosta do Fernando?
- Não sei David, não sei. Tenho a cabeça numa confusão.
- E do Rúben? Cê pode falar.
- Não, nós somos só amigos, quer dizer acho que não, ele é um óptimo amigo e ajudou-me imenso com a história do Fernando. Não definitivamente somos só amigos!
(Soltou um sorriso, mas depressa desapareceu, ficando sério.) - Cê é uma garota muito especial, tem de ter em mente que não passa despercebida na frente de nenhum garoto.
- Até tu? - Saiu-me disparado da boca naquele momento.
-Quê? Eu? Eu? Eu acho que a gentji devia ir andando p'ra dentro. Já devem tar ficando preocupados.
- Sim também acho que é melhor irmos.
O David já estava bem perto da porta de entrada:
- Ei David! - Chamei-o.
Sem demoras virou-se:
- Obrigada pela conversa.
- Dji nada. Agora vamo. - Piscou-me o olho.
O David seguiu há frente, quando entrou no bar, os três, Mariza, Javi e Rúben de automático se levantaram.
- Então puto, tas bem? A Inês onde está? - Disse o Rúben preocupadíssimo.
- Calma mano, ta tudo bem! Ela tá vindo aí. - Descansou o David.
- Pessoal bora dançar? - Cheguei eu, sem esperar nenhuma resposta peguei na mão da Mariza e arrastei-a até à pista de dança. Estava cheia de pica. A Mariza chamou os rapazes para se juntarem a nós. Na pista começou a tocar ‘Chromeo - Fancy Footwork’ e rapidamente se encheu de pessoas que curtiam o som. De seguida colocaram ‘Get Cool- Shawty got moves’ Mariza e eu tomávamos conta da pista de dança. Eu era como se nem estivesse em mim, mas estava-me a saber super bem estar ali sem pensar em problemas e confusões. Já tinham passado algumas músicas, puseram um tango para os mais atrevidos. Javi estendeu a mão há Mariza, pedindo-a para dançar com ele aquele tango, sem demoras Mariza aceitou. Fui-me sentar, comigo vieram David e Rúben, pois já estávamos cansados de tanto dançar, pedimos umas bebidas e ficamos ali sentados numa mesa a observar Mariza e Javi que brilhavam na pista de dança. Acabaram de dançar e já estava um pouco tarde, no dia seguinte eu e a Mariza teríamos aulas e os três rapazes teriam treinos, por isso decidimos que já estava na hora de irmos embora. Eu, a Mariza e o Javi despedimo-nos de Rúben e David, eles fizeram o mesmo. Cada um segui-o o seu caminho depois de uma grande noite.