sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL ♥

FELIZ NATAL / FELIZ NAVIDAD / MERRY CHRISTMAS ♥
Umas boas festas a todos os nossos queridos leitores*

sábado, 17 de dezembro de 2011

Song's*22


Mariza fica triste por ninguém se lembrar do seu Aniversário


Inês&Mariza arranjão-se para a festa

Roupas utilizadas para o 22º Capítulo

Roupa utilizada por Inês

Roupa utilizada por Mariza

Roupa utilizada por Inês na festa Surpresa

Roupa utilizada por Mariza no seu Aniversário

22ºCAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Eram umas 8h da manhã, dia 31 de Outubro, o dia mais conhecido por “Dia de Halloween”, mas eu conhecia-o por um motivo mais especial, conhecia pelo dia de aniversário da minha melhor amiga.
Mariza acabara de acordar, e como não podia deixar de ser, esperava do seu namorado Javi uma excelente surpresa matinal. Olhou para o lado mas este estava pedrado. Mariza começou a acariciá-lo, fez-lhe festinhas atrás das orelhas e beijou-lhe o pescoço, mas sem sucesso. Javi começou a refilar virando-se para o outro lado, cobrindo-se com o cobertor até ficar todo tapado. Mariza não queria acreditar. ELE TINHA-SE ESQUECIDO DO SEU ANIVERSÁRIO! Não podia ser, como era possível?! Esta agora tinha-a deixado mesmo em baixo. Abriu o roupeiro para escolher uma roupa especial, já que hoje era um dia especial, apesar de ninguém se lembrar. Assim que ela abre o roupeiro recebe uma mensagem.

 De: Inês Oliveira
Para: Mariza Martinez
Bom diaaaaa! Best como é? Vamos fazer compras? Sinto-me inspirada hoje! Beijinhos.

 - Não posso. – Pensou a Mariza. – Até a minha melhor amiga se esqueceu. Que dia triste vou ter hoje. Pode ser que quando me vir se lembre.
Dito isto Mariza enfiou-se na casa de banho, tomou duche, vestiu-se, maquilhou-se um pouco, arranjou o cabelo e pegou no telemóvel para me responder.

 De: Mariza Martinez
Para: Inês Oliveira
Olá. Sim, vou aceitar a tua proposta, preciso mesmo! Encontramo-nos no Colombo. Vou sair agora de casa. Até já.

 Javi que se fazia de dorminhoco maldisposto, assim que ouvi isto expressou um sorriso, de missão cumprida, o plano estava a correr como planeado. Mariza pegou num papel e escreveu um recado para o Javi:

Fui fazer compras com a Inês, não sei quando volto, qualquer coisa liga-me. Beijinhos:

                                                             Mariza

Pousou o recado na mesa-de-cabeceira de Javi, pegou na mala e pôs-se a caminho do Colombo.
Eu estava também a acabar-me de arranjar, fui encher as tacinhas do González e o meu telemóvel começou a tocar.
- Estou sim. Quem fala?! – Atendi.
- Inês, es el Javi. Ella acabó de salir, está todo a correr bien, pero me costó tanto, ella está aún triste.
- Oh é normal Javi, mas não te preocupes, as compras fazem maravilhas a uma rapariga. E logo vais ver, ela vai adorar, e vai recompensar a tristeza matinal. Vá agora tenho de desligar porque se demoro muito ela ainda se vai embora. Até logo, e boa sorte com tudo.
- Gracias e igualmente. Hasta luego.Trata bien de mi amor.
- Sim fica descansado. – Desliguei, meti-me num táxi e lá fui eu.
Mariza já me esperava impacientemente:
- Então?! Estava a ver que nunca mais aparecias. – Resmungava ela.
-Desculpa Best, ainda não fui tratar da carta. Mas vamos às compras ou não?!
- Vamos vamos. – Disse triste e sem grande vontade.
Entrámos num milhão de lojas, vimos um trilião de vestidos, voltamos a entrar em mais uma loja, e logo ao fundo de tudo tinha um lindo e longo vestido vermelho que sobressaiu perante os meus olhos. Agarrei na Mariza e levei-a até ele.
- BEST, É perfeito! – Disse-lhe.

- O quê?
- Este vestido. – Agarrei nele e coloquei-o há frente dela. – Fica-te lindamente. Vai experimentar.
- Esse vestido? Ficas-te maluca ou quê? Eu nunca o irei usar! Além do mais deve ser caríssimo.
-Não sabes, vai mas é lá experimentar, vai vai. – Insistia eu.
-Hum… Estás-me a esconder alguma coisa. Eu conheço-te Loirinha.
- Pronto ok, apanhaste-me. Como hoje é Halloween ouvi falar numa festa que vai haver num bar muito fixe, e pensei em ir contigo. Sei que gostas imenso destas coisas, e temos de ir mascarados, por isso acho este vestido perfeito para ti!
- E o preço?!
- Não te preocupes. Eu hoje estou umas mãos largas, anda lá, aproveita, que não é todos os dias. – Mentira, o dinheiro era do Javi, mas a surpresa tinha de ficar no segredo dos Deuses até àquela noite. O plano estava a ser perfeito, ela não desconfiava de nada. Eu e o Javi vamos ser eleitos melhores actores do ano. Obrigada pelo Oscar!! Eh eh.
Mariza agarrou no vestido e meteu-se no provador.
- Então Espanholita?! Nunca mais?! Precisas de ajuda?!
- Não, já está, mas não sei se quero que me vejas nele.
- Porque não?! Anda lá. – Supliquei ansiosa.
Assim que ela desviou as cortinas do provador fui com a boca ao chão, estava linda, digna de uma princesa aniversariante.
- É esse mesmo! Não precisas experimentar mais nenhum!
- Tens a certeza. É que não sei. – Olhou-se para o espelho. – É estranho.
- É a tua cara, vamos levar e acabou-se!
- Pronto, se tu dizes, vou tirá-lo. E tu? Já viste algum para ti?
- Há não te preocupes, que já tenho tudo o que preciso. Não te demores muito que já estou cheia de fome.
A Mariza voltou a entrar no provador, trocou-se rapidamente, e fomos almoçar. Acabadas de almoçar, tentei fazer tempo ao máximo possível, fomos ver mais montras, entramos em mais lojas….
- Oh Inês já vimos tudo! Vamos embora. – Disse a Mariza entediada.
- Espera Mariza! Eu ainda não encontrei o que procuro.
- Queres o quê? Se me disseres talvez eu possa ajudar-te.
- Era… - Olhei para o relógio. Já estava quase na hora combinada com o Javi, e ainda nos tínhamos de ir arranjar. – Não era nada, esquece. Vamos?
Mariza cerrou os olhos com ar de desconfiada, mas ela sabia que tinha a melhor amiga mais louca de todas então pensou ser mais uma das minhas tonteiras. Como ela tinha lá ido ter de mota, prendemos os sacos das compras nela, montamo-nos e fomos para casa arranjarmo-nos. Cada vez a hora da grande surpresa da Mariza de aproximava mais e eu começava a ficar nervosa. Ela arranjava-se tristemente. Eu tinha de a alegrar de alguma maneira.
- Então Best?! Anima-te! – Golpeei-a no ombro. – Hoje é dia de Halloween um dos teus dias preferidos!
- É… Dia de Halloween… Pois.
- Bem eu já estou?! Já estás?
- Acho que sim. – Dizia ela, com o tom de voz baixo, e o olhar entristecido. Mal sabia ela o que a esperava.
Mandei mensagem ao Javi a avisar que estávamos de saída e já um Táxi nos esperava há porta.
- Vamos de Táxi?! – Perguntou a Mariza surpresa.
- Sim, o bar ainda fica longe, não vamos de mota com estes vestidos pois não?!
- Não.
- Pois bem me parecia.
Entramos no Táxi, dei um papel ao taxista com a morada da casa do Javi e lá íamos nós. A Mariza não desconfiava de nada, mas continuava bastante triste. O dia de anos dela estava quase no fim e nem um telefonema, nem uma mensagem sequer tinha recebido de parabéns.
- Prontinho, chegámos.
Perguntei quanto era, paguei, e saímos do carro.
- Mas esta é a casa do Javi. Que fazemos nós aqui? – Perguntou confusa.
- Então, vamos ao bar.
- Ele também vem? Espera lá… Como é que ele sabia que nós íamos ao bar?
- Então… Porque eu… Porque eu o convidei! Vá mas chega lá de perguntas e vamos lá busca-lo.
Tocámos há campainha, abriram-nos a porta, estava tudo escuro, quando de repente acendem as luzes:
-SURPRESA!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Song's*21


Mariza e Javi despedem-se


Mariza&Javi discussão

Roupas utilizadas para o 21º Capítulo

Roupa Utilizada por Mariza

Roupas utilizadas por Mariza na sessão fotográfica

21ºCAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

- No quiero que te vayas... – murmurei sem o encarar.
Javi abraçou-me, acalorando a minha pele frágil ao seu toque.
- Oh, tú también tienes cosas que hacer.
Suspirei. Hoje tinha marcada uma sessão fotográfica com a Ana Luísa Silva para a rúbrica Portefólio do Fama Show da SIC. Estava entusiasmadíssima, mas não queria nada estar longe do Javi; tinha acordado assim: carente dos seus miminhos.
As últimas semanas tinham sido, sem dúvida, o auge da minha felicidade.
Tudo estava a acontecer tão depressa, mas tão maravilhosamente... quase vivia num mundo à parte, onde só tinham lugar: eu, a Dança e o Javi. Sentia que me estava a tornar uma mulher bem crescidinha, mais ou menos independente e verdadeiramente apaixonada. Javi tinha combinado ir jogar ténis (desporto que amava) com o Saviola. Eu sabia que não era nada bom estar a chantangiá-lo com beijinhos para que não fosse, mas mesmo assim... continuavámos a beijar-nos.
Tentei raciocinar, arduamente, até que desci à realidade e disse-lhe Bom jogo!
Fiquei à janela, vê-lo sair de carro pela garagem. Era tão difícil haver distância que nos separásse... achava mesmo que nos estávamos a transformar em ímanes.
Já estava arranjada; vesti o casaco de cabedal, peguei nas chaves e sai.
Fui ao Avenida Palace, onde Ana Luísa Silva já me esperava.
Dei-lhe dois beijinhos, quando na minha barriga as borboletas dos nervos já começavam a dar da sua existência. Ana Luísa dirigiu-me à sala de maquilhagem. A cabeleireira optou por fazer um apanhado que deixava os meus caracóis caírem sobre os ombros e costas. Depois disso, fui ver os vestidos que ía vestir para fotografar. Eram longos, justos e muito elegantes. Vesti o primeiro: o vestido comprido preto com um decote nas costas. Fui conhecer a apresentadora Andreia Rodrigues, pois seria ela que me iria entrevistar ao decorrer da sessão.
Parecia ser bastante simpática. De seguida, Ana Luísa perguntou-me músicas sensuais que eu gostasse de ouvir, enquanto fotografava. Eu respondi: Don’t Matter (Akon), Suga Suga How You Get So Fly (Baby Blash), entre outras.
Ana Luísa pô-las a tocar, enquanto eu relaxava e pousava de diferentes maneiras.
Flash Flash Flash. Entretanto, virou-se para a câmara e disse:
- Hoje estamos a fotografar com Mariza Martínez. Muito latina e extremamente sedutora.
Agora a câmara incidia em mim, enquanto ouvia a fotógrafa a dar-me dicas.
Fui mudar mais duas vezes de roupa e soltei o cabelo para o último vestido.
Estava a adorar! Esqueci-me completamente da câmara que filmava cada um dos meus olhares, poses, risos e até mesmo, passinhos de dança.
Explicaram-me que depois da sessão terminar, Ana Luísa falaria para a câmara e de seguida, eu seria entrevistada pela Andreia.
Terminada a sessão, Ana Luísa enfrentou a câmara:
- Os pontos fortes da Mariza são: os olhos grandes e verdes, o cabelo, as formas do corpo muito tonificadas e extremamente elegantes. Optámos por vestidos e cenários elegantes e formais para dar um maior ar de elegância e fausto.
Fotografei alguns close-up’s, devido à forte expressão do seu olhar.
A Mariza é muito sorridente, mas também bastante camaliónica, quando peço uma expressão mais sensual e agressiva. Gostei bastante do resultado!
Uff, ainda bem! Pensei para os meus botões. Também eu tinha gostado do resultado da produção: diverti-me muito e as fotografias ficaram, a meu ver, boas.
Informaram-me que seria entrevistada agora; A Andreia aproximou-se de mim com o seu microfone, seguida pela câmara. 3! 2! 1!
- Mariza, és muito novinha. Quantos anos tens?
Ri-me.
- 18 anos.
- E és Luso-espanhola...
- Verdade. Nasci em Barcelona, mas com a separação dos meus pais, vim para Lisboa com a minha mãe.
- Como é que conheceste o Javi? – ri-me instintivamente. Só depois percebi: Como raio é que eles sabiam a nossa história?! – Ouvi dizer que foi uma história bem engraçada...
- Foi muito. Eu sou estagiária no Estádio da Luz e um dia, chocámos um com o outro e... foi paixão à primeira vista!
- Para além de seres estagiária, também és bailarina. E não paravas quieta à pouco...
Comecei-me a rir um pouco envergonhada, até.
- Sim! Eu amo a Dança! Contemporâneo, Ballet, Tango, Hip Hop, Ritmos Latinos... pratico desde os 5/6 anos de idade.
- Como nasceste em Barcelona, talvez seja difícil responderes à minha próxima pergunta: Benfica ou Barcelona?
- Benfica, claro! Já estou em Portugal há 14 anos e o Benfica sempre foi o meu clube preferido. E agora que o Javi está no Benfica, está tudo perfeito!
- Última pergunta, Mariza! Cristiano Ronaldo ou Messi?
- JAVI GARCÍA! – exclamei, rindo-me. Andreia também se riu.
Chegámos ao fim, apenas tinha de terminar com uma dedicatória:
- Adorei fazer esta sessão fotográfica! Um grande beijinho para o Fama Show!
E estava, oficialmente, terminada a fantástica produção fotográfica.
Despedi-me de toda a equipa e voltei à casa do Javi, não sabendo se ele já tinha regressado da tarde com o Saviola ou não. Ana Luísa disse-me que me enviaria uma mensagem, dizendo o dia em que a nossa sessão fotográfica passaria no FamaShow.
Abri a porta da vivenda e constatei que Javi ainda não tinha regressado.
Como não tinha trabalhos para fazer, decidi fazer um pouco de exercício físico. Afastei um pouco o sofá, afim de obter mais espaço e comecei a inventar uma coreografia de Hip Hop misturada com Contemporâneo. Eu adoro fazer mix de estilos de dança diferentes. Terminada a coreografia, liguei as potentes colunas de som da sala e pus a tocar Clap Again de Akon. Acabei de dançar com o peito a encher-se e a esvaziar-se rapidíssimo. Ajustei a t-shirt que tinha vestido para treinar e olhei para cima. Os meus olhos ficaram esbugalhados. Javi, encostado à porta, riu-se, abanando a cabeça.
- Se te da verguenza?
Clareei a garganta.
- Não, Javi. Não é ter vergonha de ti ou não, apenas não estava à espera que estivesses aí especado a observar-me dessa maneira. – mordiscando o lábio.
- Hum... ven aquí. – fazendo um gesto com a mão para que eu fosse ter com ele. Ergui a sobrancelha esquerda e fiz um sorriso maroto. Beijámo-nos intensamente. De seguida, fálamos sobre o jogo dele e a minha sessão fotográfica. Quando demos conta das horas, já era altura de fazer um jantarito. Fui à procura dos cães, chamando-os sem cessar, mas não apareciam. Finalmente, encontrei a Juanita, uma pequena Yorkshire Terrier, que estava a farejar com muito afinco à porta da sala de bilhar, onde Javi iniciara as obras à relativamente pouco tempo. A cadelita não parava de ladrar.
- Que fue, Juanita? Que fue? – tinha de falar espanhol com os cães, senão eles não entendiam nada. Continuava a ladrar. Ía abrir a porta, curiosa, mas depressa me arrependi, devido ao tamanho susto que sofri, quando o grito de Javi ecoa nos meus ouvidos:
- NO!
- Porque não?! A Juanita não está bem, talvez hája aqui um bicho, Javi!
- Tonterías, mi amor. Tonterías. – colocou as mãos nos meus ombros, incentivando a afastar-me da porta. Não compreendi nada daquela sua reacção. Que mal tinha aquela sala? E porque raio Juanita continua a ladrar?
- Cállate, Juanita! – exclamou Javi sem paciência. Curvou-se e bateu na pobrezinha que se encolheu e correu dali para fora.
Uni as sobrancelhas um pouco zangada.
- Javi?! Estás louco?! Não devias ter feito aquilo! A Juanita não fez nada de mal, estava apenas curiosa tal como eu!
- Oh, mujeres!
- Porquê essa reacção, hum?
Ele nada respondeu. Respirei tentanto acalmar-me.
- Tu nunca me deixas-te entrar naquela sala de bilhar!
Eu li nos seus olhos que não estava disposto a contra-argumentar. Suspirei.
- Vou para casa. – ía começar a subir as escadas que davam origem à sala e ao hall de entrada, mas Javi forjou a sua mão à volta do meu pulso direito, incapacitando-me de dar mais um passo.
- No te vayas... no te vayas, por favor. – pedia. Não, o seu tom de voz quase suplicava. Estava magoado. E eu estava completamente de rastos, porque não estava a compreender nenhuma daquelas suas reacções e actos.
Parecia que estava magoado por me esconder algo. Sim ele omitia algo.
Mas o quê?!
Que belo dia para nos chatearmos! Logo no último dia que tenho 18 anos.
Que pontaria desgraçada.
Parei de fazer força, tentando libertar-me da sua mão e disse, entristecida.
- Pensava que não existiam segredos entre nós... estava enganada... – reprimindo lágrimas que ameaçavam escorregar pela minha face.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

20º CAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Encaminharam-nos para um enorme salão, com enumeras mesas, cheias de aperitivos e bebidas. Ao fundo da sala estava uma pequena banda preparada para começar a tocar música ambiente, entretendo os convidados que estavam a entrar para o salão. Estavam todos animados e muito elegantes. A Mariza estava mais radiante que nunca, na presença dos 2 homens da sua vida: Javi e Alejandro. Estava prestes a sentar-me quando me interromperam o movimento:
- Antes de mais, estás linda. – Elogiou-me o Rúben meio tímido.
- Obrigada. – Agradeci receosa.
- Podemos falar?
- Claro. – Respondi surpresa.
- Eu quero pedir-te desculpas por tudo, pelas atitudes que tenho tomado, pelo idiota que tenho sido, tu não merecias que eu te tivesse tratado como tratei…
- Oh Rúben…
- … Espera deixa-me acabar! Eu sei que não fizeste por mal, eu é que falei o que não devia, só faço é porcaria, o erro foi meu, e mais uma vez peço desculpa. – Lamentava-se cabisbaixo.
- Ok.
- Ok?! Só dizes isso? Não me vais bater, empurrar, gritar ou chamar nomes? – Disse surpreendido.
- Achas?! Ai que tonto. – Ri-me. - Oh Rúben, sabes bem que a culpa não foi tua, e já falamos disto no outro dia, já passou. Já estava com saudades desses teus disparates. Amigos?! – Estendi-lhe a mão.
A cara dele ao ouvir esta última palavra não foi a melhor, mas esforçou por esboçar um sorriso retribuindo o aperto de mão.
- Amigos!
- Ei pessoal, cês têm de provar isso aí, esses aperitivos estão muito maneiros. – Apareceu o David com um pratinho cheio de salgadinhos.
- Oh Puto, bora lá então. Inês, vens?
- Sempre a comer. - Ri. - Não me apetece, vão vocês.
- Pera aí! Parou tudo! Tou perdendo alguma coisa? Já tá tudo numa boa entre vocês?
- Claro puto. Sabes que eu não consigo ficar muito tempo chateado com alguém. Muito menos com a rapariga do meu coração. – Dizia o Rúben sussurrando esta última frase ao David.
- Há, ta bom. Tava vendo que não, Já não era sem tempo!
- Mas bora ou não comer?! – Dizia o Rúben cheio de pica, e muito mais animado.
- Eu não tenho fome, vou ficar por aqui.
- Como não tem fome?! Cê já comeu alguma coisa? – Começou o David com o interrogatório.
- Não, ainda não comi, agora não tenho fome.
- Ah não, nem pense, cê lembra do que o médico falou? Vem comer sim.
- Que história de médico é esta? Inês está tudo bem? Estás doente?
- NÃO! Isto é o David a exagerar. – Acalmei o Rúben. Virei-me para o David - PÁRA! Quantos anos é que achas que eu tenho David?! Sim o médico disse o que disse, sim disse naquele dia, agora já estou bem ok?!  Não preciso que te preocupes mais! JÁ CHEGA! – Dito isto, saí dali deixando os dois amigos sozinhos.
- Tshi… Mano? Que cena foi esta agora?
- Nada não manz. – Respondeu o David abatido.
Fui-me sentar bem longe do Rúben e do David, mas a troca de olhares, entre mim e aqueles dois, era inevitável. Até que o Alejandro decidiu vir sentar-se a meu lado:
- Está todo bien? – Perguntou-me ele.
- Está e contigo? Como estão as coisas lá por Espanha?
- También. Están bien. Y como está Fernando? Ya no hablo con él hace mucho tiempo. Tengo que ver se le conecto un día de estos.
- Ahhh… - Engoli a seco. Baixei a cabeça, respirei fundo e voltei a olhar Alenjadro. – Nós…Já não estamos juntos.
- Oh perdóname Inês, no fue mi intención. – Lamentou-se.
- Não faz mal. Já foi a algum tempo. Agora se me dás licença, vou até lá fora apanhar ar. Até já.
Levantei-me e dirigi-me até a um enorme jardim no exterior, que ficava atrás do salão. No meio do enorme jardim, cheio de lindas flores e grandes arbustos estava uma bela cascata. Estava parada, mas ainda assim era linda. Sentei-me na sua borda enquanto contemplava o meu reflexo na sua água.
- Posso fazer companhia?
Levantei os olhos lentamente e mirei o rapaz que falava comigo:
- David, que susto! Claro que podes.
- Olha, me desculpa pelo que eu falei há um bocado, mais é só que, eu fico preocupado com você, me custou tanto da outra vez vê-la lá, que não quero que aconteça de novo.
- Sim, eu sei. Eu também exagerei, não devia ter gritado contigo daquela maneira.
- Tá tudo bem com você? Parece meia desanimada.
- E estou, mas passa rápido. – Disse libertando um tremelique durante um breve sorriso.
- Tá com frio de novo?! Cê é bem friorenta né? Lá no Brasil é que cê tava bem. Toma. Pega meu casaco. – Dizia o David tirando o seu casaco e colocando-o sobre os meus ombros. Ao colocar o casaco em mim, David tinha os dois braços há minha volta, fazendo com que os nossos corpos estivessem bem perto. Assim que os nossos olhares se encontraram, as nossas caras começaram a aproximar-se mais, e mais. O Rúben já andava doido há nossa procura quando nos encontro naquele preciso momento. Só lhe veio há cabeça uma coisa, e que não o deixava satisfeito. Desiludido, magoado e furioso, saiu dali a correr. Sentia-se traído pelo seu melhor amigo, magoado pela rapariga que amava, … Nenhum de nós deu pela sua presença. Estávamos demasiado concentrados naquele momento. Estava prestes a acontecer uma explosão de química, quando a fonte começa a funcionar. Viramos as nossas caras para ela, era simplesmente magnífica. Contemplámo-la por um tempo.
- Acho melhor irmos para dentro antes que dêem pela nossa falta. – Quebrei o momento.
Levantei-me, retirei o casaco de mim e entreguei-lho. Encaminhei-me para o salão seguida de David. Avistei a Mariza e fomos ter com ela:
- Inês? Que estás a achar da festa? Estás a gostar David? – Dizia ela super contente.
- Sim, estou a adorar. Por acaso não viste o Rúben?
- Vi. Ele acabou de se despedir e saiu daqui a correr! Porquê? Ai não me digas que discutiram outra vez?
- Não não, já está tudo bem felizmente. Opa mas agora fiquei preocupada, será que se passou alguma coisa?
- Não sei, ele só disse que se tinha lembrado de uma coisa para fazer e foi-se embora. Mas porque não lhe ligas?
- Olha, boa ideia, é isso mesmo que vou fazer.
- Não á de ser nada. Vai lá.
Fui buscar a minha mala, tirei o telemóvel e marquei o nº do Rúben, com o David sempre ao meu lado, preocupado também.
- Está a chamar. – Disse-lhe eu. – Não atende!
- Tenta dji novo. – Pediu o David.
- Ok. – Voltei a marcar o nº, Mas novamente sem sucesso. O David tentou depois do dele mas o Rúben sempre sem atender. Começamos a ficar preocupados até que o David disse:
- Deve tar sem bateria. Amanhã lá no treino eu falo com ele.
Tentei não pensar muito no assunto e o David fez o mesmo, juntamo-nos ao resto dos convidados. A noite continuou animada e com muita conversa. Já era tarde, e já muitos dos convidados se tinham ido embora, por isso fui-me despedir da Mariza, do Javi e do Alejandro que eram os únicos que ainda lá estavam e saí juntamente com o David. Ele levou-me a casa e seguiu caminho para a dele.
No dia seguinte levantei-me e preparei-me para ir para a UNI. Apanhei o autocarro e fui para as aulas. Como tinha prometido, David depois do treino foi falar com o Rúben, que foi o 1º a entrar nos balneários:
- Ei Manz, tudo bem? Cê saiu cedo ontem da festa.
O Rúben passou pelo David fazendo de conta que não o tinha ouvido.
- Ei Rúben?! Cê ouviu?
- Epá deixa-me! – Disse o Rúben zangado para o David.
- Manz?! Que cê tem?! – Ficou o David preocupado.
- O que é que eu tenho?! Pfff… Tens cá uma lata. Devias ter vergonha nessa cara. E se fosses esperto nem voltavas a falar comigo.
- Rúben?! Cê é meu melhor amigo cara. Que aconteceu p’ra cê tar assim desse jeito?
- Epá, a sério?! Nunca pensei David! Juro que não! Foste uma grande desilusão!
- Mais que é que eu fiz?! Rúben fala comigo! Pelo amor dji Deus! – Disse o David desorientado, levando as mãos há cabeça.
- Oh David, com tanta gaja, e tu tinhas de. . . Nem quero voltar a pensar!
- E eu tinha de…? – Ficou ali um silêncio por uns segundos. – Ahhh… o quê? Cê acha que eu e a Inês…? Tá doidão ou quê?!
- Não tou não. Ninguém precisou de me dizer nada, eu vi tudo!
- Oh Rúben, eu sou seu melhor amigo, cê acha mesmo?! Mas você viu o quê? É que não pode ter visto nada se não aconteceu nada.
- Não mintas David! Eu fui há vossa procura e eu vi muito bem, vocês os dois, juntinhos lá no jardim. Caramba, podiam-me ao menos ter avisado. Escusava eu de ter andado este tempo todo a fazer figura de parvo. Deves tar todo contente tu. Agora é que estou a perceber, o otário aqui fui sempre eu! Olha mas ainda bem que foi assim, agora não preciso de perder mais tempo com nenhum de vocês. – Disse arrumando as coisas e indo em direcção há saída dos balneários.
- Mas Rúben, cê entendeu tudo mal …
- E há … - Disse virando-se para trás. – Espero que sejam muito felizes!
- Manz . . . – Disse o David quase a chorar, pensando ter perdido o seu melhor amigo, tentando alcança-lo. Mas foi interrompido por Javi, que assistira a tudo, e o agarrou pelo braço.
- Tienes que haber tranquila. Él ahora está muy molesto, no va a oír nadie. Le da tiempo. Pero aconteció aún alguna cosa?
- Não Javi. Acha? Bolas, ele é meu melhor amigo. Não tou acreditando que isso tá acontecendo. Vou arrumar minhas coisas e vou falar com a Inês.
- Pues, yo tampoco creía que le hicieras alguna cosa. Va allá entonces. Yo estoy torciendo para que corra todo bien.
- Valeu Javi. Tô indo.
David entrou no carro, e veio directamente até minha casa.
Eu já tinha saído da Universidade a algum tempo, ouvi tocar a campainha e abri a porta:
- David?! Por aqui?! Está tudo bem? Entra.
- Ai Inês, cê tem de me ajudar. – Falava o David desesperado, e muito nervosa.
- Calma, calma. Que aconteceu? Eu vou-te buscar um copo de água.
- Não preciso de nada, obrigada. Eu só quero resolver tudo o mais rápido possível.
- Mas resolver o quê? Não estou a perceber nada. – Dizia eu desorientada.
- É o Rúben. Eu não quero perder meu melhor amigo.
- Como assim perder? – Disse espantada. – Que aconteceu David?! Estou a ficar preocupada.
- Cê tem dji falar com ele. Podji ser que a você ele ouça.
- Eu?! Porquê eu?! Ai David diz logo!
- Ele tá bravo com a gente porque diz que ontem nos viu lá no jardim, e ele ficou achando que havia algo.
- O QUÊ?! Mas ele passou-se ou quê? Eu não acredito, logo agora que estava a ficar tudo bem outra vez. – Fiquei triste. – Levas-me a casa dele sff?
- Claro, vamo?!
- Sim sim. – Fui ao meu quarto buscar a mala, desci com o David, entramos no carro, e lá fomos nós. Estava receosa do que poderia acontecer naquela conversa, aliás estava mais receosa ainda por pensar que o Rúben nem quisesse falar comigo.
- Chegamos. Eu espero por você aqui no carro.
- Tens a certeza? Se tiveres alguma coisa para fazer podes ir.
- Não não, eu fico aqui há sua espera.
- Ok, obrigada. Vou lá então. – Saí do carro e toquei há campainha.
- Inês?! Que fazes por aqui?! Que eu saiba não temos nenhum trabalho para fazer!
- Ahah. Tanta piada Mauro. Mas o assunto que me trás aqui é outro. O teu irmão está?!
- Uii… Está, mas não sei se é boa ideia ires falar com ele, tá de mau humor.
- Pois é por isso que cá estou. Posso entrar?
- Claro, o meu irmão está no quarto dele, fica á vontade.
Subi as escadas a tremer, a pensar no pior daquela conversa. Bati há porta.
- Que é que queres Mauro? – Refilou ele de dentro do quarto.
- Não é o Mauro. – Respondi. Imediatamente ele veio abrir a porta:
- Que é que estás aqui a fazer?
- O David já me contou tudo.
- Oh claro, tinha de ser. Que lindos.
- Pára Rúben! Eu vim aqui para resolver as coisas. Estou farta de discussões, de conflitos, estás a ser muito injusto com uma pessoa que não fez nada de mal. Caramba, ele é o teu melhor amigo, e tu desconfias dele assim sem mais nem menos…
- Sem mais nem menos não! Eu vi-vos Inês. Ninguém me contou nada. Eu só começo a ficar farto de ser brinquedo nas tuas mãos. Divertes-te assim tanto ao fazeres o que fazes?!
- Oh Rúben, OUVE!! Tu estás a ouvir aquilo que estás a dizer? Há e como é que dizes que viste alguma coisa se não aconteceu nada. Eu só tenho pena que estejas a dizer essas coisas, eu sei que estás magoado, mas ao dizeres isso, magoas outras pessoas também, aliás pessoas inocentes, pessoas que gostam de ti, e que só te querem bem. Rúben, Olha p’ra mim. Achas que depois de eu tentar que ficasse tudo bem entre nós, eu ia fazer alguma coisa que estragasse isso?! Eu adoro quando estamos bem, riu-me imenso contigo, divertimo-nos imenso. Eu não estou aqui para te julgar ou insultar, ou brincar contigo como tu dizes, e se quiseres nunca mais me falar, tenho pena, muita pena mesmo, mas só te peço que fales com o David e lhe peças desculpas por o teres julgado. Ele está muito mal com isto tudo, e eu também, não queria separar dois melhores amigos, pff só te peço que fales com ele, e esclareçam tudo. Não te chateio mais. Vou indo.
- Inês espera! – Disse agarrando-me no braço. – É mesmo verdade que não aconteceu nada ontem há noite?
- Claro que é Rúben. Eu só estava um bocado em baixo, e o David foi falar comigo, mais nada. Nós tínhamos acabado de ficar tão bem, achas mesmo que eu queria que voltássemos ao mesmo?
- Não, desculpa Inês. Fui um parvo outra vez, não me consegui controlar.
- Não é a mim que tens de pedir desculpas, mas sim ao David. Se quiseres aproveitar, ele está lá em baixo no carro.
- Sim, vou fazer isso mesmo. Não quero perder o meu melhor amigo, seria uma estupidez.
- Pois seria, vai lá. – Abracei-o. – Obrigada por me ouvires.
- Eu é que agradeço por me fazeres ver que eu estava errado, o David não merecia, e tenho de ir já emendar isso!
Desceu as escadas a correr, e durante horas ficaram a falar. Eu fiquei com o Mauro durante esse tempo. Eles entraram, mais amigos que nunca e fomos todos lanchar.
- Nunca mais repita essa gracinha, cê ouviu?
- Claro que não puto. Nunca mais mesmo! Que susto.
- Bem, já passou. – Disse eu sorridente. – Bem, fico muito feliz por já estar tudo bem outra vez, a conversa está muito boa, mas tenho de ir.
- Já?! – Perguntou o Rúben. – Queres que te leve?
- Tem de ser. Não não, fica aí a aproveitar com o David, eu apanho um táxi. Assim que chegar aviso não te preocupes. Até amanhã meninos. Até amanhã despediram-se os 3.