23ºCAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

Mais uma vez pedimos desculpa pela demora em postar um novo capitulo, mas não ficaram esquecidas, e cá está ela, esperemos que gostem *-*


- SURPRESA! – gritaram todos. Inúmeras luzes de variadas cores apontaram para mim. Senti Inês a apertar-me num forte abraço.
- Ai, Best! Nem sabes o que sofri em todo o dia! Não pude dizer-te nada! E se tu desconfiaces de algo, o Javi estrangulava-me! 
Eu ainda estava de olhos esbugalhados e de boca aberta. Nem queria acreditar! 
- PARABÉNS, MARIZA!!! – exclamou ela.
- Oh, muito obrigada, Best! – as lágrimas ameaçavam a minha maquilhagem. Inês avistou algo atrás de mim e libertou-me do fofo abraço.
Ouvi alguém atrás de mim tossicar de propósito. Sorri, trocista, sem mostrar os dentes. Virei-me calmamente.
- Organizaste tudo isto para mim? – perguntei, com voz de mel.
Ele segurou o meu queixo afiado, com firmeza.
- Te mereces todo y mucho más. 
Sorri para ele, olhando-o nos olhos como se fosse uma cega a olhar para o Sol.
Beijámo-nos amorosamente. De seguida, ouviram-se inúmeras palmas.
Terminámos o beijo. Começou a ouvir-se uma música muito familiar naquela casa: Clap Again de Akon. 
Eu e Javi fomos para a pista de dança, onde os nossos corpos balançavam cheios de ritmo e paixão. Outros convidados juntaram-se a nós.
Entre os rodopios que eu dava, consegui ver que Inês e David dançavam animadíssimos; Romanella e Saviola também estavam a dançar, assim como muitos outros jogadores do Benfica e respectivas esposas. 
Falei com todos os convidados, inclusive o meu maninho Alejandro, o meu pai e mãe que tinham sido convidados pelo Javi a passarem esta noite connosco.
A noite estava a ser mesmo perfeita.
Quem diria! Uma pobre rapariga a pensar que todos, mas mesmo todos os seus amigos, familiares e amor da sua vida se tinham esquecido do seu aniversário… na verdade, estavam todos roídos para não dizerem a verdade, não estragando a grande surpresa.
Faltavam cinco minutos para a meia-noite – foi nessa mesma altura que eu nasci – quando, Javi e Alejandro foram buscar o meu bolo de aniversário.
Foi um dos melhores momentos desta noite!
Apagaram-se as luzes e todos começaram a cantar-me os parabéns.
As únicas luzinhas que se viam eram mesmo as velas que tinha de soprar.
Soprei-as.
Inês obrigou-me a mordê-las, enquanto pedia um desejo.
Pensei: quero ser muito feliz!
Depois de comermos o bolinho delicioso… ah! Será que já referi que o bolo tinha uma foto minha a dançar na peça Romeu & Julieta?
Bem, de seguida, Javi e Inês iniciaram uma guerra verbal. Estavam a discutir (mas, na brincadeirinha), quem seria o primeiro a dar-me a prenda.
- Pois eu, conheço-a há mais tempo do que tu, caro Javi! – exclamou Inês, rindo-se, por fim, ao entregar-me uma caixinha simples e delicada. 
Puxei o lacinho fino e branco. Espreitei para dentro da caixinha.
Inês tinha os olhos muito abertos, analisando a minha reacção.
Tirei a pulseira e o colar belíssimos, cujo pendente era um M de prata.
Disse mil agradecimentos à Inês e abracei-a. Coloquei a pulseira no meu pulso e Javi ofereceu-se para colocar o colar no meu pescoço.
Inês mostrou a língua ao Javi.
- Bueno, ahora soy yo, verdade? – perguntou Javi, parecendo um pouco nervoso. Não o compreendi.
Levantou a mão ao nível do rosto, com a palma virada para ele.
Ele queria que eu olhasse para a sua mão esquerda e, assim o fiz.
Foi a primeira vez que lhe vi um anel do dedo anelar. Fitei o anel de prata e depois, fitei-o a ele. Este sorriu.
- Te amo, Mariza! Más que cualquier outra cosa. Quiero estar a tu lado para siempre. Cuando despierte, quiero que la primera cosa que veo, seas tu. Por favor, acepta este anillo de noviazgo.
Pestanejava lentamente. Nem queria acreditar.
Agora, estava comprometida. Não casada… comprometida. 
Javi e eu íamos, então começar uma vida a dois em pleno.
Tive a certeza de que ele já tinha falado com os meus pais sobre isto.
Fiquei com um pouco de pena pela minha mãe. Sem mim, ficaria sozinha em casa… mas, bem, eu já sou crescida. Em breve, procuraria uma casa. Ela sabia. O que nem ela nem eu sabíamos era que essa casa, seria uma vivenda luxuosa, cujo dono era um jogador de futebol espanhol, tal como eu.
Como é que numa noite, tanta coisa podia ser mudada?!
- Puedo? – perguntou Javi. Estava tão distraída com os meus largos pensamentos que ainda não lhe tinha dito nada.
- Sim! Sim! Claro, meu amor! – exclamei, erguendo-me da profundeza da minha mente. 
 Javi colocou a aliança de prata no meu dedo e abraçámo-nos.
Duas horas depois, já a casa estava quase vazia.
Despedi-me dos convidados, familiares e amigos com muita emoção.
- Amanhã, teremos uma trabalheira a limpar tudo isto. – afirmei.
- No te preocupes. – disse ele, beijando-me a testa. – Estás cansada?
Encolhi os ombros.
- Um pouco…
- Pero la noche acaba de empezar. – murmurou, sedutor.
- Noite? Queres dizer: dia. E, acaba de começar? O que quer dizer com isso, Sr. García?
- Todo lo que es mio, ahora es tuyo.
- Pensava que já eras meu. – provoquei-o.
- Y soy! Pero no estaba hablando de eso. El dinero, la casa, los coches…
Revirei os olhos.
- Que fue?
- Que fue?! Soy demasiado joven para todo eso!
- No lo suficiente. Esperé 19 años por ti.
Abanei a cabeça, sorrindo.
- Tengo una sorpresa más para ti.
- Mais?!
- Sí. Cierra los ojos.
Fiquei um pouco desconfiado. Fitei-o.
- No confías en mi?
Respirei fundo e fechei os olhos.
Ele disse que tinha de me pegar ao colo para não cair pelas escadas.
Pousou-me, por fim, no chão. Abriu uma porta. Acendeu a luz.
Pediu-me para abrir os olhos e levei a mão à boca. Oh, meu Deus! Agora compreendia tudo! O Javi não esteve a fazer obras na cave para colocar lá uma mesa de bilhar! O Javi esteve a fazer obras na cave para me construir um estúdio de dança. 
Saltei para cima dele, rodeando-lhe a cintura com as pernas. Javi tirou-me o vestido e eu também o despia.
Acabámos por fazer amor na cave… ou melhor, no meu estúdio de dança.