domingo, 25 de setembro de 2011

14ºCapítulo - narrado por Inês Oliveira

Mariza já estava em casa, era cedo, eu estava-me a despachar para ir para a Universidade mas antes queria ver como estava a minha melhor amiga. Despachei-me rápido, desci as escadas e toquei-lhe há campainha, Mariza foi quem veio abrir a porta:
- Como te sentes? Tenho de ser rápida que ainda tenho de apanhar um táxi para ir para a escola, vim só ver como estavas.
- Estou bem melhor, brigada Loirinha. Se puderes avisa lá na escola que não vou hoje, em princípio amanhã já devo ir, logo há noite vou ao hospital, para verem se estou a recuperar bem e já me dizem se posso ir ou não.
- Ok, agora tenho de ir se não quero chegar atrasada. Beijão grande, as melhoras, depois diz como correu lá no hospital.
- Claro. Boas aulas.
Apanhei ali um táxi perto do nosso apartamento que era o que andava a fazer nos últimos dias enquanto a Mariza não podia ir há escola. Assim que cheguei há Universidade avisto o Mauro aproximar-se de mim:
- Inês, tens andado desaparecida miúda. Porque vieste de táxi? A Mariza não a tenho visto?
- Ai Mauro, desculpa ontem não deu mesmo para ir fazer o trabalho, nem nestes últimos dias. Têm sido uma loucura. A Mariza? Então não sabes? Ela meteu-se cá numa alhada, tem estado internada. Foi-se meter no meio de umas Battle’s manhosas e acabou por ser baleada, ai pah! Nem sabes como me senti ao vê-la naquela cama de hospital. Mas o que importa é que ela já está em casa a recuperar, não tarda já volta ás aulas.
- Aichhh que cena, se a vires antes de mim dá-lhe as melhoras.… Bem mas agora tenho um convite para te fazer.
- Um convite? A mim? – Respondi surpreendida.
O toque de entrada começa a soar pela escola:
- Falamos depois, boa aula. – Disse-me ele.
- Deixas-me assim? Sem saber nada. Até já.
Fomos para as aulas, os 90min. Passaram a voar e é soado de novo o toque para sair. Encontrei o Mauro no corredor e apressei-me para saber que convite tinha ele para me fazer:
- Então que convite mistério é esse? – Perguntei curiosa.
- Olha estive a pensar e é assim, hoje vai lá a minha irmã e o marido jantarem a casa e vai ser daqueles jantares de família super chatos onde se fala da vida e coisas assim secantes. Lembrei-me em te convidar, ia fazer-te bem porque sempre te distraías um pouco e fazias-me companhia ao mesmo tempo, que achas?
- Ahhh, adoraria, obrigada por te lembrares de mim. Espera o teu irmão vai lá estar?
- Claro é um jantar de família, porquê?
- Oh então se é um jantar de família não sei se devia ir. – Tentei escapar-me de uma conversa séria com o Rúben que tinha ficado pendente na outra noite.
- Porque não? Vá lá, por mim, se não vou apanhar alta seca, e o Rúben vai levar também um amigo e se tu fores já não fico sozinho, anda lá…. – Implorava o Mauro.
- Humm… Ok, convenceste-me.
- Boa! – Disse Mauro radiante. – A que horas digo ao Rúben para te ir buscar?
- Hã, o Rúben o quê? Não, não, deixa eu apanho um táxi, na boa.
- Ok então, vou-te só pedir uma coisinha.
- Claro, diz.
- É que temos de ir apraltadinhos, se não te importares, é uma coisa mais formal, mas não muito, não somos de grandes cerimónias.
- Não sou muito de vestidos nem dessas coisas, mas vou ver o que arranjo.
- A sério? Não te importas mesmo? Aííí, Obrigadões Inês, és uma fixe. A gente vê-se logo então, tenho de ir andando, ajudar lá em casa numas coisas para o jantar. Até logo.
- Até logo.
Acabaram as aulas, e eu fui para casa. Chegada a casa pousei a mala, e fui direita ao meu quarto onde estava o pequeno González em cima da minha cama, fui até ao guarda-roupa escolher algo que pudesse usar logo há noite. Que poderia levar eu?! Tirei tudo o que era vestidos e pousei em cima da cama:
- Este é muito escuro. Muito claro. Muitos brilhantes, Comprido de mais. Curto de mais. Queres ver que não tenho nada para levar. E agora? - A cabeça do González movimentava-se a cada gesto meu a pegar em cada vestido. Agarrei num creme, mirei-o bem, achei perfeito para aquela noite. Guardei todos os outros no roupeiro, deixei aquele em cima da cama e fui tomar um duche. Voltei ao quarto, vesti o vestido, coloquei uns sapatos a condizer, fui até há casa de banho, atei um pouco o cabelo atrás, fiz um penteado simples, olhei para as horas e estava mesmo a tempo. Desci as escadas apanhei um táxi e lá ia eu para um jantar, em casa do R-ú-b-e-n. Lá cheguei, toquei há campainha:
- Deve ser para mim! – Exclamou o Mauro a ir em direcção há porta. Abriu-a. – Inês! Que bom que cá estás. Uau estás uma brasa, ainda dizes tu que não gostas de vestidos.
- Oh a sério? Não abusei?
- Não estás óptima assim, entra entra. – Disse Mauro enquanto fechava a porta.
Assim que entrei, vi o Rúben acompanhado enquanto descia as escadas.
- Manz, aquela é a Inês? Cê não disse que ela vinha! – Afirmou o David.
- Puto, eu não fazia a mínima que ela vinha. Está tão linda. – Murmuravam os dois amigos enquanto desciam as escadas na mina direcção.
- Olá Inês cê está linda.
- Obrigada David. – Corei. – Também não estás mal.
- Oi, não sabia que vinhas. Esse vestido fica-te muito bem. – Disse Rúben meio a medo. Pois desde a outra noite nunca mais tínhamos voltado a falar. – Que é feito de ti? Nunca mais cá apareces-te.
- Ah, o Mauro ainda não te contou? Nem o Javi?
- Que tem o Javi? – Perguntou David preocupado.
- A Mariza tem estado internada, foi baleada, mas agora já está e casa e a recuperar bem.
- A sério? E tu tas bem? – Perguntou o Rúben de imediato.
- Sim eu estou, não fui aquela estúpida battle e a Mariza também não devia ter ido, enfim.
- Battle? Isso é muita perigoso, ouvi dizer. – Disse o David.
- Pois é! Mas a Mariza não devia ter bem essa noção. Bem o que interessa é que ela já está quase boa.
- Sim. Olha Inês anda conhecer a nossa irmã. – Puxou-me o Mauro até há sala, onde se encontravam os seus pais e a sua irmã com o seu marido.
- Então esta é que é a Inês de que vocês tanto falam? – Disse a mãe deles. – Prazer sou a Anabela. – Apresentou-se. – Este é o meu marido, o Virgílio.
- Olá, eu sou a irmã destas duas pestes. Sou a Cátia e este é o meu marido. Já ouvimos falar muito de ti. – Cumprimentou-me lançando-me uma piscadela.
- Prazer. – Disse cumprimentando-os. – Ai sim? Falam? Hum… Espero que bem. – Disse concluindo com um enorme sorriso.
- Há sim. Muito bem aliás. – Respondeu a Cátia.
- O jantar já está pronto. Podem vir para a mesa. – Chamou-nos a D. Anabela que entretanto tinha ido há cozinha buscar o jantar.
Chegados há mesa, todos se começaram a sentar.
- Onde é que eu me posso sentar? – Perguntei.
- Podes ficar aí. – Apontou a sua mãe para a cadeira situada ao lado do Mauro.
Assim o fiz. Estava sentada entre a Cátia do meu lado esquerdo e o Mauro do meu lado direito, à minha frente tinha o Rúben que durante todo o jantar não tirou os seus olhos de mim. Ele estava entre o marido da Cátia e o David. Às cabeceiras da mesa estavam os donos da casa: D. Anabela e o Sr. Virgílio. O jantar estava a ser bastante agradável, riamo-nos imenso, eram todos muito simpáticos e bem-dispostos.
- Bem, vou buscar as sobremesas. – Levantou-se a D. Anabela em direcção há cozinha.
- O que é que se passa entre ti e o meu irmão? - Sussurrou-me a Cátia.
- Nada! Eu e o Mauro somos só amigos. Conhecemo-nos lá na Universidade…
- Não, não, O Rúben, eu estava a falar do Rúben!
- Estavas a falar de quem?! – Engoli a seco. Perguntei surpresa.
- Mais baixo. Não é preciso eles ouvirem.
- Sim, desculpa. – Voltei a sussurrar. – Mas entre mim e o Rú..Rúben, não se passa nada. Que disparate. Onde foste buscar essa pergunta?
- Tens a certeza? Podes contar-me. Mas olha que eu tenho reparado e ele não tirou os olhos de ti o jantar todo.
- Oh é só impressão tua.
- Hum… não sei não. Eu conheço os meus irmão principalmente o Rúben, sempre tivemos uma grande ligação os dois, e eu sempre conheci as namoradas dele e acredita, ele nunca olhou assim para nenhuma delas.
- O que vocês tanto segredam para aí? – Intrometeu-se o Rúben. – Desculpem estar a interromper, mas mana, posso roubar-te a Inês por uns instantes?
- Claro maninho, leva-a lá. – Disse com um enorme sorriso malandro.
- Vens Inês? Eu prometo que não demoro muito.
- Aaaa… Ok.
- Onde vão? Não comem a sobremesa? – Perguntou a D. Anabela vinda da cozinha segurando vários doces.
- É rapidinho mãe, não demora nada. Já cá vimos.
Segui-o até ao quarto.
- Hey Rúben, Está tudo bem?
- Eu acho que sim. Inês. Eu acho que temos um assunto que ficou por resolver.
- Que assunto?
- Nunca mais falamos sobre a outra noite. Eu pensei que me andasses a evitar como nunca mais cá apareceste e o meu irmão também não me dizia nada.
- Hó nada disso. Isto tudo da Mariza é que me tem ocupado muito tempo. E quanto há outra noite … Esquece. Já passou.
- Esqueço? Como esqueço? Inês aquele homem estava-se a atirar a ti, se isso volta a acontecer?!
- Não te preocupes. Eu sou bem capaz de me defender ok?!
- Pois mas…
- Mas o quê?! Oh Rúben, eu conheço-te. Tens alguma coisa aí para dizer, diz de uma vez, somos amigos, certo? Podes falar comigo.
- Amigos? – Disse perdendo a voz, baixando a cabeça triste, parecia até que desiludido. – Pois, amigos. Esquece então, se tu dizes que ficas bem, eu acredito. Vamos descer?
Achei estranha aquela conversa toda do Rúben, mas às vezes ele era sem sentido, e eu fiquei a acreditar que essa era uma dessas vezes.
- A conversa lá em cima tá demorava. Tava fazendo tempo para mi despedir do Rúben, mas tá difícil. A gentji se vê amanhã no treino. Eu vou indo pessoal. Brigada pelo jantar tia. – Despedia-se o David e agradecia à D. Anabela. Ele tratava-a por tia porque desde há muito tempo que o Rúben e o David eram melhores amigos e o David passava a vida em casa deles, por isso era já como se fizesse parte da família.
Abri a porta do quarto seguida de Rúben, íamo-nos juntar ao resto da família e reparamos no David a despedir-se.
- Então puto?! Já vais? – Perguntou o Rúben.
- É mano. A gentji amanhã tem treino bem cedinho.
- Ah! Então espera que eu sai-o contigo. – Disse eu.
- Também já vais? – Disse o Rúben fazendo beicinho.
- Amanhã tenho aulas, lembras-te?!
- Pois é!! Eu ás vezes até me esqueço que tens a idade do meu irmão.
- Como é?! Cê tem a idade do Mauro? – Perguntou o David incrédulo.
- Sim, qual é o espanto?! E qual o vosso súbito interesse sobre os meus anos de vida?
- Nada não, mais você parece ter bastante mais. – O David ainda não acreditava que eu só tinha 19 anos.
- Ok, se querias elogiar, lamento desapontar-te mas não estás a conseguir.
Todos rimos.
- Bem deixem-me só ir buscar as chaves do carro que eu levo-te. – Disse-me o Rúben.
- Não quero que tenhas trabalho. Eu apanho outra vez um táxi. Não me custa nada.
- Hó Rúben, não se chateia não. Eu levo ela. Tou já dji saída e tudo. – Afirmou o David.
- Mas não me chateia nadinha, sabes bem.
- Eu não quero incomodar ninguém, a sério. (preciso de tirar urgentemente a carta) – Pensei.
- Por mim é na boa, até pode ficar pelo caminho, só precisa dizer há direcção.
- É?
- É! Vamos?
- Vou aceitar então. O jantar estava óptimo, obrigada Dona Anabela.
- Dona Anabela não, então? Anabela só sff. E de nada minha querida, aparece sempre que quiseres.
- Há sim a nossa mãe gosta muito da idade que tem. – Disse o Mauro fazendo-nos a todos rir.
- Prazer em conhece-lo, Sr. Virgílio. – Fui-me despedindo dos pais. – Tudo de bom para vocês. – Despedi-me da Cátia e do seu marido. – Até amanhã e obrigada pelo convite Mauro.
- E eu?! Não sou gente? – Refilou o Rúben.
Ri-me.
- Adeus. Até amanhã. – Depositei-lhe um beijo na bochecha ele riu timidamente levando uma mão á cara. – Bora David? Já podemos ir.
Entramos no carro e seguimos caminho. Fui-lhe dando as indicações e depressa chegamos ao meu apartamento. O David estacionou ao pé da porta. Ia para agarrar na minha carteira mas não a estava a encontrar. Comecei a apalpar vários espaços do carro, pois poderia ter caído durante da viagem e com o escuro da noite não se via nada.
- Está tudo bem? – Perguntou o David.
- Ai meu Deus, perdi a minha carteira e agora? – Disse preocupada.
- Eu não vi você pegar bolsa nenhuma.
- Não acredito! – Levei as mãos á cabeça. – Não me digas que a deixei em casa do Rúben!
- Calmaaa… Sua mãe não tá em casa?
- Não David, Eu não moro com a minha mãe por causa da faculdade. Aiiii… Logo hoje que a Mariza teve de ir ao hospital. Eu nem dinheiro tenho para ficar numa pensão. Eu não queria fazer isto, mas não estou a ver mais nenhuma solução. – Respirei fundo, olhei para o David com cara de desespero. – Podes-me emprestar dinheiro para alugar um quarto? Eu prometo que amanhã te pago tudo, se for preciso até dou ao Rúben e depois ele dá-te.
- Oh Inês qui disparate. Claro que não vou emprestar dinheiro p’ra você.
- Hã?! – Disse confusa.
(Confesso que desta não estava há espera. E agora vou ter de arranjar outra solução.) – Pensei.
- Eu não vou deixar você ficar aí em um lugar qualquer.
- Aaaaaaa…Ok. Eu cá me arranjo então. – Disse ainda chocada com a acção do David.
- Eu disse qui não porque eu pensei que cê podia ficar lá no meu apartamento. Eu sei que ele não é propriamente grande. Mais por uma noite e se a gente der um jeito todo o mundo cabe.
(Desta muito menos estava há espera) – Pensei novamente.
- Desculpa David mas não posso aceitar. Não vais deixar uma qualquer lá em casa.
- 1º Cê não é uma qualquer, ou acha que meu melhor amigo escolhe assim qualquer uma?! 2º Não vou deijar você ficar na rua não.
Corei. Ele era um querido.
- E a tua namorada? Achas que vai achar piada quando souber que teve lá outra rapariga?
- Quê? Qui namorada?
- Não tens namorada? (Como é possível? Bem esta noite eram só surpresas)
- Não! Não tenho não. P’la sua cara, ficou surpreendida...
- aaa…pois. – Tossi. Fiquei atrapalhada.
-Bem, desculpa... pensei mesmo que tivesses namorada... – Voltei a corar.
- Porquê? – Perguntou fazendo uma expressão marota.
Olhei para ele, e cada vez corava mais, era uma sensação tão estranha, senti uma mexa do meu cabelo escorregar-me para frente dos olhos, o David elevou a sua mão direita a ela, puxando-a para o lado. Os meus olhos ficaram postos nos seus.
- Os seus olhos são tão lindos que é crime qualquer coisa os tapar. – Disse com a sua voz tão suave e delicada.
Estava sem respostas e sem qualquer tipo de fala, do nada saiu-me:
- Ok. – Disse estragando o momento.
- Ok o quê? - Perguntou confuso.
- Eu aceito. – Sussurrei.
- Quê?! Não tô ouvindo? – Disse o David, brincando.
- Eu aceito, não vou ficar na rua, também é só por uma noite. Obrigada.
- Exacto. – Disse ele, pondo já o pé no acelerador.
Foi um instante até sua casa. Subimos as escadas, ele abriu a porta, entrou:
- Seja bem-vinda ao meu palácio. – Ironizou. Entre e fique há vontade.
- Ah, muito obrigada. – Brinquei também.
- Olha não liga p’ra desarrumação não, que hoje com o treino e o jantar não tive grande tempo.
Observei aquele espaço, que era só a sala, e a única coisa que via ‘desarrumada’ era um simples copo de refrigerante em cima de uma mesinha de vidro entre o sofá e a televisão. Ri-me. Ele só podia estar a brincar comigo, pois aquela era a casa de um jovem solteiro mais arrumada que já pude ver na minha vida, e ele estava a chamar àquilo desarrumado.
- Como tá vendo aqui é a sala, aqui do seu lado direito é a cozinha. – Disse apontando. – A porta ao lado é o banheiro, e em frente tem meu quarto, ondji você vai dormir.
- Onde vou quê?
- Eu achei melhor, p’ra você ter mais privacidade. Eu vou ficar essa noite no sofá.
- É que nem penses! Não posso aceitar.
- Porque não? Não vai ser teimosinha outra vez.
- Oh, não é isso David, mas tu amanhã tens treino bem cedo, dormires no sofá não te vai fazer bem, além do mais aqui a cabeça no ar fui eu, e já me dou por satisfeita por não estar a dormir na rua, por isso, eu fico no sofá.
- Pronto ok ok, não insisto mais, não vou discutir com você, vou buscar umas mantas e assim.
Sentei-me no sofá há espera dele.
- Aqui tem, fica há vontade, se precisar de alguma coisa é só chamar. – Disse indo para o seu quarto.
- Boa noite, e obrigada.
- Boa noite, dji nada. Durma bem loirinha. – Sorriu. Sorri-lhe também. Só uma das pessoas mais importantes da minha vida me chamava de loirinha, e ao ouvi-lo do David foi arrepiante o que me deixou completamente K.O.
Adormeci depressa, ainda de vestido. Era meio da noite, o David acordou e direccionou-se há cozinha para beber um copo de água, ao passar pela sala, ouviu os meus dentes que rangiam fortemente com frio.
- Inês, Inês acorda. – Chamou-me ele.
- Hã, que foi?! – Disse meia ensonada. – Da..vi..d..Que…estás..a..fazer...acordado. – Tentava falar enquanto tremia.
- Inês, cê tá bem? – Perguntou preocupado. Tocou-me. – Estás congelada. É melhor ires lá p’ra dentro.
- Mas eu..estou..bem…Isto..já..passa…
- Se você não for vai si constipar. Anda, vem. - Estendeu a sua mão para mim.
Estiquei o braço pousando a minha mão gelada na dele que estava bem quentinha, tentei levantar-me, mas o meu corpo gelava.
- Cê tá completamente gelada. Coloca aqui as mãos. – Disse apontando em volta do seu pescoço.
- Que vais…fazer…?? – Perguntei agarrando-me ao seu pescoço. Ele colocou-me uma mão nas costas, e outra há volta das pernas, erguendo-me e levando-me para o seu quarto. Deitou-me na sua cama e tapou-me.
- Pronto, aqui você fica melhor. Agora dorme. – Depositou-me um beijo na testa e ia a dirigir-se há sala.
- Espera! Onde…vais… - Ainda tremia, mas já estava bem melhor, mais quente e confortável.
- Eu vou ficar no sofá, ainda é cedo.
- Fica aqui…comigo.
- Cê tem a certeza?
- Ainda tenho frio.
O David sentou-se há cabeceira da cama. Voltei a deitar-me colocando a minha cabeça sobre as suas pernas.
- Estás melhor?
- Sim, obrigada mais uma vez.
- Que é isso, não tem de agradecer. Mas você agora me deixou bastante preocupado. – Dizia ele enquanto passava os seus dedos pelos meus longos cabelos loiros que me fizeram adormecer. Não muito depois acabou ele também por adormecer.
Já era manhã, os raios de sol atravessavam a janela, que batiam na minha cara e me fizeram acordar. Abri lentamente os olhos, olhei para o meu lado e tinha o David ‘colado’ a mim. Os seus braços envolviam a minha cintura, tentei descolar-me dele lentamente para que não acordasse, mas sem sucesso. O David acordou, olhou para mim:
- Como estás? Dormis-ti bem? Já vais?
- Já estou bem melhor, obrigada. Não sei que horas são, por isso vou despachar-me.
- Vai na cozinha, tem lá um relógio na parede.
Fui até há cozinha:
- Não pode ser. AI EU VOU CHEGAR TÃO ATRASADA. – Comecei a stressar. Voltei ao quarto.
- Que horas são? - Disse o David enquanto colocava uma camisola.
- 8:30h, A minha 1ª aula já começou, já não chegou a tempo.
- Eu dou uma carona p’ra você até lá.
- Vou aceitar, vamos? – Disse stressadissima, nem pensava direito.
- Vai assim sem comer nada?
- Eu depois como qualquer coisa lá na escola, só quero ir trocar de roupa. Desde o incidente das tintas no 1º dia que tenho uma muda de roupa lá na escola, como já não vou há 1ª aula dá tempo para me trocar.
- Que incidente?
- Deixa eu conto-te outro dia, só te vou pedir uma última coisinha. Emprestas-me só um casaco, para eu não ir nestas tristes figuras para a escola?!
- Oh claro, mas deixa que lhi diga, que não é nenhuma triste figura, cê fica perfeita nesse vestido. – Pegou um casaco de trás da porta. Vesti-o rapidamente e saímos. Entramos no carro, disse-lhe qual era a Universidade e depressa lá chegamos.
- Mais uma vez, mil obrigadas David. E Desculpa a noite de ontem, não deves ter dormido nada de jeito.
- Pelo contrário, dormi muito bem mesmo. Só espero que você tenha ficado mesmo bem.
- Sim eu fiquei, logo devolvo-te o casaco. Se não deixo-o em casa do Rúben.
- Há tá, eu passo lá logo.
Depositei-lhe um beijo na sua bochecha rosada e saí a correr até aos cacifos, e o David seguiu viagem para o treino. Agarrei na roupa que lá tinha, fui até ás casas de banho vesti-la mas antes de trocá-la eu só conseguia sentir aquele cheiro que me inalava fortemente pelo nariz acima, um cheiro intenso que me deixava hipnotizada, o cheiro que vinha do casaco do David e me fazia lembrar da noite passada.

4 comentários:

  1. maravilhoso...

    quero mais...

    continua...

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  2. Ta um espectáculo!! Muito bommm!
    Oh Cátia reparou nos olhinhos de cachorrim do Rúben :P

    OPAHH! ''nós somos amigos'' esta frase é mesmo :S
    quando se esta apaixonado/a

    AiI!! Esse casal (ines+david) OMG :O vai dar que falar.. o Rúben coitadoo, heinn, gosta tanto da loirinha! :(

    BeijOO

    Quero maisss

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  3. ai amei!!
    gostei mesmo muito,o Rúben não conseguia tirar os olhinhos de cima da Inês :P
    quero mais que esta muito giro :)
    beijinhos

    http://umanovadefinicaodeamor.blogspot.com

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  4. Muito, muito, MUITOOOO obrigada a todas :D
    Amei os vossos comentários, deram-me vontade de escrever mais e mais, obrigada mesmo.

    Continuem a ler a comentar ;)

    beijinhos♥

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