sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL ♥

FELIZ NATAL / FELIZ NAVIDAD / MERRY CHRISTMAS ♥
Umas boas festas a todos os nossos queridos leitores*

sábado, 17 de dezembro de 2011

Song's*22


Mariza fica triste por ninguém se lembrar do seu Aniversário


Inês&Mariza arranjão-se para a festa

Roupas utilizadas para o 22º Capítulo

Roupa utilizada por Inês

Roupa utilizada por Mariza

Roupa utilizada por Inês na festa Surpresa

Roupa utilizada por Mariza no seu Aniversário

22ºCAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Eram umas 8h da manhã, dia 31 de Outubro, o dia mais conhecido por “Dia de Halloween”, mas eu conhecia-o por um motivo mais especial, conhecia pelo dia de aniversário da minha melhor amiga.
Mariza acabara de acordar, e como não podia deixar de ser, esperava do seu namorado Javi uma excelente surpresa matinal. Olhou para o lado mas este estava pedrado. Mariza começou a acariciá-lo, fez-lhe festinhas atrás das orelhas e beijou-lhe o pescoço, mas sem sucesso. Javi começou a refilar virando-se para o outro lado, cobrindo-se com o cobertor até ficar todo tapado. Mariza não queria acreditar. ELE TINHA-SE ESQUECIDO DO SEU ANIVERSÁRIO! Não podia ser, como era possível?! Esta agora tinha-a deixado mesmo em baixo. Abriu o roupeiro para escolher uma roupa especial, já que hoje era um dia especial, apesar de ninguém se lembrar. Assim que ela abre o roupeiro recebe uma mensagem.

 De: Inês Oliveira
Para: Mariza Martinez
Bom diaaaaa! Best como é? Vamos fazer compras? Sinto-me inspirada hoje! Beijinhos.

 - Não posso. – Pensou a Mariza. – Até a minha melhor amiga se esqueceu. Que dia triste vou ter hoje. Pode ser que quando me vir se lembre.
Dito isto Mariza enfiou-se na casa de banho, tomou duche, vestiu-se, maquilhou-se um pouco, arranjou o cabelo e pegou no telemóvel para me responder.

 De: Mariza Martinez
Para: Inês Oliveira
Olá. Sim, vou aceitar a tua proposta, preciso mesmo! Encontramo-nos no Colombo. Vou sair agora de casa. Até já.

 Javi que se fazia de dorminhoco maldisposto, assim que ouvi isto expressou um sorriso, de missão cumprida, o plano estava a correr como planeado. Mariza pegou num papel e escreveu um recado para o Javi:

Fui fazer compras com a Inês, não sei quando volto, qualquer coisa liga-me. Beijinhos:

                                                             Mariza

Pousou o recado na mesa-de-cabeceira de Javi, pegou na mala e pôs-se a caminho do Colombo.
Eu estava também a acabar-me de arranjar, fui encher as tacinhas do González e o meu telemóvel começou a tocar.
- Estou sim. Quem fala?! – Atendi.
- Inês, es el Javi. Ella acabó de salir, está todo a correr bien, pero me costó tanto, ella está aún triste.
- Oh é normal Javi, mas não te preocupes, as compras fazem maravilhas a uma rapariga. E logo vais ver, ela vai adorar, e vai recompensar a tristeza matinal. Vá agora tenho de desligar porque se demoro muito ela ainda se vai embora. Até logo, e boa sorte com tudo.
- Gracias e igualmente. Hasta luego.Trata bien de mi amor.
- Sim fica descansado. – Desliguei, meti-me num táxi e lá fui eu.
Mariza já me esperava impacientemente:
- Então?! Estava a ver que nunca mais aparecias. – Resmungava ela.
-Desculpa Best, ainda não fui tratar da carta. Mas vamos às compras ou não?!
- Vamos vamos. – Disse triste e sem grande vontade.
Entrámos num milhão de lojas, vimos um trilião de vestidos, voltamos a entrar em mais uma loja, e logo ao fundo de tudo tinha um lindo e longo vestido vermelho que sobressaiu perante os meus olhos. Agarrei na Mariza e levei-a até ele.
- BEST, É perfeito! – Disse-lhe.

- O quê?
- Este vestido. – Agarrei nele e coloquei-o há frente dela. – Fica-te lindamente. Vai experimentar.
- Esse vestido? Ficas-te maluca ou quê? Eu nunca o irei usar! Além do mais deve ser caríssimo.
-Não sabes, vai mas é lá experimentar, vai vai. – Insistia eu.
-Hum… Estás-me a esconder alguma coisa. Eu conheço-te Loirinha.
- Pronto ok, apanhaste-me. Como hoje é Halloween ouvi falar numa festa que vai haver num bar muito fixe, e pensei em ir contigo. Sei que gostas imenso destas coisas, e temos de ir mascarados, por isso acho este vestido perfeito para ti!
- E o preço?!
- Não te preocupes. Eu hoje estou umas mãos largas, anda lá, aproveita, que não é todos os dias. – Mentira, o dinheiro era do Javi, mas a surpresa tinha de ficar no segredo dos Deuses até àquela noite. O plano estava a ser perfeito, ela não desconfiava de nada. Eu e o Javi vamos ser eleitos melhores actores do ano. Obrigada pelo Oscar!! Eh eh.
Mariza agarrou no vestido e meteu-se no provador.
- Então Espanholita?! Nunca mais?! Precisas de ajuda?!
- Não, já está, mas não sei se quero que me vejas nele.
- Porque não?! Anda lá. – Supliquei ansiosa.
Assim que ela desviou as cortinas do provador fui com a boca ao chão, estava linda, digna de uma princesa aniversariante.
- É esse mesmo! Não precisas experimentar mais nenhum!
- Tens a certeza. É que não sei. – Olhou-se para o espelho. – É estranho.
- É a tua cara, vamos levar e acabou-se!
- Pronto, se tu dizes, vou tirá-lo. E tu? Já viste algum para ti?
- Há não te preocupes, que já tenho tudo o que preciso. Não te demores muito que já estou cheia de fome.
A Mariza voltou a entrar no provador, trocou-se rapidamente, e fomos almoçar. Acabadas de almoçar, tentei fazer tempo ao máximo possível, fomos ver mais montras, entramos em mais lojas….
- Oh Inês já vimos tudo! Vamos embora. – Disse a Mariza entediada.
- Espera Mariza! Eu ainda não encontrei o que procuro.
- Queres o quê? Se me disseres talvez eu possa ajudar-te.
- Era… - Olhei para o relógio. Já estava quase na hora combinada com o Javi, e ainda nos tínhamos de ir arranjar. – Não era nada, esquece. Vamos?
Mariza cerrou os olhos com ar de desconfiada, mas ela sabia que tinha a melhor amiga mais louca de todas então pensou ser mais uma das minhas tonteiras. Como ela tinha lá ido ter de mota, prendemos os sacos das compras nela, montamo-nos e fomos para casa arranjarmo-nos. Cada vez a hora da grande surpresa da Mariza de aproximava mais e eu começava a ficar nervosa. Ela arranjava-se tristemente. Eu tinha de a alegrar de alguma maneira.
- Então Best?! Anima-te! – Golpeei-a no ombro. – Hoje é dia de Halloween um dos teus dias preferidos!
- É… Dia de Halloween… Pois.
- Bem eu já estou?! Já estás?
- Acho que sim. – Dizia ela, com o tom de voz baixo, e o olhar entristecido. Mal sabia ela o que a esperava.
Mandei mensagem ao Javi a avisar que estávamos de saída e já um Táxi nos esperava há porta.
- Vamos de Táxi?! – Perguntou a Mariza surpresa.
- Sim, o bar ainda fica longe, não vamos de mota com estes vestidos pois não?!
- Não.
- Pois bem me parecia.
Entramos no Táxi, dei um papel ao taxista com a morada da casa do Javi e lá íamos nós. A Mariza não desconfiava de nada, mas continuava bastante triste. O dia de anos dela estava quase no fim e nem um telefonema, nem uma mensagem sequer tinha recebido de parabéns.
- Prontinho, chegámos.
Perguntei quanto era, paguei, e saímos do carro.
- Mas esta é a casa do Javi. Que fazemos nós aqui? – Perguntou confusa.
- Então, vamos ao bar.
- Ele também vem? Espera lá… Como é que ele sabia que nós íamos ao bar?
- Então… Porque eu… Porque eu o convidei! Vá mas chega lá de perguntas e vamos lá busca-lo.
Tocámos há campainha, abriram-nos a porta, estava tudo escuro, quando de repente acendem as luzes:
-SURPRESA!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Song's*21


Mariza e Javi despedem-se


Mariza&Javi discussão

Roupas utilizadas para o 21º Capítulo

Roupa Utilizada por Mariza

Roupas utilizadas por Mariza na sessão fotográfica

21ºCAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

- No quiero que te vayas... – murmurei sem o encarar.
Javi abraçou-me, acalorando a minha pele frágil ao seu toque.
- Oh, tú también tienes cosas que hacer.
Suspirei. Hoje tinha marcada uma sessão fotográfica com a Ana Luísa Silva para a rúbrica Portefólio do Fama Show da SIC. Estava entusiasmadíssima, mas não queria nada estar longe do Javi; tinha acordado assim: carente dos seus miminhos.
As últimas semanas tinham sido, sem dúvida, o auge da minha felicidade.
Tudo estava a acontecer tão depressa, mas tão maravilhosamente... quase vivia num mundo à parte, onde só tinham lugar: eu, a Dança e o Javi. Sentia que me estava a tornar uma mulher bem crescidinha, mais ou menos independente e verdadeiramente apaixonada. Javi tinha combinado ir jogar ténis (desporto que amava) com o Saviola. Eu sabia que não era nada bom estar a chantangiá-lo com beijinhos para que não fosse, mas mesmo assim... continuavámos a beijar-nos.
Tentei raciocinar, arduamente, até que desci à realidade e disse-lhe Bom jogo!
Fiquei à janela, vê-lo sair de carro pela garagem. Era tão difícil haver distância que nos separásse... achava mesmo que nos estávamos a transformar em ímanes.
Já estava arranjada; vesti o casaco de cabedal, peguei nas chaves e sai.
Fui ao Avenida Palace, onde Ana Luísa Silva já me esperava.
Dei-lhe dois beijinhos, quando na minha barriga as borboletas dos nervos já começavam a dar da sua existência. Ana Luísa dirigiu-me à sala de maquilhagem. A cabeleireira optou por fazer um apanhado que deixava os meus caracóis caírem sobre os ombros e costas. Depois disso, fui ver os vestidos que ía vestir para fotografar. Eram longos, justos e muito elegantes. Vesti o primeiro: o vestido comprido preto com um decote nas costas. Fui conhecer a apresentadora Andreia Rodrigues, pois seria ela que me iria entrevistar ao decorrer da sessão.
Parecia ser bastante simpática. De seguida, Ana Luísa perguntou-me músicas sensuais que eu gostasse de ouvir, enquanto fotografava. Eu respondi: Don’t Matter (Akon), Suga Suga How You Get So Fly (Baby Blash), entre outras.
Ana Luísa pô-las a tocar, enquanto eu relaxava e pousava de diferentes maneiras.
Flash Flash Flash. Entretanto, virou-se para a câmara e disse:
- Hoje estamos a fotografar com Mariza Martínez. Muito latina e extremamente sedutora.
Agora a câmara incidia em mim, enquanto ouvia a fotógrafa a dar-me dicas.
Fui mudar mais duas vezes de roupa e soltei o cabelo para o último vestido.
Estava a adorar! Esqueci-me completamente da câmara que filmava cada um dos meus olhares, poses, risos e até mesmo, passinhos de dança.
Explicaram-me que depois da sessão terminar, Ana Luísa falaria para a câmara e de seguida, eu seria entrevistada pela Andreia.
Terminada a sessão, Ana Luísa enfrentou a câmara:
- Os pontos fortes da Mariza são: os olhos grandes e verdes, o cabelo, as formas do corpo muito tonificadas e extremamente elegantes. Optámos por vestidos e cenários elegantes e formais para dar um maior ar de elegância e fausto.
Fotografei alguns close-up’s, devido à forte expressão do seu olhar.
A Mariza é muito sorridente, mas também bastante camaliónica, quando peço uma expressão mais sensual e agressiva. Gostei bastante do resultado!
Uff, ainda bem! Pensei para os meus botões. Também eu tinha gostado do resultado da produção: diverti-me muito e as fotografias ficaram, a meu ver, boas.
Informaram-me que seria entrevistada agora; A Andreia aproximou-se de mim com o seu microfone, seguida pela câmara. 3! 2! 1!
- Mariza, és muito novinha. Quantos anos tens?
Ri-me.
- 18 anos.
- E és Luso-espanhola...
- Verdade. Nasci em Barcelona, mas com a separação dos meus pais, vim para Lisboa com a minha mãe.
- Como é que conheceste o Javi? – ri-me instintivamente. Só depois percebi: Como raio é que eles sabiam a nossa história?! – Ouvi dizer que foi uma história bem engraçada...
- Foi muito. Eu sou estagiária no Estádio da Luz e um dia, chocámos um com o outro e... foi paixão à primeira vista!
- Para além de seres estagiária, também és bailarina. E não paravas quieta à pouco...
Comecei-me a rir um pouco envergonhada, até.
- Sim! Eu amo a Dança! Contemporâneo, Ballet, Tango, Hip Hop, Ritmos Latinos... pratico desde os 5/6 anos de idade.
- Como nasceste em Barcelona, talvez seja difícil responderes à minha próxima pergunta: Benfica ou Barcelona?
- Benfica, claro! Já estou em Portugal há 14 anos e o Benfica sempre foi o meu clube preferido. E agora que o Javi está no Benfica, está tudo perfeito!
- Última pergunta, Mariza! Cristiano Ronaldo ou Messi?
- JAVI GARCÍA! – exclamei, rindo-me. Andreia também se riu.
Chegámos ao fim, apenas tinha de terminar com uma dedicatória:
- Adorei fazer esta sessão fotográfica! Um grande beijinho para o Fama Show!
E estava, oficialmente, terminada a fantástica produção fotográfica.
Despedi-me de toda a equipa e voltei à casa do Javi, não sabendo se ele já tinha regressado da tarde com o Saviola ou não. Ana Luísa disse-me que me enviaria uma mensagem, dizendo o dia em que a nossa sessão fotográfica passaria no FamaShow.
Abri a porta da vivenda e constatei que Javi ainda não tinha regressado.
Como não tinha trabalhos para fazer, decidi fazer um pouco de exercício físico. Afastei um pouco o sofá, afim de obter mais espaço e comecei a inventar uma coreografia de Hip Hop misturada com Contemporâneo. Eu adoro fazer mix de estilos de dança diferentes. Terminada a coreografia, liguei as potentes colunas de som da sala e pus a tocar Clap Again de Akon. Acabei de dançar com o peito a encher-se e a esvaziar-se rapidíssimo. Ajustei a t-shirt que tinha vestido para treinar e olhei para cima. Os meus olhos ficaram esbugalhados. Javi, encostado à porta, riu-se, abanando a cabeça.
- Se te da verguenza?
Clareei a garganta.
- Não, Javi. Não é ter vergonha de ti ou não, apenas não estava à espera que estivesses aí especado a observar-me dessa maneira. – mordiscando o lábio.
- Hum... ven aquí. – fazendo um gesto com a mão para que eu fosse ter com ele. Ergui a sobrancelha esquerda e fiz um sorriso maroto. Beijámo-nos intensamente. De seguida, fálamos sobre o jogo dele e a minha sessão fotográfica. Quando demos conta das horas, já era altura de fazer um jantarito. Fui à procura dos cães, chamando-os sem cessar, mas não apareciam. Finalmente, encontrei a Juanita, uma pequena Yorkshire Terrier, que estava a farejar com muito afinco à porta da sala de bilhar, onde Javi iniciara as obras à relativamente pouco tempo. A cadelita não parava de ladrar.
- Que fue, Juanita? Que fue? – tinha de falar espanhol com os cães, senão eles não entendiam nada. Continuava a ladrar. Ía abrir a porta, curiosa, mas depressa me arrependi, devido ao tamanho susto que sofri, quando o grito de Javi ecoa nos meus ouvidos:
- NO!
- Porque não?! A Juanita não está bem, talvez hája aqui um bicho, Javi!
- Tonterías, mi amor. Tonterías. – colocou as mãos nos meus ombros, incentivando a afastar-me da porta. Não compreendi nada daquela sua reacção. Que mal tinha aquela sala? E porque raio Juanita continua a ladrar?
- Cállate, Juanita! – exclamou Javi sem paciência. Curvou-se e bateu na pobrezinha que se encolheu e correu dali para fora.
Uni as sobrancelhas um pouco zangada.
- Javi?! Estás louco?! Não devias ter feito aquilo! A Juanita não fez nada de mal, estava apenas curiosa tal como eu!
- Oh, mujeres!
- Porquê essa reacção, hum?
Ele nada respondeu. Respirei tentanto acalmar-me.
- Tu nunca me deixas-te entrar naquela sala de bilhar!
Eu li nos seus olhos que não estava disposto a contra-argumentar. Suspirei.
- Vou para casa. – ía começar a subir as escadas que davam origem à sala e ao hall de entrada, mas Javi forjou a sua mão à volta do meu pulso direito, incapacitando-me de dar mais um passo.
- No te vayas... no te vayas, por favor. – pedia. Não, o seu tom de voz quase suplicava. Estava magoado. E eu estava completamente de rastos, porque não estava a compreender nenhuma daquelas suas reacções e actos.
Parecia que estava magoado por me esconder algo. Sim ele omitia algo.
Mas o quê?!
Que belo dia para nos chatearmos! Logo no último dia que tenho 18 anos.
Que pontaria desgraçada.
Parei de fazer força, tentando libertar-me da sua mão e disse, entristecida.
- Pensava que não existiam segredos entre nós... estava enganada... – reprimindo lágrimas que ameaçavam escorregar pela minha face.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

20º CAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Encaminharam-nos para um enorme salão, com enumeras mesas, cheias de aperitivos e bebidas. Ao fundo da sala estava uma pequena banda preparada para começar a tocar música ambiente, entretendo os convidados que estavam a entrar para o salão. Estavam todos animados e muito elegantes. A Mariza estava mais radiante que nunca, na presença dos 2 homens da sua vida: Javi e Alejandro. Estava prestes a sentar-me quando me interromperam o movimento:
- Antes de mais, estás linda. – Elogiou-me o Rúben meio tímido.
- Obrigada. – Agradeci receosa.
- Podemos falar?
- Claro. – Respondi surpresa.
- Eu quero pedir-te desculpas por tudo, pelas atitudes que tenho tomado, pelo idiota que tenho sido, tu não merecias que eu te tivesse tratado como tratei…
- Oh Rúben…
- … Espera deixa-me acabar! Eu sei que não fizeste por mal, eu é que falei o que não devia, só faço é porcaria, o erro foi meu, e mais uma vez peço desculpa. – Lamentava-se cabisbaixo.
- Ok.
- Ok?! Só dizes isso? Não me vais bater, empurrar, gritar ou chamar nomes? – Disse surpreendido.
- Achas?! Ai que tonto. – Ri-me. - Oh Rúben, sabes bem que a culpa não foi tua, e já falamos disto no outro dia, já passou. Já estava com saudades desses teus disparates. Amigos?! – Estendi-lhe a mão.
A cara dele ao ouvir esta última palavra não foi a melhor, mas esforçou por esboçar um sorriso retribuindo o aperto de mão.
- Amigos!
- Ei pessoal, cês têm de provar isso aí, esses aperitivos estão muito maneiros. – Apareceu o David com um pratinho cheio de salgadinhos.
- Oh Puto, bora lá então. Inês, vens?
- Sempre a comer. - Ri. - Não me apetece, vão vocês.
- Pera aí! Parou tudo! Tou perdendo alguma coisa? Já tá tudo numa boa entre vocês?
- Claro puto. Sabes que eu não consigo ficar muito tempo chateado com alguém. Muito menos com a rapariga do meu coração. – Dizia o Rúben sussurrando esta última frase ao David.
- Há, ta bom. Tava vendo que não, Já não era sem tempo!
- Mas bora ou não comer?! – Dizia o Rúben cheio de pica, e muito mais animado.
- Eu não tenho fome, vou ficar por aqui.
- Como não tem fome?! Cê já comeu alguma coisa? – Começou o David com o interrogatório.
- Não, ainda não comi, agora não tenho fome.
- Ah não, nem pense, cê lembra do que o médico falou? Vem comer sim.
- Que história de médico é esta? Inês está tudo bem? Estás doente?
- NÃO! Isto é o David a exagerar. – Acalmei o Rúben. Virei-me para o David - PÁRA! Quantos anos é que achas que eu tenho David?! Sim o médico disse o que disse, sim disse naquele dia, agora já estou bem ok?!  Não preciso que te preocupes mais! JÁ CHEGA! – Dito isto, saí dali deixando os dois amigos sozinhos.
- Tshi… Mano? Que cena foi esta agora?
- Nada não manz. – Respondeu o David abatido.
Fui-me sentar bem longe do Rúben e do David, mas a troca de olhares, entre mim e aqueles dois, era inevitável. Até que o Alejandro decidiu vir sentar-se a meu lado:
- Está todo bien? – Perguntou-me ele.
- Está e contigo? Como estão as coisas lá por Espanha?
- También. Están bien. Y como está Fernando? Ya no hablo con él hace mucho tiempo. Tengo que ver se le conecto un día de estos.
- Ahhh… - Engoli a seco. Baixei a cabeça, respirei fundo e voltei a olhar Alenjadro. – Nós…Já não estamos juntos.
- Oh perdóname Inês, no fue mi intención. – Lamentou-se.
- Não faz mal. Já foi a algum tempo. Agora se me dás licença, vou até lá fora apanhar ar. Até já.
Levantei-me e dirigi-me até a um enorme jardim no exterior, que ficava atrás do salão. No meio do enorme jardim, cheio de lindas flores e grandes arbustos estava uma bela cascata. Estava parada, mas ainda assim era linda. Sentei-me na sua borda enquanto contemplava o meu reflexo na sua água.
- Posso fazer companhia?
Levantei os olhos lentamente e mirei o rapaz que falava comigo:
- David, que susto! Claro que podes.
- Olha, me desculpa pelo que eu falei há um bocado, mais é só que, eu fico preocupado com você, me custou tanto da outra vez vê-la lá, que não quero que aconteça de novo.
- Sim, eu sei. Eu também exagerei, não devia ter gritado contigo daquela maneira.
- Tá tudo bem com você? Parece meia desanimada.
- E estou, mas passa rápido. – Disse libertando um tremelique durante um breve sorriso.
- Tá com frio de novo?! Cê é bem friorenta né? Lá no Brasil é que cê tava bem. Toma. Pega meu casaco. – Dizia o David tirando o seu casaco e colocando-o sobre os meus ombros. Ao colocar o casaco em mim, David tinha os dois braços há minha volta, fazendo com que os nossos corpos estivessem bem perto. Assim que os nossos olhares se encontraram, as nossas caras começaram a aproximar-se mais, e mais. O Rúben já andava doido há nossa procura quando nos encontro naquele preciso momento. Só lhe veio há cabeça uma coisa, e que não o deixava satisfeito. Desiludido, magoado e furioso, saiu dali a correr. Sentia-se traído pelo seu melhor amigo, magoado pela rapariga que amava, … Nenhum de nós deu pela sua presença. Estávamos demasiado concentrados naquele momento. Estava prestes a acontecer uma explosão de química, quando a fonte começa a funcionar. Viramos as nossas caras para ela, era simplesmente magnífica. Contemplámo-la por um tempo.
- Acho melhor irmos para dentro antes que dêem pela nossa falta. – Quebrei o momento.
Levantei-me, retirei o casaco de mim e entreguei-lho. Encaminhei-me para o salão seguida de David. Avistei a Mariza e fomos ter com ela:
- Inês? Que estás a achar da festa? Estás a gostar David? – Dizia ela super contente.
- Sim, estou a adorar. Por acaso não viste o Rúben?
- Vi. Ele acabou de se despedir e saiu daqui a correr! Porquê? Ai não me digas que discutiram outra vez?
- Não não, já está tudo bem felizmente. Opa mas agora fiquei preocupada, será que se passou alguma coisa?
- Não sei, ele só disse que se tinha lembrado de uma coisa para fazer e foi-se embora. Mas porque não lhe ligas?
- Olha, boa ideia, é isso mesmo que vou fazer.
- Não á de ser nada. Vai lá.
Fui buscar a minha mala, tirei o telemóvel e marquei o nº do Rúben, com o David sempre ao meu lado, preocupado também.
- Está a chamar. – Disse-lhe eu. – Não atende!
- Tenta dji novo. – Pediu o David.
- Ok. – Voltei a marcar o nº, Mas novamente sem sucesso. O David tentou depois do dele mas o Rúben sempre sem atender. Começamos a ficar preocupados até que o David disse:
- Deve tar sem bateria. Amanhã lá no treino eu falo com ele.
Tentei não pensar muito no assunto e o David fez o mesmo, juntamo-nos ao resto dos convidados. A noite continuou animada e com muita conversa. Já era tarde, e já muitos dos convidados se tinham ido embora, por isso fui-me despedir da Mariza, do Javi e do Alejandro que eram os únicos que ainda lá estavam e saí juntamente com o David. Ele levou-me a casa e seguiu caminho para a dele.
No dia seguinte levantei-me e preparei-me para ir para a UNI. Apanhei o autocarro e fui para as aulas. Como tinha prometido, David depois do treino foi falar com o Rúben, que foi o 1º a entrar nos balneários:
- Ei Manz, tudo bem? Cê saiu cedo ontem da festa.
O Rúben passou pelo David fazendo de conta que não o tinha ouvido.
- Ei Rúben?! Cê ouviu?
- Epá deixa-me! – Disse o Rúben zangado para o David.
- Manz?! Que cê tem?! – Ficou o David preocupado.
- O que é que eu tenho?! Pfff… Tens cá uma lata. Devias ter vergonha nessa cara. E se fosses esperto nem voltavas a falar comigo.
- Rúben?! Cê é meu melhor amigo cara. Que aconteceu p’ra cê tar assim desse jeito?
- Epá, a sério?! Nunca pensei David! Juro que não! Foste uma grande desilusão!
- Mais que é que eu fiz?! Rúben fala comigo! Pelo amor dji Deus! – Disse o David desorientado, levando as mãos há cabeça.
- Oh David, com tanta gaja, e tu tinhas de. . . Nem quero voltar a pensar!
- E eu tinha de…? – Ficou ali um silêncio por uns segundos. – Ahhh… o quê? Cê acha que eu e a Inês…? Tá doidão ou quê?!
- Não tou não. Ninguém precisou de me dizer nada, eu vi tudo!
- Oh Rúben, eu sou seu melhor amigo, cê acha mesmo?! Mas você viu o quê? É que não pode ter visto nada se não aconteceu nada.
- Não mintas David! Eu fui há vossa procura e eu vi muito bem, vocês os dois, juntinhos lá no jardim. Caramba, podiam-me ao menos ter avisado. Escusava eu de ter andado este tempo todo a fazer figura de parvo. Deves tar todo contente tu. Agora é que estou a perceber, o otário aqui fui sempre eu! Olha mas ainda bem que foi assim, agora não preciso de perder mais tempo com nenhum de vocês. – Disse arrumando as coisas e indo em direcção há saída dos balneários.
- Mas Rúben, cê entendeu tudo mal …
- E há … - Disse virando-se para trás. – Espero que sejam muito felizes!
- Manz . . . – Disse o David quase a chorar, pensando ter perdido o seu melhor amigo, tentando alcança-lo. Mas foi interrompido por Javi, que assistira a tudo, e o agarrou pelo braço.
- Tienes que haber tranquila. Él ahora está muy molesto, no va a oír nadie. Le da tiempo. Pero aconteció aún alguna cosa?
- Não Javi. Acha? Bolas, ele é meu melhor amigo. Não tou acreditando que isso tá acontecendo. Vou arrumar minhas coisas e vou falar com a Inês.
- Pues, yo tampoco creía que le hicieras alguna cosa. Va allá entonces. Yo estoy torciendo para que corra todo bien.
- Valeu Javi. Tô indo.
David entrou no carro, e veio directamente até minha casa.
Eu já tinha saído da Universidade a algum tempo, ouvi tocar a campainha e abri a porta:
- David?! Por aqui?! Está tudo bem? Entra.
- Ai Inês, cê tem de me ajudar. – Falava o David desesperado, e muito nervosa.
- Calma, calma. Que aconteceu? Eu vou-te buscar um copo de água.
- Não preciso de nada, obrigada. Eu só quero resolver tudo o mais rápido possível.
- Mas resolver o quê? Não estou a perceber nada. – Dizia eu desorientada.
- É o Rúben. Eu não quero perder meu melhor amigo.
- Como assim perder? – Disse espantada. – Que aconteceu David?! Estou a ficar preocupada.
- Cê tem dji falar com ele. Podji ser que a você ele ouça.
- Eu?! Porquê eu?! Ai David diz logo!
- Ele tá bravo com a gente porque diz que ontem nos viu lá no jardim, e ele ficou achando que havia algo.
- O QUÊ?! Mas ele passou-se ou quê? Eu não acredito, logo agora que estava a ficar tudo bem outra vez. – Fiquei triste. – Levas-me a casa dele sff?
- Claro, vamo?!
- Sim sim. – Fui ao meu quarto buscar a mala, desci com o David, entramos no carro, e lá fomos nós. Estava receosa do que poderia acontecer naquela conversa, aliás estava mais receosa ainda por pensar que o Rúben nem quisesse falar comigo.
- Chegamos. Eu espero por você aqui no carro.
- Tens a certeza? Se tiveres alguma coisa para fazer podes ir.
- Não não, eu fico aqui há sua espera.
- Ok, obrigada. Vou lá então. – Saí do carro e toquei há campainha.
- Inês?! Que fazes por aqui?! Que eu saiba não temos nenhum trabalho para fazer!
- Ahah. Tanta piada Mauro. Mas o assunto que me trás aqui é outro. O teu irmão está?!
- Uii… Está, mas não sei se é boa ideia ires falar com ele, tá de mau humor.
- Pois é por isso que cá estou. Posso entrar?
- Claro, o meu irmão está no quarto dele, fica á vontade.
Subi as escadas a tremer, a pensar no pior daquela conversa. Bati há porta.
- Que é que queres Mauro? – Refilou ele de dentro do quarto.
- Não é o Mauro. – Respondi. Imediatamente ele veio abrir a porta:
- Que é que estás aqui a fazer?
- O David já me contou tudo.
- Oh claro, tinha de ser. Que lindos.
- Pára Rúben! Eu vim aqui para resolver as coisas. Estou farta de discussões, de conflitos, estás a ser muito injusto com uma pessoa que não fez nada de mal. Caramba, ele é o teu melhor amigo, e tu desconfias dele assim sem mais nem menos…
- Sem mais nem menos não! Eu vi-vos Inês. Ninguém me contou nada. Eu só começo a ficar farto de ser brinquedo nas tuas mãos. Divertes-te assim tanto ao fazeres o que fazes?!
- Oh Rúben, OUVE!! Tu estás a ouvir aquilo que estás a dizer? Há e como é que dizes que viste alguma coisa se não aconteceu nada. Eu só tenho pena que estejas a dizer essas coisas, eu sei que estás magoado, mas ao dizeres isso, magoas outras pessoas também, aliás pessoas inocentes, pessoas que gostam de ti, e que só te querem bem. Rúben, Olha p’ra mim. Achas que depois de eu tentar que ficasse tudo bem entre nós, eu ia fazer alguma coisa que estragasse isso?! Eu adoro quando estamos bem, riu-me imenso contigo, divertimo-nos imenso. Eu não estou aqui para te julgar ou insultar, ou brincar contigo como tu dizes, e se quiseres nunca mais me falar, tenho pena, muita pena mesmo, mas só te peço que fales com o David e lhe peças desculpas por o teres julgado. Ele está muito mal com isto tudo, e eu também, não queria separar dois melhores amigos, pff só te peço que fales com ele, e esclareçam tudo. Não te chateio mais. Vou indo.
- Inês espera! – Disse agarrando-me no braço. – É mesmo verdade que não aconteceu nada ontem há noite?
- Claro que é Rúben. Eu só estava um bocado em baixo, e o David foi falar comigo, mais nada. Nós tínhamos acabado de ficar tão bem, achas mesmo que eu queria que voltássemos ao mesmo?
- Não, desculpa Inês. Fui um parvo outra vez, não me consegui controlar.
- Não é a mim que tens de pedir desculpas, mas sim ao David. Se quiseres aproveitar, ele está lá em baixo no carro.
- Sim, vou fazer isso mesmo. Não quero perder o meu melhor amigo, seria uma estupidez.
- Pois seria, vai lá. – Abracei-o. – Obrigada por me ouvires.
- Eu é que agradeço por me fazeres ver que eu estava errado, o David não merecia, e tenho de ir já emendar isso!
Desceu as escadas a correr, e durante horas ficaram a falar. Eu fiquei com o Mauro durante esse tempo. Eles entraram, mais amigos que nunca e fomos todos lanchar.
- Nunca mais repita essa gracinha, cê ouviu?
- Claro que não puto. Nunca mais mesmo! Que susto.
- Bem, já passou. – Disse eu sorridente. – Bem, fico muito feliz por já estar tudo bem outra vez, a conversa está muito boa, mas tenho de ir.
- Já?! – Perguntou o Rúben. – Queres que te leve?
- Tem de ser. Não não, fica aí a aproveitar com o David, eu apanho um táxi. Assim que chegar aviso não te preocupes. Até amanhã meninos. Até amanhã despediram-se os 3.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Comunicado:


Olá caros/as Leitores/as queria desde já agradecer por nos seguirem e pelos vossos comentários *-*
Queria também deixar aqui 2 novas fic's que comecei a escrever, para o caso de quererem seguir, ler e comentar aqui vos deixo os link's (espero que gostem) :


http://a-look-at-love.blogspot.com/

http://liftyourhandstowardthetsun.blogspot.com/

Obrigada pela vossa atenção. Mas não deixem de ler esta fic, pois continuará a ser escrita como do costume. beijinhos*

domingo, 13 de novembro de 2011

Song's*19


Javi diz a Mariza que não pode ir ao espectáculo


Mariza&Alejandro - Amor de irmãos

Musicas do Espectáculo:


ROMEU&JULIETA


Os dois amantes morrem

Roupas utilizadas para o 19º Capítulo

Roupa utilizada por Inês

Roupa utilizada por Mariza durante o espectáculo

Roupa utilizada por Mariza

19ºCAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

Virei-me para o outro lado da cama, já meio acordada, tentando que a minha mão alcançásse algo. Voltou vazia. Abri os olhos e sentei-me a olhar para o lado da cama, onde supostamente Javi devia estar. Não era nada habitual ele levantar-se mais cedo do que eu. Hoje era Sábado, portanto não havia aulas, mas mesmo assim, seria um dia em pêras. Ouvi uns barulhos pelo corredor e decidi embrulhar-me no lençol branco, continuando sentadinha a espreitar os primeiros raios de Sol que penetravam pela janela. Segundos depois, apareceu Javi com umas boxers azuis escuras e com o peito descoberto.  Trazia um tabuleiro com o pequeno-almoço.
- Buenos días! – saudou ele com um largo sorriso.
- Bom dia. – Javi pousou o tabuleiro no seu lado da cama e veio ter comigo dando-me um beijo. – Hummm, sabes a café. – Ambos rimo-nos.
- Aquí tienes tu desayuno.
- Estou a ver. Obrigada. – Javi colocou o tabuleiro em cima das minhas pernas, cuidadosamente. Olhei para ele com grande minúcia. – Há algum motivo especial por me teres trazido o pequeno-almoço à cama?
Javi desviou o olhar e mordeu o lábio. Não gostei daquela reacção. Fiquei preocupada.
- O que se passa, Javi?
Quando finalmente olhou para mim, respondeu:
- Lo siento, pero... no puedo ir ver su show.
O bocadinho da torrada que tinha mastigado e engolido, caiu mal no meu estômago.
- Porquê? – perguntei baixinho. – Pensava que só tinhas jogo na Terça-Feira...
- Sí sí, pero... quería hacer unas obras aquí en casa.
- Obras? Mas está algo danificado?
- No, no. Quiero una mesa de billar en el sótano.
- Uma mesa de bilhar?! – não sabia que Javi gostava de bilhar.
- Sí.
- E não podes fazer isso amanhã?
- Los trabajadores no trabajan los domingos.
- Hum, tens razão... – concluí, triste.
- Estás enojada conmigo, Mariza?
Esbocei um leve sorriso.
- É impossível ficar chateada contigo por causa de uma coisa tão insignificante. Só pronto, estou um bocadinho triste por não ires ver o meu primeiro espectáculo desde que namoramos... – Javi ía falar, mas eu interrompi-o. – Mas, não faz mal. Espero que este seja o primeiro de muitos espectáculos, por isso, oportunidades não hão-de faltar. – dei-lhe a mão. – E podes ir à festa depois do espectáculo?
- Sí-sí! Debe estar listo.
- Óptimo! – continuei a comer, enquanto Javi me fazia festinhas nos cabelos longos.
(...)
À tarde, vesti-me e dirigi-me à moto. Javi saiu de casa. Aproximou-se de mim e elevou-me no ar, como uma criança.
- Brilla, de acuerdo?
Sorri-lhe.
- De acuerdo.
Abraçámo-nos. Javi levou a mão ao bolso das calças e tirou uma caixinha. Abriu-a.
Eram uns pequeninos brincos de prata em forma de borboleta. Adorei-os.
Javi pediu para me virar e fez questão de ser ele a pô-los nas minhas orelhas. Já tinha prática, pois ele próprio tinha um furo numa orelha. Quando já estavam postos nas orelhas, ele sussurrou junto ao meu pescoço:
- Ellos te ayudan a volar.
- Obrigada. – beijei-o com intensidade.
Montei na moto, pus o capacete, disse-lhe adeus e fiz-me à estrada.
Ía direitinha à Academia, onde todas as minhas roupas e vestido para a festa estavam.
Não iria levar a Inês. Ainda faltavam duas horas para o Espectáculo e além do mais, ela seria escoltada pelo Cavalheiro David Luíz. Eu tinha como convidados: a minha mãe, a Inês, o David, o Rúben, o Jardel, a Gabriela, a Ana Luisa Silva, a Romanella, o Saviola e... o Javi, mas ele não ía. Portanto, tinha um lugar livre ao qual ninguém ia ocupar.
Tristeza...
Cheguei à Academia e dirigi-me à sala de espactáculos. Mirei o enorme palco, que horas mais tarde iria pisar. Os assentos estavam vazios, claro, mas desejava que daqui a algumas horas estivessem cheios de gente a aplaudirem. Esperava que na primeira fila estivessem os meus convidados... e o meu namorado... mas o último pedido, já era mesmo pedir de mais. Suspirei e fui para os bastidores. Neles o nervosismo e a euforia eram Rei e Rainha. Vesti um fato de treino, atei o cabelo e fui para o palco ensaiar as minhas coreografias.
(Duas horas e meia depois...)
Já tinha embelezado o meu penteado, posto um batom vermelho nos lábios, vestido a minha primeira muda de roupa (um fato de ballet branco) e calçado as minhas sapatilhas. A D. Alice (a Sra. Das limpezas) andava de um lado para o outro.
Os meus colegas pediam-lhe para ir ver ao palco se na plateia estavam presentes os seus familiares e amigos. Depois de satisfazer todos os pedidos dos meus companheiros, a D. Alice veio ter comigo.
- Então minha querida, estás nervosa?
- Um pouco. – fazendo uma careta.
- Não estejas. És linda e uma excelente bailarina. Ainda me lembro de ti a entrares pela porta da Academia, muito nervosa, com apenas cinco aninhos.
Sorri ao lembrar-me daquele dia.
- Obrigada, D. Alice. Agradeço-lhe muito.
- Vi a tua mãe e a Inês na primeira fila.
- A sério? Ainda bem. – suspirei de alívio.
- Sim, a primeira fila está cheia...
- Cheia?! Com... 10 pessoas?
- Sim-sim.
OMG! Quem seria?!
(...)
Os bailarinos já estavam a postos, formando dois grupos em lados opostos para simbolizar as famílias de Julieta e Romeu. O namorado do Ricky, o “Romeu” estava ao meu lado e ambos esperamos que a cortina vermelha subisse.
Mal a cortina subiu o suficiente, os meus olhos varreram a primeira fila da Sala de Espectáculos. Estavam todos lá. Menos o Javi... embora o seu lugar estivesse ocupado...
Uma pessoa que me dilatou o coração. Tinha tantas saudades dele. O meu irmão estava lá...
Comecei a ouvir a música da dança e logo desempenhei o meu papel.
Fui mudar quatro vezes de roupa, as coreografias estavam a correr lindamente e o público parecia gostar. No final, senti-me no auge da glória. Senti que não podia ter dado mais de mim. Senti que tudo tinha corrido muito bem. Senti que a minha alma também palpitava de emoção, se calhar até mais do que o meu próprio corpo.
Terminámos o espectáculo e o público aplaudi-nos de pé. Senti lágrimas inundarem-me os olhos. Agradecemos ao público fabuloso e fomos para os bastidores.
Entrei no meu camarim que já abarrotava de flores. Lírios, as minhas flores preferidas. Quem as mandou? O Javi. Cheirei algumas, sorrindo e desejando ao mesmo tempo estar a cheirar o perfume de Javi. Despi-me e logo vesti o vestido que tinha comprado para a festa. Optei por apanhar todo o meu cabelo para o lado esquerdo, formando canudinhos rebeldes que caíam pelo peito e costelas. Dei uns retoques na maquilhagem. Ouvi alguém a bater à porta. Calcei os sapatos cor de cinza que combinavam com o vestido e abri a porta. Era Inês, seguida do David, com um enorme ramo de rosas brancas.
Demos um gigante abraço emocionado, enquanto David me enchia de elogios, assim como a minha melhor amiga. Entraram a Romanella, o Saviola, o Jardel, a Gabriela e a Ana Luisa Silva (acompanhada da sua inseparável máquina fotográfica); todos eles me felicitaram pelo bom espectáculo. Passados algum tempo, entrou a minha mãe que chorava grossas lágrimas.Disse-me mil vezes: tenho tanto orgulho em ti!
Fui buscar todas as minhas forças para evitar uma choradeira.
De seguida, a minha mãe e a Inês (as restantes pessoas no camarim), foram-se embora para dar lugar à maior surpresa da noite.
Atirei-me para cima do Alejandro, assim que ele pôs os dois pés no camarim.
- Oh, maninho! Tive tantas saudades tuas!!!
- Hey, hey, hey! No eche a perder su maquillaje! – rindo-se. – Yo también...
- Como sabias do espectáculo?!
- Fue el Javi.
He venido a ser una sorpresa para Lisboa. Cuando llegué a casa, su madre me dijo que estabas en casa de Javi. Él me dio la dirección y número de teléfono de él. Fue él quien me dijo sobre el show y fue él quien tuvo la idea me vino a ver, en lugar de hacerlo usted mismo.
- UAU! Os meus meninos sempre a surpreender-me. – fazendo-lhe uma festinha na cara.
Continuámos abraçados, quando, de repente, se ouvem três toques na porta do camarim.
- Entre!
A porta abriu-se; era o Javi com um smoking, lacinho preto, uma argola de prata na orelha, um sorriso estonteante no rosto e mais um ramo de lindos lírios.
Alejandro disse que nos ía dar uns minutinhos e disse para nos prepararmos para a festa.
Saiu e Javi apertou-me nos seus braços. Agradeci-lhe mil e uma vezes e dei-lhe mil e dois beijos, mas que pareciam não chaciar o meu profundo agradecimento.
Unimos as nossas mãos e fomos para o salão onde se ía realizar a festa.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Caros Leitores é o Aniversário de uma das escritoras 

E por ser um dia muito especial, saudamos-vos com uma surpresa de um novo site onde postamos várias montagens com excertos sobre cada capitulo, esperemos que gostem: http://following-your-heart.tumblr.com/

PARABÉNS MARIZA 

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Song's*18


Conversa Inês&Rúben


Rúben pensa na Inês


Inês quase sofre acidente


David preocupa-se com Inês


Quase Beijo de Inês&David

Roupas utilizadas para o 18º Capítulo

Roupa utiliza por Mariza

Roupa utilizada por Inês

18ºCAPÍTULO - narrado por Inês Oliveira

Hoje era uma daquelas manhãs em que não me apetecia minimamente levantar da cama, nem se quer acordar. Nunca tinha visto o Rúben tão zangado, sou tão idiota. Eu tinha de falar com ele o quanto antes, e a bem ou a mal ele iria ouvir-me. Levantei-me, vesti uma roupa prática, fui para a UNI com a Mariza. Chegadas lá, cada uma foi para a sua aula. Era hora de almoço e eu por hoje já tinha terminado as aulas, ia a sair do portão da escola:
- Hey Inês! – Chamaram-me. Voltei-me e reparei que era o Mauro. –Vais almoçar?
- Olá. – Cumprimentámo-nos. – Vou sim, já acabei por hoje. E tu?
- Também, olha não queres ir almoçar lá a casa? Aproveitamos e fazemos os trabalhos de amanhã. Que achas?!
- Hum.. Não sei se é boa ideia ir lá a casa.
- Pois o meu irmão anda um bocado insuportável. Aconteceu alguma coisa?
- Eu aceito ir contigo e pelo caminho conto-te tudo.
Lá fomos nós andando, chegamos a sua casa, entramos, pousei as minhas coisas no sofá da sala e fomos directos há cozinha. Eu observava todos os lados, todos os cantos, para me certificar que o Rúben não aparecia.
- Então a culpa é minha? Cabeça a minha, tinha logo que deixar o telemóvel em casa.
- Não Mauro. A culpa não é tua, assim que ouvi a voz do teu irmão devia ter desligado logo, nem sei porque fiz aquela idiotice. Nunca pensei que ele levasse tão a sério.
- Nem tu, nem eu. Ele é todo brincalhão, leva tudo na descontra, da maneira como o conheço ia compreender quando lhe contasses, agora essa atitude não é definitivamente do Rúben que eu conheço. A não ser que…É OBVIO! DAH! Bem eu ao inicio pensava que era só para de divertir aliás como sempre é, mas agora tudo faz sentido…
- Podes explicar-me de que raio estás para aí a falar?! – Disse confusa.
- Então o meu irmão é aquele tipo de: “Sou muita bom, e todas gostam de mim”, anda com todas tas a ver?!
- Sim estou. – Revirei os olhos. – Mas onde queres chegar com isso?
- Desde que te comecei a trazer cá a casa, ele começou a ficar estranho, notei até que se começou a meter contigo, mas isso é dele, brincar com toda a gente, agora a cena de se oferecer para te levar a casa, a calma dele no jantar, as vindas mais cedo depois dos treinos… pensei que fosses mais uma das suas conquistas, mas afinal é sério.
Engasguei-me com o que acabará de ouvir. Quer dizer 1º o David diz que ele gosta de mim, óbvio que não acreditei, depois a irmã, fiquei na dúvida, agora o irmão e depois do que o Rúben me disse no parque de estacionamento fiquei sem dúvida alguma. Coitado, eu brinquei com os sentimentos de uma pessoa. Sou um monstro! Que pessoa horrível faria uma coisa assim? Eu! Claro, nunca acerto uma…
- Inês…Alô?! - Chamava-me o Mauro.
- Eu não acredito, sou horrível, não tinha o direito de fazer uma coisa destas ao teu irmão, não tinha.
- Hó não foi por mal, e vais ver que não tarda já nem se lembra e já partiu para outra. É sério, mas passa-lhe rápido.
Bem o irmão conhece-o se diz que passa, as suas palavras tranquilizaram-me um pouco mais. O Mauro serviu o almoço numa pequena bancada que estava centrada na cozinha, mas sentia-me tão mal que nem comer consegui.
- Inês come. – Dizia-me ele. – Se não comeres é pior. Faz-te mal. Precisas de te alimentar.
Até parecia a minha mãe a falar. Que saudades eu tinha dela. Nesse momento entra o Rúben, olha para o seu lado direito e vê-me ali junto do Mauro. Ouvi a porta a bater, virei-me para ver quem era. O meu coração caiu-me aos pés assim que encarei a expressão facial que Rúben mostrava ao olhar para mim. Sentia-me a pessoa mais horrível do mundo. Rapidamente ele desviou o olhar, subiu as escadas numa correria e trancou-se no quarto. Num passo acelerado fui atrás dele. Bati há porta:
- Rúben, temos de falar!
- Baza, já não brincas-te o suficiente?! Ou vieste aqui para gozar outra vez com a minha cara?! – Disse revoltado.
- Não é verdade. Não digas isso. – Não consegui segurar e uma pequena lágrima começa a deslizar pelo meu rosto. – Por favor abre a porta. – Disse com a voz a tremer. Ele abriu-a mas sem nunca me encarar.
- Por favor Rúben, tens de me ouvir.
- Força, diz. Mas não demores muito que tenho mais que fazer. – Disse cabisbaixo.
- Eu compreendo que tenhas ficado chateado. E acredita que estou bastante arrependida, assim que ouvi que eras tu não devia ter dito nada, mas disse, foi uma brincadeira parva que me custou um bom amigo. Rúben só peço que não fiques chateado comigo, foi tudo uma enorme estupidez.
- Já acabas-te?! – Disse num tom de voz fria. Parecia até que não tinha ouvido nada daquilo que tinha dito.
- É só isso que tens para me dizer?
- Se já acabas-te podes ir embora. – Disse sem me olhar uma única vez.
Ia para falar, mas antes que voltasse a sair algum disparate, mantive a boca bem fechada. Segurei ao máximo as lágrimas que suplicavam sair dos meus olhos, sem dizer mais nada retirei-me.
- Inês?! – Olhou-me seriamente.
- Diz. – Fiquei há espera de uma resposta que me tirasse aquele aperto que transportava no peito.
- Quando saíres fecha a porta. – Disse com os seus olhos fixados nos meus. Ao ouvir aquelas duras e frias palavras caiu-me tudo. Tinha feito mesma asneira desta vez. Mas o que eu via nos seus olhos não era a frieza que ele queria transparecer, eu conseguia ver que por trás daquela dureza toda ele me estava a esconder dor e desilusão. Depois de breves instantes de silêncio, sai, fechei a porta e desci as escadas.
(- Sou tão idiota. Porque é que eu não a perdoei, custava muito?! Nunca me senti assim. Bolas! Senti-me tão feliz ao ouvi-la dizer aquilo ao telefone e afinal era tudo uma fantochada. Mas aqueles olhinhos azuis inundados de lágrimas que ela tentou esconder de mim, ai custou-me tanto. Se calhar fui demasiado duro com ela. Mas também que conversa foi aquela: “custou-me um bom amigo.” A sério? A SÉRIO? Isso doeu mais que qualquer outra coisa. Eu não acredito que pela primeira vez que gosto de alguém a sério é assim, ela não quer nada comigo. -Lamentava o Rúben sozinho no seu quarto.)
- Então como correu a conversa? – Perguntou o Mauro.
Olhei-o sem saber o que dizer.
- Tou a ver que não correu bem.
- Desculpa, mas não me apetece falar nisso agora, eu vou só…- Não aguentei e deixei as lágrimas que há muito as aguentava nos meus olhos, caírem. – Eu vou indo. – Disse agarrando nas minhas coisas.
- Não te posso deixar ires assim, nesse estado. Senta-te aqui um bocado e quando tiveres mais calma vais.
- Eu estou bem, a sério. Bem, vou indo. E mais uma vez desculpa.
- Desculpa de quê?
- Por estar sempre a chorar. És sempre tu que me apanhas nestes momentos. – Disse meia envergonhada.
- Oh que tonta. Não é vergonha nenhuma chorar, aliás só faz é bem, não tens de pedir desculpa. Vá agora vai com calma e com muito cuidado.
- Obrigada. – Abracei-o. Até amanhã. – Despedi-me, e ele fez o mesmo. Saí, ao fechar a porta voltei a cair em lágrimas, estava a custar mais do que imaginava, comecei a caminhar pela rua até chegar á paragem de autocarros ali perto. Ia a atravessar a estrada, mas estava tão mal que nem me lembrei de olhar, ouço uma travagem brusca, viro a cabeça e vejo um carro parado quase em cima de mim. Arregalei os olhos, entrei em pânico, o meu coração começou a palpitar fortemente, um rapaz sai apressadamente do carro e vem na minha direcção. Ainda estava em choque só conseguia pensar nas palavras frias do Rúben.
- Cê tá bem? – Perguntou-me o rapaz do carro. – Inês?! Que cê faz aqui?
- David? – Disse com fraqueza não aguentando mais e acabando por desmaiar. Os braços fortes do David agacharam-se rapidamente e impediram o meu corpo de cair ao chão. O facto de quase ter sido atropelada, o Rúben estar zangado comigo e não ter almoçado deixaram-me fraca, sem forças, que acabaram por me levar ao desmaio.
- Inês? Inês? Acorde! Por favor. – Chamava-me o David. Ligou aos bombeiros, estava nervoso, não sabia mais que fazer.
Comecei a abrir os olhos lentamente, estava deitada no chão, ainda com o David a segurar-me:
- David? Que aconteceu? – Perguntei, ainda atordoada. Tentei-me levantar.
- Calma calma. Não se mexe, não tarda vem aí a ambulância buscar você.
Passados poucos minutos apareceu a ambulância:
- É esta a rapariga que desmaiou? Você é o namorado dela? – Perguntou um dos bombeiros.
- Não não sou só amigo.
- E vai acompanha-la?
- Eu tenho aqui meu carro eu sigo vocês.
- Ok.
O David agarrou em mim e sentou-me numa cadeira fofa que estava na ambulância. Via tudo destorcido e doía-me imenso a cabeça. Chegamos ao hospital os bombeiros sentaram-me numa cadeira de rodas para que pudesse ser transportada porque ainda estava bastante fraca. Os bombeiros disseram para onde tínhamos de nos dirigir e o David encarregou-se de me levar até lá. O médico mandou-nos entrar. Fiquei de frente a ele, e o David sentou-se numa cadeira ao meu lado. Os bombeiros já tinham explicado ao médico o sucedido por isso o médico veio logo na minha direcção com uma pequena máquina.
- O que é que vai fazer com isso? – Perguntei assustada.
- Calma, vou-lhe só medir a sua tenção. – Acabou de medi-la. – Pois era o que eu suspeitava. Teve uma quebra de tenção. Tem os níveis de açúcar muito baixos. E está com o estado nervoso muito alterado, por isso vou-lhe receitar uns calmantes e tem de se alimentar devidamente. – Disse o médico enquanto passava a receita dos comprimidos.
- Cê tá maluca?! Não me diga que também entrou naquela maluqueira da mania das dietas?!
- Nãoooo, nada disso. Foi só umas coisas que aconteceram e fizeram-me perder o apetite.
- Não é desculpa…
- Aqui está a receita. Fique de olho nesta menina. – Disse o médico.
- Ta bom Sr. Doutor, eu vou ficar sim. Muito obrigada. – Agradeceu o David pegando na receita. Eu já estava bem melhor, por isso levantei-me e lentamente eu e o David dirigimo-nos á saída. Entramos no seu carro e ele levou-me a casa.
- Obrigada pela boleia, e desculpa qualquer coisa.
Ele saiu do carro e veio até mim.
- Onde vais? – Perguntei eu.
- Certificar-me que cê vai comer.
- Oh David não sou nenhuma criança, já podes ir eu já estou bem.
- Vai abrir a porta ou não?! Só vou embora depois de ter visto você comer.
- Ai que chato. – Resmunguei. Abri a porta e ambos subimos. – Entra, e fica a vontade. Se vires uma coisa cor-de-laranja pela casa, não te assustes é o meu gato.
- Ah Tá bom, mais á vontade só fico depois de você comer!
- Tás a brincar não?!
- Eu? Você é que tá brincando com coisas sérias. Tem de se alimentar.
- Está bem, está bem, vou já já comer. Queres alguma coisa paizinho?
Não teve como conter o riso.
- Tou bem obrigado.
Dirigi-me há cozinha seguida de David. Ele estava a levar as palavras do médico demasiado a sério. Acabei de comer:
- Já comi, satisfeito?
- Não fez mais que sua obrigação. É para o seu bem. Mas sim, estou bem mais satisfeito.
- Já me viste comer, agora já podes ir embora.
- Nossa, você quer assim tanto me ver pelas costas?!
- Oh nada disso, muito pelo contrario. Só acho que já te macei o suficiente por hoje.
- Nunca é maçada nenhuma tar com você. – Por breves instantes paramos novamente e nos olhávamos fixamente. Aqueles olhares de certa maneira mexiam comigo, com o meu ser. - Cê parecia meia baralhada antes da ambulância chegar, aconteceu alguma coisa? – Interrompeu o silêncio.
- O Rúben ainda não falou contigo?
- O Rúben? Sobre o quê?
- Estou a ver que não, então foi assim… - Comecei a contar a história do telefonema e as consequências que ele trouxe. - …E pronto, agora o Rúben não me fala, nem há frente me quer ver.
- Não diz isso não. Isso passa-lhe depressa, acredita.
- Duvido. Ele está mesmo, MESMO chateado comigo.
- Amanhã eu falo com ele no treino. Mas agora não pensa mais nisso, não se preocupe.
- Obrigada David. – Abracei-o. Ele retribuiu. Estava um enorme silêncio na sala, quebrei o abraço. Ao desfazer-me dele toquei com o cotovelo no comando que estava pousado em cima do sofá e esse cai ao chão. Atrapalha baixei-me para o apanhar, David fez o mesmo. As nossas caras estavam a centímetros de distância, a sua cabeça começa lentamente a vir em direcção há minha, fecho os olhos e deixo-me levar pelo momento. Estávamos agora a míseros milímetros de nos beijarmos, já sentia o calor dos seus lábios, a respiração da sua boca, quando somos interrompidos pela campainha. Levantei-me, o David sentou-se no sofá, fui abrir a porta.
- Loirinha. – Disse a Mariza mais alegre que nunca.
- Que fazes aqui Espanholita? – Perguntei nervosa.
- Ah muito tempo que não temos daquelas conversas só nossas e um tempinho para nós, por isso decidi aparecer. Foi má ideia?
O David entretanto levanta-se e vem juntar-se a nós há porta.
- Ééé.. Eu acho que vou indo.
- David?! – Disse Mariza surpresa. – Que fazes aqui? Não te vais embora por minha causa pois não?
- Não não, eu tava já dji saída. – Deu-me dois beijinhos, fez o mesmo com a Mariza. – Ah e não esquece de fazer o que o médico mandou tá bom?! Fui. – Despediu-se.
- Agora é o David? Mas não era o Rúben? Vais já contar-me o que ele fazia aqui! E que história era aquela do médico? – Questionava-se a Mariza.
- Calma, calma, calma! Uma pergunta de cada vez, mas entra e senta-te não vamos ficar aqui há porta. – Entramos e fomos para a sala. – 1º Não é David nem Rúben, porque já te expliquei montes de vezes que agora são só os estudos. 2º Ele estava aqui porque eu desmaiei e foi ele quem me levou ao médico…
- Pera pera, TU QUÊ?
- Já está tudo bem. Eu é que ainda não tinha almoçado por causa do Rúben, fui falar com ele e tá tudo na mesma. Desta vez fiz asneira e das grandes. Acabei por me enervar de mais e pronto, o resto já sabes. Então e tu?
- Eu o quê?
- Novidades?
- Claro loirinha, ainda nem tive oportunidade de te contar. Não é que eu estava lá no estádio, a estagiar e apareceu a Ana Luisa Silva…
- Quem?! – Interrompi.
- Uma fotografa. E ela convidou-me para pousar para um programa.
- WUOU, que máximo. A minha melhor amiga vai ser famosa.
- Ai não exageres, e ontem o Javi foi jantar lá a casa.
- Não posso, como é que a tua mãe reagiu?
- Foi ela que o convidou!
- A sério?! Só surpresas. Muito me contas.
O telemóvel da Mariza começa a dar sinal de mensagem. Era do Javi (só podia).
- Bem Loirinha, o meu amor está a chamar-me, vou ter de ir, ficas bem?
- Vai lá. Deixa aqui a Inês sozinha e abandonada.
- Sozinha não ficas, tens o González.
- Goza goza, mas vá, não deixes mais o rapaz há espera. Juizo.
- Adeus amiga. – Despediu-se.