quinta-feira, 21 de julho de 2011

7ºCapítulo - narrado por Mariza Martínez

Senti-me tão bem... tão cheia de vida e energia... tão completa...
Dirigi-me ao roupeiro, enquanto saltitava e dava suspiros.
Escolhi um corpete creme com umas diminutas florinhas, uma saia comprida castanha, até aos calcanhares e umas botas do estilo cowboy . Estava tão feliz que até me atrevi colocar uma flor rosa no cabelo encaracolado. Meti os fones nos ouvidos a ouvir Black Jesus (Amen Fashion) de Lady Gaga. Tomei o pequeno-almoço sem pressas. Olhei para o relógio, meti a mala ao ombro e saí sem dizer uma única palavra à minha mãe. Sentei-me na moto à espera de Inês que parecia mais atrasada do que o costume. Senti o meu telemóvel vibrar na mala; pensei ser Inês... mas estava enganada. Sorri ao atender.
- Jardel? Tudo bem?
- Olá, garota. Tudo bem com você?
- Tudo perfeito! Então, a ligares-me tão cedo... aconteceu alguma coisa?
- É preciso acontecer algumas coisa para falar com a minha amiga?
Ri-me.
- Não-não.
Ele também se riu.
- Na verdade, liguei para convidar você para almoçar hoje comigo e com a Gabriela.
- Ah, hoje?
- Sim, não vai trabalhar no Estádio?
- Sim, vou.
- Então, podemos combinar o almoço antes dji você ir para o Estádio... depois se você quiser até lhe dou uma carona.
- Carona?! – o que raio queria ele dizer com aquilo?
- Ah, desculpa. Às vezes me esqueço que você é espanhola.
- Não há problema. – rindo-me.
- Queria dizer, que lhe posso dar uma boleia.
- Ah, não-não, obrigada. Eu tenho moto.
- Ah, está bom. Daqui à pouco eu faço a reserva para o restaurante, depois envio uma mensagem para você, dizendo onde é.
- Fico à espera, então.
- Sabe, nós temos uma novidade para lhe contar...
- A sério? Diz, diz!
- Não, vai ter dji esperar até ao almoço.
- Ai, que mauzinho.
- Vá, vai para a Faculdade. Beijo. Até logo.
- Muy bién. Besos. – e desliguei. Olhei para as horas e decidi ligar à Inês; não atendeu. Comecei a ficar preocupada... decidi subir. Bati à sua porta e aguardei, tentanto acalmar-me.
Abriram a porta, mas não era quem eu esperava encontrar. Não era mesmo quem eu esperava encontrar. Não me tinha enganado na porta e/ou no prédio, pois não?! Hum, não. Então, porque raio tenho o Rúben Amorim à minha frente?!
- Hey, eu conheço-te! – exclamou ele, pensativo.
- É claro que conheces! – disse, rabiosa (ahaha). Detestava não estar a par do que acontecia à minha volta. Queria explicações! E já!!! – O que estás a fazer em casa da Inês?
- Conheces a Inês?
Levantei uma sobrancelha fina. Subitamente, ouvi a voz de Inês.
- Quem é, Rúben?
- SOU EU, INÊS! ESTAMOS ATRASADÍSSIMAS!!! – berrei-lhe.
Ela apareceu atrás de Rúben, com um ar ensonado e com a mesma roupa de ontem vestida.
- O que é que aconteceu aqui?! – perguntei, olhando para os dois.
- Eu... nós... – começou Inês. Deixou-me tão esclaredida aquela rapariga.
Inês viu que Rúben tinha o olhar fixo em mim, ainda a matutar como é que me conhecia e não conhecia.
- Ah, Rúben, é a Mariza Martínez, a minha grande amiga e vizinha.
Rúben ainda estava a olhar para mim com cara de parvo.
- Oh, rapaz! Eu trabalho no Estádio da Luz! Lembras-te? A menina simpática que diz “boa tarde” e aponta os nomes e matriculas dos carros de quem chega?
- AHHHHHHHH! Já me lembro!!!
Boa memória era coisa que ele não tinha, presumi.
- Fica sabendo que és muito falada no Benfica. – gracejou, rindo alto.
Abri mais os olhos e franzi a testa.
- És amiga do Javi e do Jardel, certo?
- Hum... sim, sou.
- Pois. Eles falam maravilhas de ti.
Corei abruptamente. Oh meu Deus! “Eles falam maravilhas de ti”... cada palavra ficou cravada na minha mente... não fiquei naquele estado crítico, por causa do Jardel, ele era um fofo... fiquei assim por quase do... Javi...
- Bom, não me desviem do tema principal! Quero saber o que aconteceu aqui!
- A Inês ficou até tarde em minha casa e eu decidi trazê-la a casa. Depois acabámos por ver um filme... e adormecemos. – explicou Rúben.
- E só acordaram agora?
- Exacto. – afirmou Rúben.
De certeza que me tinham omitido alguma coisa, mas não quis puxar muito mais o assunto.
- É melhor ires andando, Mariza. Eu ainda esotu super atrasada. – disse Inês.
- Pois estou a ver que sim. E como vais para a Faculdade?
- Eu levo-a. – declarou Rúben.
- Oh, eu não quero incomodar. – disse Inês.
- Não incomodas nada. Eu levo-te lá. Só tenho treino à tarde. – insistiu Rúben.
Inês acabou por aceitar; assim, despedi-me deles.
Apertei a mão a Rúben, fortemente.
- Foi um prazer conhecer-te, Rúben. – ele ficou surpreendido com a minha força e levantou uma sobrancelha. Depois sussurrei-lhe: - Vê lá se a tratas bem, hã? Senão, estás feito comigo! Expliquei-me claramente?
- Claramente? Claríssimo! Transparente, aliás!
- Óptimo. Vamos dar-nos bem.
Desci as escadas e fui para a Faculdade. Evitei conversas com o Rodrigo e avisei o Mauro que Inês ía chegar atrasada, mas que Rúben ía trazê-la à Universidade.
Na minha última aula, recebi um sms do Jardel que continha as coordenadas do restaurante. Mal soou o último toque, saí da Faculdade e guiei a minha motinha até ao restaurante. Juntei-me a Jardel e Gabriela (a sua namorada).
Começámos a almoçar e Jardel clareou a garganta.
- Engasgaste-te? – perguntei-lhe, preocupada.
Ele riu-se.
- Não...
- Estás nervoso! – exclamei, sorrindo-lhe.
Olhei para ambos; estavam nervosos e até ansiosos.
- Já percebi que se passa aqui alguma coisa e daqui a nada dá-me um ataque cardíaco! O Jardel disse que tinha uma novidade para me contar... quero saber! O que se passa?
Eles entreolharam-se.
- Chicos? Holaaaaaa?!
- Nós vamos casar! – disseram os dois em uníssono.
Abri muito os olhos, comprimi os lábios para não começar a rir histericamente com tamanha felicidade e adrenalina que senti no momento.
- Oh meu Deus! Muitos Parabéns! – levantei-me e dei um mega abraço a cada um. – Fogo! Não diziam nada! Eu aqui a pensar que era uma coisa trágica ou assim... seus doidos! Aiii que pombinhos perfeitos. Fico muito feliz por vocês! Quando há casório?
- Nós marcámos para 8 de Julho. – afirmou Gabriela.
- Ah, está bem. Óh, ainda falta tanto...
- Mas as novidades ainda não acabaram... e esta parte é mais complicada. – declarou Jardel.
- Então...?
- Quero tji convidar para seres a minha madrinha dji casamento. – disse ele.
- Oh meu Deus!!!
- E precisamos de uma resposta... não tem dji ser já... – adiantou Jardel.
- Estás a gozar comigo, Jardel?! É claro que aceito ser a tua madrinha! – berrei-lhe, excitadíssima com a ideia.
- Ahh, que bom! – exclamou ele, muito contente.
Acabámos de almoçar; eu e Jardel fomos para o Estádio. Despedimo-nos, mas não antes de apontar o seu nome e matricula no meu bloco de notas (ehhehh). Estava sentada na cadeira com rodinhas, cheia de tédio. Subitamente, ouvi um patinhar feroz a aproximar-se. Virei-me com o coração aos pulos.
- Credo, Rodrigo! Que parvo! É preciso seres assim tão sinistro a andar? – disse-lhe.
Senti o seu semblante forte e rigido; os olhos outrora cinzentos, quase pareciam pretos.
- O que se passa? Tomaste alguma coisa ou quê?
Rodrigo nada disse. Colocou as suas mãos em cima dos meus ombros.
- O que estás a fazer?
Agarrou-me nos braços e puxou-me para cima. Empurrou-me contra a parede cinzenta e dei um gritinho, devido ao forte impacto com a parede. Entrelaçou as suas pernas nas minhas, obrigando-me a parar de as mexer. Os seus lábios pressionaram os meus. Eu não parava de agitar a cabeça para os lados, mas ele mantinha-me a voz silenciada.
Com os braços, pernas, mãos e voz presos, só conseguia movimentar um pouco o tronco, mas do que me valia? Ele continuava a beijar-me, mas eu comprimia os lábios, evitando ao máximo a troca de ADN.
- PÁRA! – tentava dizer, berrando mentalmente.
- HEY! HEY! – gritou uma voz, enfurecida atrás de Rodrigo. Não queria saber quem era, apenas queria que me ajudasse a sair dali...por favor... o mais rápido possível.
Quando Rodrigo se virou, encarando o homem alto, eu caí de rabo no chão. A minha cabeça andava à roda e estava enjoada. Assim que a minha visão ficou mais nitída, olhei para cima, com um olhar suplicante.
Era o Javi. Javi. Era o Javi! Oh meu Deus! Era o meu salvador!
Ele dava fortes murros a Rodrigo, gritando coisas que os meus ouvidos não conseguiam ainda descodificar. Daí a poucos minutos, Javi deixou-o cair no chão com a cara vermelha e até ensaguentada. De seguida, virou a suia atenção para mim.
Olhei-o com gratidão. Ele ajoelhou-se. Pos levemente as suas mãos em cada lado do meu rosto. Fechei os olhos e senti os seus lábios quentes aflorarem-me a pele da testa.
Abracei-o e ele a mim. Murmurei:
- Gracias...

3 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais...

    continua...

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  2. Ai o Javi , que herói ! ^^
    Eu também quero :D
    Espero ansiosamente o próximo!
    Beijo.

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  3. isto e que foi uma cena digna de um filme =D
    esta lindo,continua que estes dois vao dar historia ;)

    http://umanovadefinicaodeamor.blogspot.com/

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