domingo, 28 de agosto de 2011

11º CAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

Os jogadores já estavam em campo, quando eu e Inês nos sentámos nas bancadas.
Os meus olhos seguiam involuntariamente cada passo que o Javi dava. Involuntariamente, porque eu não queria propriamente estar sempre a olhar para ele, mas nós eramos como imanes: ele mexia-se e eu também tinha de me mexer; ele olhava eu olhava. Ai credo, como estou a ficar paranóica! Inês estava super irrequieta ao meu lado. Os olhos de Rúben varriam as bancadas à procura de uma loirinha de olhos azuis que o deixava louco. Já Inês... queria manter uma bela distância entre os dois, pois tinha certezas de que tudo o que aconteceu com o Fernando se deveu ao caro Rúben.
Vi que Inês se virou para trás, observando as bancadas. Passado um bocado, exclama algo que assustou o meu pobre coração já aos pulos por ver o Javi a treinar.
- Ahhh, olha que moça tão bela, Mariza!
Eu e a minha curiosidade incontrolável, virámo-nos para trás e vimos a tão moça.
Senti os meus olhos flamejarem de tal maneira que as bancadas podiam começar a arder naquele mesmo instante. Sem dominar as minhas emoções à flôr da pele, levantei-me subitamente, com os sapatos a fazerem um barulhão em cada escada que subia.
Quando cheguei ao pé dela, esta olhou-me como se eu fosse um insecto inofencivo.
- O que estás aqui a fazer?
- Usted no tiene nada a ver con eso. – disse Elena Gomez com uma voz tão fatal que era capaz de quebrar um bloco de gelo.
- Vieste aqui para falar com o Javi? Ou melhor devo dizer: atormentá-lo?
- No digas tonterías, hijo.
- Eu. Não. Sou. Uma. Criança! – explodi. – Sê directa! O que estás aqui a fazer?
- Vine a ver mi novio. – afirmou ela. As minhas narinas dilataram-se.
- Penso que ele já não é teu namorado.
- Usted piensa mal, entonces. – dizia Elena sem olhar para mim uma única vez.
- Não me atires mais areia para os olhos! Sei que vieste aqui com outro propósito. Sinto-o. Também sou mulher, sabes? – estava a pensar que Elena tinha ali vindo para tentar uma reconcialiação com o Javi. O que era normal. Mas eu só queria que ela admitisse.
Elena olhou para mim pela primeira vez.
- Que?! Usted no sabe nada! No eres mujer! Eres un adolescente con problemas psicológicos! – berrou. Arregalei os meus olhos e ergui a minha mão para lhe acertar em cheio no rosto. Mas fui impedida pela mão da Inês que tentava segurar a minha, antes que eu fizesse algum disparate. – Crees que Javi te quiero?! No. No te quiere, querida! No te quiere! – continuava ela, provocando-me mais ainda.
- Anda, Mariza! Já chega! Tu não queres fazer isto! – murmurava Inês, puxando-me para trás.
- Ai, isso é que quero!
- NÃO! – berrou Inês e eu cedi. Afastei-me de Elena muito devagar, observando-a a mimar a palavra “infantil” nos seus lábios finos. Voltámos à nossa bancada com muito custo da minha parte. Meti os fones nos ouvidos para ouvir a música Zombie dos The Cranberries que me fazia acalmar em qualquer ciscunstância. Depois de estar mais calma, olhei com mais atenção para o campo. Os jogadores tinham-se separado em duas partes e fizeram duas equipas para cada parte. Olhei para o Javi e corei. Estava a fazer um bom jogo. Depois olhei para o outro lado do campo e vi as pobres figuras do Rúben. Não fazia uma única jogada acertada.
- Oh, Inês! Olha para o estado em que deixaste o rapaz!
- O quê? – Inês parecia estar na Lua. – Desculpa não estava aqui.
- Isso sei eu. Estava a falar do Rúben. Parece um hamster cego a correr atrás de um queijo que não consegue apanhar. Isto não é normal! E tu tens um bocadinho de culpa, sabes? Não lhe devias ter dito aquelas coisas mesmo antes do treino...
- EU?! Ai, agora ele é que é a vítima?!
- Não... só estou a dizer que...
- Se ele não está a jogar nada de jeito a culpa não é minha! Quero lá saber! O que importa é que o Fernando foi-se embora, por culpa dele!
- Dele? Onde é que o Rúben teve culpa, quando tu chamas-te “Rúben” ao Fernando?
- Eu enganei-me, está bem?! Errar é humano!
- Tu disseste o nome dele, porque se calhar querias que fosse ele a estar contigo...
- Não sejas tonta!
- E tu não sejas uma teimosa danada! Devias falar com ele...
- Eu não tenho nada para falar com ele!
- Tens sim! Deixa o orgulho de lado. Além do mais, ele é teu amigo! Foi ele quem te ajudou, quando o Fernando não estava cá para o fazer...
Inês ficou a matutar nas minhas palavras, mas nada disse. O treino acabou e quando me virei para trás, já não avistei Elena. Eu e Inês fomos até ao parque de estacionamento.
Felicitei o Javi pelo bom treino e ele agradeceu. Disse que estava com fome, por isso ía comprar qualquer coisa para ele comer num café ali perto. Disse-me para ficar ao pé do seu carro. Assim o fiz. Passados uns minutos, avistei Jardel...acompanhado pelo Rúben que estava com cara de poucos amigos.
- Jardel! – exclamei, dando-lhe dois beijinhos. – Tudo bem? Como está a Gabriela?
- Tou muito bem e você? A Gabriela está óptima.. um pouco atarefada com as coisas do casamento, mais está tudo bem. Eu vou agora ter com ela para a ajudar.
- Ai, sim? Hum, tinha esperança que pudesses levar uma amiga minha a casa. É que o Javi quer mesmo ver o meu ensaio que vou ter esta tarde...
- Ah, sua amiga precisa dji carona? Mais que azar! É que eu precisava mesmo de me encontrar com Gabriela rapidjinho.
- Ah, sim, eu compreendo... hummm Rúben? Tu é que podias fazer um favorzinho à Inês. – piscando-lhe o olho. Senti os olhos de Inês postos em mim com vontade de me partir o pescoço, mas mais tarde, acabaria por me agradecer (ihih).
- Eu não me importo, claro. – afirmou o Rúben com um brilhozito nos olhos.
- NÃO! Não preciso de boleia nenhuma! Eu apanho um táxi! – exclamou Inês.
- Aqui não arranjas táxi! Se tens esperança de encontrar um, esquece! – falou Rúben.
- Claro que não vais de táxi! Nem penses nisso! Sabes que não confio nos taxistas! Conduzem de uma forma tosca, acham-se sempre os maiores e estão sempre a deitar-nos o olho pelo espelho e isso é arrepiante! Não fico descansada, Loirinha! Aceita a boleia do Rúben.
Depois de muito insistirmos com ela, Inês lá aceitou a boleia. Eles já iam sair do parque e o Javi ainda não tinha voltado. Esperei mais um pouco, já preocupada, mas ele apareceu.
- Javi? Está tudo bem? Pareces tenso... – detectei assim que o vi.
- Hum... – ele esfregou a cana do nariz. – estoy un poco cansado...
- Há bocadinho não parecias, mas bem, se calhar é melhor ires para casa.
- No! Estoy ansioso por verte bailar! – sorrindo calorosamente. Como podia recusar?!
- Está bem. – entrámos no carro e eu deu-lhe as devidas indicações para chegar à Academia. Ricky estava à porta, esperando por mim. Apresentei o macho ao semi-macho e eles simpatizaram-se. Disse a Javi para subir umas escadinhas afim de ficar sentado nas bancadas. Assim o fez.
- Pronta para preparar o grande espectáculo de Outono? – perguntou Ricky. Suspirei.
- Claro! Já sabes o que vamos fazer?
- Ballet, o que mais poderia ser?! – questionou quase ofendido.
- Sei lá… eu estava com uma ideia em mente…
- Diz então.
- Hum… e se… misturássemos vários tipos de Dança?
- Que tipos de Dança?
- Talvez, Ballet, claro, Contemporâneo, algumas danças latinas, se calhar e… Hip Hop.
- Ballet: claro! Contemporâneo: vamos a isso! Danças Latinas: sei um pouco, mas tu de certeza que nos podes ajudar quanto a isso…
- CLARO! – rindo-me.
- Mas… hip hop?
- O que tem?
- Está completamente fora do meu alcance. Do meu e de todos os nossos companheiros.
- Achas mesmo?
- De certezinha.
- Hum…
Íamos entrar nos respectivos balneários, mas Ricky (como sempre fazia), parou em frente ao placar dos anúncios de Musicais e encontros de Dança da próxima semana.
- Alguma coisa de jeito? – interroguei, curiosa.
- Hum… nada de nada. Báh, só esta porcaria da Battle de Hip Hop.
- BATTLE DE HIP HOP?! Deixa-me ler! – desviei-me dele e li o panfleto. Esta Battle ia realizar-se na próxima Segunda-feira, ou seja, depois de amanhã na Amadora. Não podia perder isto por nada deste mundo!
- Não estás interessado, Ricky?
- EU?! Nem pensar. – disse ele com uma voz demasiado fina para os meus tímpanos. – Tu não estás a pensar em alinhar nisto…pois não?
- Queres vir comigo?
- Porque raio haveria eu de ir?
- Se calhar, para apoiares a tua amiga e, porque não, fazeres par com ela…?
- E desde quando danças Hip Hop?
- Consigo dar uns moves e tal e era óptimo se visse alguém a dançar. Aprenderia muito melhor. – fiz-lhe olhinhos.
- Não sei, Mariza… isto é perigoso! Ainda por cima na Amadora!
- Ah, agora estás com medo.
- Não é bem isso… Quero estar totalmente concentrado nas nossas novas coreografias que ainda nem sequer fizemos, mas…
- Pronto, como queiras, Ricky! Mas eu não vou perder isto! – arranquei o panfleto do placar e enfiei-o no saco de ginástica. Entrei nos balneários femininos e verguei o meu novo tutu branco. Dirigi-me ao salão e o meu olhar subiu para as bancadas. Javi estava lá super sorridente. Fiquei um pouco envergonhada, mas teria de agir com naturalidade.
Eu e os meus companheiros começámos a fazer os alongamentos e depois reunimo-nos num círculo sentados no chão a fim de trocarmos ideias para o espectáculo de Outono.
Expliquei-lhes as minhas revolucionárias ideias de um mix de vários tipos de dança. Alguns ficaram bastante repreensivos, mas no final, concordaram que ia ser bastante bom para todos, pois ficaríamos com conhecimentos acrescidos de vários ramos da Dança.
Começámos a escrever a história do espectáculo. Ia ser baseado em Romeu e Julieta de William Shakespeare. A única diferença é que nós não iríamos falar, mas sim dançar.
Decidimos fazer uma votação sobre quem deveria ficar com os papéis. Os primeiros a serem votados eram as personagens principais: Romeu e Julieta. Fizemos silêncio e votámos.
Contamos os votos. O namorado de Ricky, o Tiago foi eleito com três votos a mais do que Ricky. E…hum…fui eu a eleita para Julieta. O Javi gritou PARABÉNS. Ricky foi eleito para Mercutio. E ainda restavam alguns figurantes. Por fim, escolhemos as músicas e os possíveis tipos de dança adequados para cada cena. Na primeira noite que Romeu e Julieta passariam juntos, atirei a ideia de a Dança ser um Tango sedutor e intimidante. Começámos a trabalhar nas primeiras coreografadas. Adorei! Porque todos demos um pouco do nosso saber e ideias. Saí de lá de rastos (eheh).
Encontrei o Javi já sentado em cima do capó do carro.
- Fue maravilloso, Julieta!
- Gracias! Nem acredito que tenho uma dos papéis principais! – disse em extase.
- No puedo perder esta pieza! – sorrindo.
- Espero que corra tudo bem...
- Funcionará. – afirmou, dando-me a confiança necessária. Depositou-me um beijo na testa. Entrámos para o carro. Chegámos a minha casa rápido. Despedimo-nos com mais dois beijinhos e Javi quis certificar-se que amanhã iria ver o seu jogo. Claro que sim! Saí do carro e entrei em casa. Depois de jantar com a minha mãe, fui para o meu quarto e enterrei-me na minha fofa caminha. Decidi ligar ao Alejandro, o meu irmão, pois já não falava com ele há muito tempo. Ele fez-me uma grande festa (como sempre fazia; fofinho); informou-me das últimas novidades da família. Alejandro tinha feito novas músicas na sua guitarra e que as tinha tocado para a Belinda (a sua namorada). A relação deles andava muito bem. Alejandro contou-me também como estava a correr as suas aulas e tudo isso. Perguntou-me se era difícil ser universitária e como estavam a correr as minhas aulas de Dança. Disse-lhe que hoje tínhamos começado a planear o espectáculo de Outono que seria apresentando na segunda semana de Outubro.
- Y… y chicos, hermana?
- Chicos?... Hum…sí… - dando uma gargalhada.
- En serio? Dime, hermana. Quién es elle?
- Es español!
- ESPAÑOL? Bueno, bueno! Y cómo es él?
- Oh, elle es muy hermoso, inteligente, cariñoso… Él lo es todo! – rindo-me toda tonta apaixonada.
- Bueno, hermana, bueno! Cuántos años tien?
Clareei a garganta, um pouco envergonhada.
- 21
- 21?! – berrando, surpreendido.
- Sí… no es mucho mayor que yo…
- Muy bién…dónde trabaja?
- Él es jugador de fútbol…
- En serio? Bueno, cuál es su nombre?
- Javi García.
Alejandro não falou durante um bocado.
- Él era jugador del Real Madrid…
- Exacto, pero ahora es del SLB.
- Muy bién, muy bién y cuando usted trae a Barcelona?
- Oh, no lo sé, Alejandro. Él no es mi novio!
- No?!
- No… tal vez él no me quiere…
- Cómo no te quiere?
- No lo sé, Hermano. Bueno, estoy un poco cansada…
- Sí, sí, claro. Vai, vai. Buenas noches, hermana. Te amo.
- Mira, no vienes a Lisboa en las próximas semanas?
- Hum, no… por qué?
- Oh, por nada, por nada.
Tinha esperança que Alejandro e o meu pai viessem ver o meu espectáculo de Outono e também, passar o dia do meu aniversário comigo (que, by the way, era precisamente daqui a um mês). Mas, parecia que isso, não ia acontecer…
Desliguei a chamada, vesti o meu pijama e deitei-me. Dava voltas e voltas na cama, especialmente a pensar no encontro que tive com Elena Gomez no centro de treinos do Seixal. Ela tinha algo para dizer a Javi e pela minha leitura perspicaz ao olhar dela, era algo de sério. A minha curiosidade aguçada demais, flamejava dentro de mim. Lancei o braço até à mesinha-de-cabeceira às apalpadelas. Agarrei no telemóvel e enviei um sms ao Javi.
“ Hola, cómo estás? Elena estaba en el entrenamiento. Ella dijo que tenía que hablar con usted. Habló? Besos “
“ Hola, sí todo bién. Sí, habló… “
“ Y…? “
“ Quería hablar de la reconciliácion. “
“ Y tú? “
“ No, claro! “
“ Está bién… buenas noches, entonces “
“ Buenas noches. Te echo… “
Os meus olhos esbugalharam-se a ler as duas últimas palavras. Não queria acreditar que ele sentia saudades minhas. As palavras que escrevi foram muito sinceras e vindas do fundo do meu coração:
“ Te echo, también +.+ “.
E adormeci com um belo sorriso estampado nos lábios que esperavam ansiosos por beijar a bochecha morenita do rapaz que me metia ainda mais louca do quanto eu já era. Aquele rapaz por quem eu me estava realmente a apaixonar…
Tomei duche e abri o roupeiro com vivacidade. Optei por uma blusinha de cavas preta com milhares de lantejolas, umas leggings com padrões giros, um casaco de cabedal, uns sapatos altíssimos. Apertei um pouco de cabelo no cimo da cabeça e deixei cair o resto em caracóis esvoaçantes pelos ombros e costas. Como último toque, adicionei uma molinha em forma de borboleta de cor laranja. Peguei no meu cachecol do Benfica e enfiei-o na mala para não levantar suspeitas à minha mãe. Saí do quarto.
- Vais sair? – interrogou a minha mãe.
- Parece que sim… - disse pondo um pouco de batom de cieiro nos lábios.
- Com quem?
- Com a Inês.
- E vão onde?
- Vamos passear no Colombo.
- Hum, devem lá estar imensas pessoas, agora. Hoje joga o Benfica…
A sério, mãe?! AHAHAH!!!
- Não há problema. Vá, xau, senão ainda me atraso.
- Ainda te atrasas? Atrasar no quê?
Ou melhor, atraso o Javi. Vou encontrar-me com ele para este me dizer onde raio ficavam os camarotes. E ele tem de entrar antes de todos os adeptos. Por isso, tenho de ir mais cedo e estás a atrasar-me, páh! Ah (suspiro) era tão mais fácil se não tivesse de esconder coisas e mentir…
- Combinei com a Inês a chegarmos lá a uma certa hora. A nossa loja preferida fecha daqui a uma hora e talvez não seja tempo suficiente para fazermos todas as compras que queremos, o que é aterrorizante! Por isso, não nos podemos atrasar. Adiós, adiós, madre. – disse já descendo as escadas.
- Em Português, Mariza! – fechando a porta.
Desci as escadas em correria e euforia. Olhei para a minha moto e já lá estava Inês.
- Perdão, Loirinha. A minha mãe atrasou-me. – dei-lhe dois beijinhos.
- Não faz mal, Espanholita. Que fashion que estamos! – rindo-se.
- Temos de estar sempre bem, certo?
- Apoiada, apoiada. Mas ambas sabemos que hoje é um dia especial.
- Ai sim?
- Vamos ver um jogo do Benfica nos camarotes.
- Pois é. – mostrando a língua ao enrugar a pele da cana do nariz.
- V I P ZONE! – cantarolámos as duas ao mesmo tempo. Montámos na moto e lá fomos nós, rumo ao Estádio da Luz. Chegamos ao parque de estacionamento e eu e Inês dirigimo-nos ao sítio combinado entre mim e o Javi. Avistei o seu BMW preto reluzente e depois... ele. Oh! Aquele rapaz andava a dar-me cabo do coração.

3 comentários:

  1. lindo lindo mesmo,ja agora adorei a roupa da mariza =P
    beijinhos e continua
    http://umanovadefinicaodeamor.blogspot.com/

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  2. adorei né? já sabes :D
    estou muito ansiosa pelos proximos capitulos zx
    beijoo.

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  3. fantastico...

    quero mais...

    tou super curiosa...

    continua...

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