domingo, 19 de junho de 2011

3º CAPÍTULO - narrado por Mariza Martínez

( Inês contava tudo muito bem explicadinho ao Mauro. Toda a sua história com Fernando Torres. Mauro exclamava, arregalava os olhos de surpreendido.
- Wow!, mas que história, rapariga!
Inês mordeu o lábio.
- Pois, parece difícil de acreditar...
- Quem é que consegue imaginar que tu namoras com o Torres?!
- Bem, agora não é bem bem namorar.
- Oh, namoro à distância.
- Exacto.
Inês começou a brincar com uma mecha do seu cabelo loiro.
- Tens saudades dele?
- Muitas.
- Então, mano? Fazes um lanchinho apetitoso para uma amiga toda gira e não fazes o mesmo ao teu maninho preferido?! – disse Rúben Amorim ao entrar na cozinha.
Inês assustou-se e paralisou. Mauro riu-se.
- Rúben, esta é a Inês Oliveira, a minha colega de Biologia. E este é o meu irmão: Rúben... – dizia Mauro.
- Amorim! – finalizou Rúben. Levantou uma mão, agarrou na da Inês e beijou-a delicadamente. Inês corou.
- Prazer. – disse ela.
- Foi todo meu. – concluiu Rúben.
Fez-se um certo silêncio constrangedor.
- Hum, eu peço imensa desculpa, mas eu tenho um compromisso marcado ao qual não posso faltar. Obrigada pelo lanche, Mauro. Vemo-nos amanhã na escola, ok?
- OK, queres que vá buscar os teus livros ao meu quarto?
- Não é necessário, eu ainda sei o caminho.
Inês saiu da cozinha quase a correr. Dirigiu-se ao quarto de Mauro. Colocou os livros cheios de papéis soltos debaixo do braço e iniciou uma correria pelas escadas abaixo. Nos últimos degraus, deixou cair o caderno de apontamentos e consequentemente, algumas folhas. Ao dobrar da esquina para a cozinha, estava um rapaz alto com o cabelo castanho cheio de caracóis. Os seus olhos castanho-esverdeados mas maioritariamente verdes avistaram os de Inês.
Inês esqueceu-se que tinha deixado cair os seus pertences... só pensava em nove letras: DAVID LUIZ!
Ele apressou-se a ajoelhar-se e recuperar o caderno e folhas caídas nas escadas.
- Toma lá, garota. – disse ele entregando-lhe o que tinha deixado cair.
Inês pegou no que ele lhe tinha entregue, mas não desviou os seus olhos dos dele.
- Hey, você está bem?
- Si-sim, estou bem. Obrigada. Tenho de ir!
Desceu os últimos degraus, abriu a porta e saiu.
Rúben voltou da cozinha com uma tupperware cheia de bolachas.
- Esta miúda é estranha. – comentou ele com a boca cheia.
- Parecia atormentada... – divagou David.
- Yah. Bom, bora lá! Preparado para mais uma derrota?
- Isso é mais você, manz! )

- Okay, okay! Calma, Mariza, calma! – exclamava eu super nervosa a mexer no monte de papéis em cima da secretária do Sr. Vilaça. – AI, AI! Onde raio o meti?
Soprava para o ar, bastante enfurecida comigo mesma. Ainda no princípio desta tarde tinha deixado o meu currículo em cima daquela secretária. Era impossível ter evaporado em três horas! Tentei-me concentrar. Passados uns segundos, lembrei-me! O Sr. Vilaça disse que iria deixar o meu currículo na recepção.
Ah, cabeça tola! Recepção! O meu currículo estava na recepção!
Olhei para o relógio e estava um pouco atrasada. Inês tinha-me enviado um sms à poucos minutos atrás a dizer-me que iria esperar por mim no Parque de Estacionamento onde estava a minha moto.
Corri pelo corredor, de modo a chegar à recepção mais rápido.
De repente, o meu telemóvel começa a tocar Americano de Lady Gaga, o meu novo toque. Apostava que era a Inês. Ía pressionar a tecla para atender, quando sem querer fui contra uma pessoa. A minha pobre cabeça bateu num peito muito forte o que me fez levantar a cabeça subitamente.
- Desculpe lá. Estou com pressa e não o vi. Desculpe... – deixei a voz arrastar-se, quando mirei a cara do rapaz à minha frente.
- Perdóname. Además no te vi.
Abri a boca ligeiramente, chocada com a pronúncia que ouvi.
- Eres español?
- Eres española?
Arqueei a sobrancelha esquerda, sem saber o que dizer. O meu telemóvel continuava a tocar. Como forma de evitar o olhar intimidante do rapaz com olhos castanho-achocolatado, atendi a chamada. No entanto, tal como ele, fui incapaz de desviar os meus olhos dos dele.
- Estou a ir. – disse eu para Inês. Bem, esperava que fosse a Inês, porque nem sequer vi quem estava do outro lado da linha. Desliguei, virei as costas e continuei a correr pelo corredor.
Fui então à recepção buscar o meu currículo. De seguida, vesti o casaco de cabedal e fui para o Parque de Estacionamento. Lá fora, já se encontrava Inês mesmo ao lado da minha moto. Ao aproximar-me mais dela, vi que tinha uma expressão facial... estranha. Precisava urgentemente de desabafar.
A pergunta era: porquê? Seria drama com o Torres? Hum...
- O que se passa, Loirinha? Estás cá com uma cara!
- Tu, tu! Tu nem sabes!
- Pois não, mas quero saber. Diz-me lá.
- Podemos lanchar no Colombo?
- Claro. Aliás, até tenho fomeca.
- Então, vamos lá.
Atravessámos as estradas e entrámos no Colombo. Escolhemos uma pastelaria agradável e sentámonos numa mesinha. Dei uns goles no meu IceTea de manga.
- Conta-me tudo, Inês.
Ela mirou-me e deu também uns goles no seu IceTea de limão.
- Eu fui a casa do Mauro, lembras-te?
- O rapaz simpático que levantou o teu rabiosque do chão cheio de tinta vermelha?
- Esse mesmo.
- Hum.
- Fui a casa dele para fazermos o trabalho de Biologia. Ele tem uma casa mesmo, mesmo, mas mesmo LINDA! Ah, e cheia de cachecóis, bandeiras entre outras coisas do Benfica!
- WOW! Mas que adepto ferrenho.
- Foi o que eu pensei e até comentei isso com ele.
Inês fez uma pausa.
- Sim...?
- Bom, e ele respondeu-me que que a maior parte das coisas eram do irmão.
- Ah, então o irmão dele é que é um adepto louco?
- Foi o que eu conclui... até ver quem era o irmão dele...
- E quem é o irmão dele?
- O irmão dele é o Rúben Amorim!
Quando Inês disse aquele nome, soou-me estranhamente familiar aos ouvidos.
- Esse nome... não me é nada estranho.
Quando vi que Inês ía dizer de onde o conhecia, impedi-a de imediato.
- Não, não. Calma aí, Loirinha. De onde é que eu o conheço?!
Inês estava com cara de súplica, mas levantei o dedo indicador para a calar.
O meu cérebro começou o seu trabalho de pesquisa e finalmente, lembrei-me que já tinha lido aquele nome na minha lista de pessoas que deveriam ter reunião com Rui Costa. E um mais um fez dois! Era jogador de futebol no Benfica!
- O QUÊ?!
- WOW, ficaste mais chocada do que eu. Mas as novidades chocantes não acabaram!
- Ai, não?
- Não. Ainda não sabes quem estava com o Rúben.
- Quem, quem?
- O David Luiz.
- Outro jogador?! Oh meu Deus!
- Pois! Eu devia ter feito cá uma cara...
- Oh, esquece isso.
- Quando me vinha embora, fui ao quarto do Mauro para ir buscar os meus livros. Nas escadas, deixei cair algumas folhas.
- Desastrada. – disse eu no gozo.
- E sabes quem me ajudou? O David.
- Foi muito querido por parte dele.
- É verdade, mas ainda fiquei mais envergonhada.
- Tonta.
- Queria ver se fosse contigo.
- Bem...
- Mariza Martínez estás com cara de que me queres contar algo.
Levantei a sobrancelha esquerda. Não sabia muito bem como contar, pois não tinha acontecido nada de especial. Ou tinha? Não, não tinha.
- Estou á espera, Espanholita.
- Oh, Inês não aconteceu nada de especial, a sério. Apenas foi um pouco fora do normal...
- Quem vai dizer se foi ou não especial, sou eu! Desembucha!
- Pronto, está bem. – clareei a voz. – Então, eu estava à procura do meu currículo, porque não sabia onde o tinha encontrado.
- Despaçarada.
- Mas, finalmente lembrei-me onde estava. Já me tinhas enviado um sms, por isso estava com um pouco de pressa. Fui a correr pelo corredor e fui contra uma pessoa.
Inês abriu a boca, pasmada.
- Quem, quem?
- Era um rapaz alto e musculado. Era mesmo muito bonito eeeee... falava Espanhol!
- OH MEU DEUS! Quem pediu desculpa?
- Hum, os dois, obviamente.
- E ele falou em Espanhol?...
- Sim, claro.
- E tu?
- Depois, perguntámos um ao outro e ao mesmo tempo se erámos Espanhóis.
- OHHH, que romântico!
- Hã? Loirinha do meu coração, o que é que isto tem de “romântico”?
- Tem tudo!
- Ai, sim?
- Primeiro: vão os dois um contra o outro.
- Ambos estávamos com pressa.
- Segundo: ambos pedem desculpa.
- Ainda há pessoas bem-educadas neste planeta, sim?
- Terceiro: perguntaste-lhe se ele era espanhol e ele fez o mesmo a ti. Ah, e ao mesmo tempo.
- Ficámos curiosos, apenas.
- O que aconteceu depois?
- Tu ligaste-me e eu atendi o telemóvel à frente dele.
- Aposto que não paraste de olhar para ele.
Fiquei surpreendida. Franzi a testa.
- Sim, mas foi um mero acaso.
- Quarto: não deixaram de olhar um para o outro.
- MERO ACASO!
E rimo-nos as duas.
- Como é que ele se chama?
- Como se chama?! Sei lá eu.
- Não acredito que não lhe perguntaste o nome.
- Não perguntei, não.
- És demais. Passas a vida a dar conslehos a este e aquela e depois não os aplicas em ti. Por que é que és assim?
- Oh, tu sabes. Tenho medo de sentir desilusões de amor. O próprio casamento dos meus pais acabou mal, portanto...
- Mas tu não és como os teus pais.
- Não interessa. – olhei para o relógio. – Queres assistir às aulas de Dança?
- Com todo o gosto.
Dirigimo-nos à moto e fomos para a Academia.
Inês sentou-se no chão. Eu prendi o meu cabelo bem no cimo da cabeça e comecei a fazer os alongamentos necessários com o Ricky.
Como chegámos eramos só nos os três na sala. Pedi que Inês me emprestásse o seu telemóvel e pus The Last Dance de Clare Maguire a tocar.
Pouco tempo depois, os nossos colegas e professora chegaram.
Começámos a ensaiar algumas coreografias que seriam para apresentar na Festa de Outono da Academia.
De vez em quando, olhava para Inês e via que estava entusiasmada.
A aula acabou. Fui tomar um duche. Inês esperava-me lá fora. Liguei a moto e fomos para casa.
A minha mãe já tinha preparado o jantar e fez questão que Inês jantásse connosco. Depois de jantar, fomos para o meu quarto.
Liguei o rádio que tocava Love Show de SKYE.
Sentei-me no sofá e Inês deitou-se na cama com um ar muito pensativo.
Apostei que devia estar a pensar no Torres...
Por isso, deixei-a estar em silêncio.
- Sit down, give me your hand I’m gonna tell you the future. I see you living happily with somebody who really suits ya Someone like me... – cantei baixinho.
Depois, parei de cantar e comecei a pensar na conversa que tive com Inês sobre o rapaz a quem deu um grande encontrão. Mesmo que quisesse parar de pensar nele, os seus olhos castanhos chocolate não me saiam da cabeça...

9 comentários:

  1. Gosto bastante !!
    Continua .. :)
    BjnhOs

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  2. Obrigada, já estamos a pensar no próximo cap. bjs*

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  3. Adorei! Ta espectacular! Parabéns!
    Beijinhos

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  4. fantastico...

    quero mais...

    continua... agora tou curiosa para ver os proximos capitulos...

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  5. Muito Obrigada Catia e Ana :D beijinhos +.+
    Dentro em breve postaremos o novo cap. esperemos que gostem ;)

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  6. Ola, será que me podes dar o link da outra fic?

    E já agora, esta um máximo, adorei... !!

    :D

    Beijinhos

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  7. Claro, o Link é este: http://marizawhatimwritting.blogspot.com

    Obrigada Ana :) Bjs*

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